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I SÉRIE — NÚMERO 14

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Foi Deputado à Assembleia da República na VII legislatura, onde a sua atividade ficou marcada sobretudo

pela defesa dos direitos dos reformados e pensionistas portugueses.

Reunida em sessão plenária, a Assembleia da República expressa o seu profundo pesar pelo falecimento do

antigo Deputado Manuel Ferreira Jerónimo, enderençando à sua família, ao Partido Socialista e à UGT as mais

sentidas condolências.»

O Sr. Presidente: — Vamos votar este voto.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, vamos guardar 1 minuto de silêncio.

A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.

De seguida, vamos votar o Voto n.º 638/XIII/4.ª (apresentado pelo PS e subscrito por um Deputado do PSD)

— De saudação em memória da tripulação do NRP Augusto de Castilho e do seu Comandante Carvalho Araújo,

que vai ser lido pela Sr.ª Secretária Idália Serrão.

Tem a palavra.

A Sr.ª Secretária (Idália Salvador Serrão): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«Passou a 14 de outubro deste ano o centenário da morte de José Botelho de Carvalho Araújo (1881-1918).

Carvalho Araújo, oficial da Armada, comandante do NRP Augusto de Castilho (o antigo arrastão de pesca Elite,

requisitado pela Marinha Portuguesa em junho de 1916 e adaptado a caça-minas), entrou na história pátria ao

defrontar, no mar dos Açores, o submarino alemão U-139, que patrulhava aquela zona do Atlântico com a missão

de afundar todo e qualquer navio hostil.

A missão confiada a Carvalho Araújo era a de escoltar o paquete San Miguel, que navegava entre o Funchal

e Ponta Delgada com mais de 200 pessoas a bordo. Na iminência do ataque do submarino ao paquete, Carvalho

Araújo interpôs o caça-minas e, embora com poder de fogo muitíssimo inferior ao do inimigo, conseguiu dar

tempo a que o paquete escapasse ileso.

Carvalho Araújo morreu em ação militar, juntamente com mais cinco tripulantes do Augusto de Castilho, mas

foi o seu sacrifício supremo que permitiu que os passageiros do San Miguel chegassem a Ponta Delgada sãos

e salvos.

Carvalho Araújo é, seguramente, um dos heróis mais consensuais do nosso século XX, porque o seu ato é

heroico e de algum modo vitorioso e porque alcançou o seu objetivo que, de certa forma, reparava Portugal do

trauma de La Lys, acontecido uns meses antes.

A confirmação deste consenso é o facto de terem sido promovidas, ao longo destes 100 anos, por diversas

vezes e com pretextos vários, homenagens a Carvalho Araújo, nomeadamente em Lisboa, Porto, Vila Real e

Ponta Delgada. Prova não menos concludente é a de 45 localidades, de 34 municípios portugueses, terem

consagrado o nome do marinheiro nas respetivas toponímias.

Para além da carreira na Marinha, Carvalho Araújo distinguiu-se na ação cívica e política. Republicano de

referência, foi eleito por duas vezes Deputado (à Assembleia Nacional Constituinte de 1911 e posteriormente ao

Congresso da República Portuguesa), participando ativa e proficientemente nos debates e trabalhos

parlamentares.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, saúda a memória de José Botelho de Carvalho

Araújo e dos marinheiros do NRP Augusto de Castilho, pelo elevado exemplo de valor militar, abnegação e

sacrifício prestados à pátria.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar este voto.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

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