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1 DE JUNHO DE 2018

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O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — E fazemo-lo com uma grande diferença relativamente a algumas

vozes que ouvimos hoje aqui no Plenário. Ao ouvir o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda fazem-me

lembrar um bocadinho aquelas pessoas que vão a uma festa e que passam o tempo todo a dizer mal: não

gostam da festa, não gostam da companhia, não gostam da comida, não gostam da música, não gostam de

nada, e no fim queixam-se que a festa, ainda por cima, acabou mais cedo. Esta é, exatamente, a postura do

Partido Comunista e do Bloco de Esquerda: não gostam da União Europeia, não gostam dos fundos

comunitários, mas mesmo assim dizem que os fundos comunitários são poucos e que devíamos receber mais.

Aplausos do CDS-PP.

É exatamente por isso, também, que o CDS tem razão neste mesmo agendamento. Nós fizemos este

agendamento para podermos demonstrar e dizer ao Governo — que escolheu não estar aqui, o que o marca —

que, do nosso ponto de vista, o financiamento de novas políticas não pode ser feito à custa das verbas da coesão

e das verbas da agricultura. Aqui ao nosso lado, os nossos vizinhos espanhóis já demonstraram que as novas

políticas não lhes vão tirar dinheiro para a coesão e também aí o Partido Comunista, o Bloco de Esquerda e, em

parte, o Partido Socialista estão errados quando dizem que o que vai acontecer é uma diminuição das verbas

da coesão por isso mesmo. Isso não é verdade, basta olharem para o lado de lá da fronteira.

Do nosso ponto de vista, é fundamental, neste momento atual, podermos ter um debate muito aprofundado

sobre o que será a continuação desta mesma negociação. Sabemos que esta negociação é longa, que

desejavelmente deve terminar em maio do próximo ano, mas é neste momento que se fazem muitas escolhas.

Até ao momento, o Governo errou na sua estratégia e está a errar no alvo. Durante muito tempo, o Governo

não ligou, não quis ouvir, não quis falar com um conjunto de outros países que tinham exatamente os mesmos

problemas que nós tínhamos, os chamados amigos da coesão, que este Governo ignorou.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Preferiu ir atrás de algum canto da sereia que perpassa pela Europa.

Todos nós nos lembramos do encanto que tinham com o anterior primeiro-ministro italiano, que neste momento

está como está! Todos nós nos lembramos do enorme encanto que tinham com os seus amigos do SYRIZA,

que neste momento estão como estão! Todos nós percebemos que neste momento estão muito encantados

com algumas novas vozes, mas, curiosamente, não vi esses países tão amigos do Governo do Partido Socialista

a defenderem Portugal nesta negociação.

O que nos preocupa é que, neste momento, quando olhamos objetivamente para a proposta da Comissão,

nomeadamente na matéria da coesão, percebemos que Portugal é o único país do sul, a par de Malta, em que

as verbas da coesão diminuem. Em todos os outros as verbas da coesão aumentam e dos cinco países que

tiverem intervenções, exatamente porque tiveram um conjunto de dificuldades financeiras, Portugal é,

juntamente com a Irlanda, o único que não tem aumento das verbas da coesão.

Por isso mesmo, percebemos que a estratégia do Partido Socialista está errada, o alvo estava errado, e é

isso que temos de corrigir ao longo do próximo ano.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, a terminar, quero deixar uma

última questão.

Ouvi aqui dizer, por parte do Bloco de Esquerda, do Partido Comunista e do Partido Socialista, que o debate

não deveria ser feito aqui, em Plenário, mas, sim, na Comissão que está a reunir sobre esta matéria.

Percebo muito bem o que os senhores querem com essa omissão de se trazer o debate a Plenário. Os

senhores querem proteger o Governo dos erros que tem vindo a cometer nesta matéria.

Protestos do BE e do PCP.

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