29 DE NOVEMBRO DE 2018
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Mais: essa proposta foi discutida ontem em Plenário e o PSD nada disse, continuou a não ter nenhum
problema.
Ontem, às 23 horas e 30 minutos, o problema foi levantado e, curiosamente, a Presidente da Comissão de
Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, que também é do PSD, deu razão a esta artimanha do
seu partido.
Isto é inaceitável e não nos calamos perante este atropelo da Assembleia da República, dos Deputados e
das Deputadas e do Plenário.
Sr. Presidente, sobre precedentes, que é o argumento que foi utilizado, não existe nenhum precedente. No
ano passado, o que aconteceu foi que uma nova autorização legislativa foi apresentada, tendo sido rejeitada.
Mas nunca, repito, nunca a Assembleia da República impediu alterações a autorizações legislativas, no
Orçamento do Estado ou fora dele.
O exemplo da Proposta de Lei n.º 111/XIII/3.ª é paradigmático, mas há centenas de exemplos ao longo dos
diversos anos de discussão do Orçamento do Estado.
Mudar as regras a meio do jogo, na 25.ª hora, é uma artimanha do PSD com a qual não pactuamos.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem, ainda, a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. JoséLuísFerreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Os Verdes também tinham uma proposta que
acabou por não ser votada, exatamente porque a Sr.ª Presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e
Modernização Administrativa entendeu que a Assembleia da República não poderia alargar o âmbito de uma
autorização legislativa. Mas sucede que, como já aqui foi referido, há precedentes nesta matéria e, portanto, se
dúvidas houvesse, elas estariam esclarecidas.
Por isso, não acompanhamos a decisão da Sr.ª Presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e
Modernização Administrativa, que, de certa forma, está a impedir a votação de uma proposta que, caso fosse
aprovada, poderia ser benéfica para milhares e milhares de famílias portuguesas.
Não podemos aceitar que este Plenário seja desautorizado e também não podemos aceitar que, pela via
administrativa, milhares de famílias portuguesas acabem por ser penalizadas.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Inscreveu-se, para intervir sobre esta matéria, o Sr. Deputado António Leitão Amaro,
do PSD.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. AntónioLeitãoAmaro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, semanas antes da
apresentação da proposta de Orçamento do Estado, partidos da esquerda vieram anunciar ao País que iam
reduzir o IVA da eletricidade.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares (Pedro Nuno Santos): — Não, ninguém
anunciou!
O Sr. AntónioLeitãoAmaro (PSD): — Chegou a proposta de Orçamento e nada disso lá estava, mas o
voto destes partidos foi a favor do Orçamento.
Chegámos à discussão na especialidade e pensávamos que os partidos da esquerda iriam apresentar uma
proposta para que este Parlamento aprovasse a redução do IVA da eletricidade, mas não fizeram nada disso.
Ou porque foram incompetentes ou porque estavam a gozar com os portugueses, o que é que fizeram?
Olharam para a autorização legislativa do Governo sobre o IVA dos contadores e, sabendo que a Constituição
não deixa autorizar o Governo a fazer algo que o Governo não pediu…
Vozes do BE e do PCP: — Falso!