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24 DE JUNHO DE 2017

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deu uma resposta errada e criou expectativas que nunca deveria ter criado e que, portanto, falhou a esta gente

num momento em que eles mais precisavam das instituições públicas e que o Estado fosse um garante dessa

estabilidade.

Srs. Deputados, quem conheceu estes lesados e quem viu o seu desespero sabe que não são grandes

investidores e sabe que é gente que perdeu tudo. Só gente que perdeu tudo é que fica neste estado de

desespero e se manifesta assim.

É preciso ver estas pessoas para compreender isso e ter respeito pelos dramas pessoais de pessoas que

perderam tudo, as poupanças de uma vida.

Portanto, Sr. Deputado, à justiça o que é da justiça! Quem participou ativamente numa comissão de inquérito,

como o PSD também participou, e sabe que essa comissão contribuiu para que Ricardo Salgado fosse levado

à justiça não pode ter a coragem de vir aqui dizer que alguém o quer ilibar! Ninguém, nesta Assembleia da

República, quer ilibar Ricardo Salgado, muito menos, o Bloco de Esquerda!

Aplausos do BE e de Deputados do PS.

Repito: muito menos o Bloco de Esquerda!

Portanto, não aceitamos as acusações que nos fazem.

Sr. Deputado, é verdade que dizemos «à justiça o que é da justiça», mas também dizemos «à Assembleia

da República o que é da Assembleia da República». Ora, o Sr. Deputado votou uma resolução que dizia que

tinha de ser encontrada uma solução para os lesados do BES. O Bloco de Esquerda também a votou, assume

esse compromisso e não vai deixar estas pessoas ficarem mal ou sem uma solução!

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Queremos é saber qual é essa solução!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Há deficiências nesta solução. É verdade, Sr. Deputado. Há uma garantia

pública, mas essa garantia devia ser do sistema financeiro, e há problemas de igualdade no que diz respeito

aos emigrantes e ao seu acesso a esta solução. É preciso perceber se esta solução está desenhada por

montante total — a questão já foi aqui referida — ou por subscrição, apesar de o montante total ser o mesmo,

mas com diferentes subscrições.

Não sendo esta solução perfeita e tendo algumas deficiências, foi o acordo possível e a posição do Bloco de

Esquerda é a de que não será por nossa vontade ou por nossa iniciativa que estas pessoas vão, mais uma vez,

ver as suas expectativas destruídas ou adiadas.

Portanto, no que depender do Bloco de Esquerda, estas pessoas têm direito a uma solução e vão tê-la.

Tendo ela deficiências ou problemas, queremos, com certeza, resolver os problemas, mas este foi o acordo

possível.

Estas pessoas já esperaram tempo demais. Por isso, da parte do Bloco, o que posso dizer é que há vontade

para que o processo e a resposta sejam céleres e para que a solução exista. Mas, fazemo-lo com a mesma

vontade que temos de alterar as regras do sistema financeiro para que nunca mais, repito, nunca mais, tenhamos

de lidar com uma situação semelhante a esta e para que não tenhamos de lidar com os dramas destas pessoas

que perderam as suas poupanças às mãos de um sistema financeiro completamente descontrolado.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, o Sr. Deputado Jorge Paulo

Oliveira pretende colocar-lhe uma pergunta. Como só dispõe de 10 segundos, a Mesa terá alguma tolerância

para poder dar a sua resposta.

Tem a palavra, então, o Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira, mas peço-lhe que tenha em atenção o facto de

a Sr.ª Deputada dispor de um tempo muito reduzido para lhe responder.

O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr. Presidente, será o suficiente para a pergunta que lhe vou colocar.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, permita-me que a cite e me socorra

de duas passagens de uma entrevista que concedeu ao O Jornal Económico, datada de 13 de janeiro de 2017.

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