O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 2

24

A segunda nota, porque nem todas as discussões se reconduzem ao desenho institucional, tem a ver com

questões que são de fundo, e as questões europeias, da união monetária e da união bancária não passam ao

lado. Mas, por mais que estas discussões sejam feitas com muitos termos técnicos e de uma forma ininteligível,

há um princípio que é fundamental nestas matérias, como em muitas outras: a Europa tem de ter regras iguais

para todos. E muitas vezes ouvimos responsáveis europeus fazerem discursos, e bem, inflamados contra

populismos de extrema-direita e de extrema-esquerda, mas eu acho que a Europa, se cumprir este princípio

básico de que as regras são iguais para todos, fará muito mais contra esses movimentos populistas do que

esses 40 ou 50 discursos.

A verdade é que, neste assunto, como, infelizmente, em vários outros, as regras não têm sido iguais para

todos, muito pelo contrário. Cada vez que é preciso resolver um problema nos países, há regras diferentes.

É óbvio que, recentemente, as regras aplicadas em Itália foram diferentes das aplicadas em Portugal e das

aplicadas em Espanha e o reconhecimento desta realidade — que, obviamente, do ponto de vista do CDS, é

uma realidade crítica e problemática — leva-nos a reconhecer que o aprofundamento do fundo monetário

europeu e do sistema europeu de garantia de depósitos é necessário para combater o problema de haver

instâncias a tomarem decisões e, depois, serem as instâncias e os contribuintes nacionais a pagarem-nas, mas

isso não nos faz esquecer este problema fundamental, que é haver soluções diferentes, consoante os países.

Em Portugal, isso tem sido particularmente visível ao longo do tempo, designadamente, com uma atuação

da Direção-Geral que, supostamente, deveria defender a concorrência mas que, na prática, tem defendido a

concentração. Foi isto que se passou, por exemplo, com a decisão que levou a que o Estado português pagasse

ao Santander para ficar com o BANIF. Curiosamente, o mesmo banco Santander, com o qual o Estado português

fez, depois, um acordo para lhe pagar extrajudicial, para lhe pagar os swaps com um empréstimo — adivinhe-

se de quem? — do próprio Santander, mandou a conta dos juros ao Estado português e ficou com mais de 1000

milhões em nosso nome. Curiosamente, é o mesmo Santander que fica também com o Banco Popular, numa

Europa que dizia que era preciso evitar instituições bancárias que fossem grandes demais para poderem falhar.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — É a concentração!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Mas, então, o que é isto, se não a criação de instituições bancárias

grandes demais para poderem falhar?

Enquanto não estivermos disponíveis para discutir também estes problemas e a forma como esta

concentração é particularmente problemática, sobretudo para um País como Portugal, creio que dificilmente

chegaremos a uma solução.

É importante também que o que se está a passar no Novo Banco seja acompanhado desta forma.

Tivemos um procedimento concursal que terminou de uma forma substancialmente diferente da forma como

tinha principiado e a dúvida continua no ar: sendo as condições as que estão agora em cima da mesa, haveria

ou não mais interessados e diferentes interessados que pudessem, do ponto de vista estratégico, daquele que

é o interesse nacional e o interesse português, evitar, mais uma vez, que este Banco fosse objeto de mais um

processo de concentração em bancos que, pura e simplesmente, não são portugueses. E isso, muitas vezes,

não decorre do mercado mas de uma ação em instâncias europeias.

Este é um assunto que tem de ser discutido e que vale a pena ser discutido.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Trigo Pereira.

O Sr. PauloTrigoPereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Como já foi aqui referido, o PSD

apresentou um pacote legislativo do qual constam vários projetos de lei sobre temáticas relativamente diferentes,

sendo que uma delas tem a ver com transparência e incompatibilidades.

A nossa primeira perplexidade em relação a essa matéria tem a ver com o facto de existir, neste momento,

na Assembleia da República, a Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções

Públicas que ainda aceita a apresentação de novos projetos de lei. Por isso, pergunto: por que é que este

Páginas Relacionadas
Página 0011:
20 DE SETEMBRO DE 2017 11 O que está aqui em causa é o respeito por aqueles que, na
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 2 12 As recentes intervenções em instituições financ
Pág.Página 12
Página 0013:
20 DE SETEMBRO DE 2017 13 de personalidade jurídica própria, tendo, na sua dependên
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 2 14 A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Em conju
Pág.Página 14
Página 0015:
20 DE SETEMBRO DE 2017 15 A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e S
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 2 16 O Sr. Presidente: — Para o último pedido de esc
Pág.Página 16
Página 0017:
20 DE SETEMBRO DE 2017 17 Aquilo que defendemos é que este é um modelo que tem de c
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 2 18 Sr.ª Deputada Cecília Meireles, relativamente à
Pág.Página 18
Página 0019:
20 DE SETEMBRO DE 2017 19 Europeu tem assento, o seu Presidente é Mario Draghi. Da
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 2 20 O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Não é verda
Pág.Página 20
Página 0021:
20 DE SETEMBRO DE 2017 21 Este é um problema institucional prático, mas também há p
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 2 22 O colapso do BPN (Banco Português de Negócios),
Pág.Página 22
Página 0023:
20 DE SETEMBRO DE 2017 23 Para o PCP, é uma evidência que o propósito do Mecanismo
Pág.Página 23
Página 0025:
20 DE SETEMBRO DE 2017 25 diploma deu entrada aqui e não deu entrada na Comissão Ev
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 2 26 Isto é um mau sinal. Esperamos sinceramente que
Pág.Página 26
Página 0027:
20 DE SETEMBRO DE 2017 27 A função da ESMA não poderá resultar num enfraquecimento
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 2 28 Quanto ao Partido Socialista, pergunto ao Sr. D
Pág.Página 28