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7 DE JULHO DE 2018

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A Sr.ª Secretária (Idália Salvador Serrão): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte

teor:

«José Batista de Matos, o rosto da emigração portuguesa no Museu Nacional da História da Emigração em

Paris, uma das grandes referências da comunidade em França, faleceu no passado dia 1 de julho, na Batalha,

com 84 anos, causando grande consternação entre todos aqueles que o conheciam.

Chegou a Paris em 1963 e conheceu a vida dura no bidonville de Champigny, tal como muitos milhares de

compatriotas, o que só acentuou o seu impulso para o envolvimento cívico e a luta por condições de vida dignas

para todos.

Foi encarregado-geral do metro de Paris e ativista pelos direitos dos trabalhadores. Foi dirigente associativo,

tendo fundado a Associação Portuguesa de Fontenay-sous-Bois, onde viveu grande parte da sua vida e que, no

passado dia 2 de junho, lhe concedeu a Medalha da Cidade. Foi aí que levou a que se erguesse o primeiro

monumento ao 25 de abril de 1974 fora de Portugal, por onde muitas personalidades da vida pública portuguesa

passaram.

Foi membro do Conselho das Comunidades Portuguesas e escreveu dois livros que refletem o sentido da

sua vida: História, cultura e tradições das Alcanadas e Uma vida de militância cívica e cultural. Foi também o

impulsionador da geminação entre Fontenay-sous-Bois e a Marinha Grande.

Batista de Matos era um defensor acérrimo da liberdade e da democracia e um lutador inconformado contra

as desigualdades, como demonstram as suas tomadas de posição e a forma como se envolveu no Maio de 68,

com o idealismo de quem quer mudar o mundo. Era um homem de causas e bem conhecido pela sua

generosidade e sentido de humanidade.

Em 2012 recebeu do Estado português a Comenda da Ordem Nacional do Mérito. Repartia agora o seu

tempo entre Paris e Alcanadas, terra onde nasceu, no município da Batalha, e onde agora faleceu.

Assim, a Assembleia da República, reunida em Plenário, reconhece o mérito e as qualidades cívicas e

humanas deste cidadão português que residiu grande parte da sua vida em França, e expressa à família e

amigos de José Batista de Matos as suas mais sentidas condolências.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Segue-se o voto n.º 594/XIII (3.ª) — De pesar pelo falecimento do Comendador José Batista de Matos,

apresentado pelo PSD.

Este voto vai ser lido pelo Sr. Secretário Duarte Pacheco.

O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«José Batista de Matos, dirigente associativo e rosto da emigração lusa no Museu Nacional da História da

Imigração em Paris, faleceu, no passado domingo, com a idade de 84 anos.

Natural de Alcanadas, na Batalha, distrito de Leiria, Batista de Matos chegou a França em 1963, fugido à

ditadura, estabelecendo a sua residência em Champigny, nos arredores de Paris, tendo vindo a exercer as

funções de encarregado-geral no metro da cidade.

Com um percurso de mais de 50 anos ligado ao associativismo, o emigrante português foi membro fundador

e dirigente da Associação Portuguesa de Fontenay-sous-Bois, cidade em que impulsionou a respetiva

geminação com a Marinha Grande e onde promoveu, ao longo de muitos anos, significativas comemorações do

25 de Abril.

Batista de Matos foi conselheiro das Comunidades Portuguesas, tendo-se sempre afirmado como um

ativíssimo defensor da nossa comunidade e da nossa língua e cultura.

Em 10 de junho de 2011, o Presidente da República atribuiu-lhe a Comenda da Ordem do Mérito em

reconhecimento dos serviços prestados a Portugal e à emigração portuguesa.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, exprime o público pesar pelo falecimento de

José Batista de Matos e apresenta as suas mais sentidas condolências à sua família, aos amigos e a todos

aqueles que tiveram o privilégio de poder partilhar da sua companhia ao longo da sua vida.»

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