14 DE DEZEMBRO DE 2018
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O Sr. Secretário (Pedro Alves): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, deu entrada na Mesa, e foi admitida, a
Apreciação Parlamentar n.º 90/XIII/4.ª (PCP) — Relativa ao Decreto-Lei n.º 93/2018, de 13 de novembro, que
aprova o novo Regime Jurídico da Náutica de Recreio.
O Sr. Presidente: — A próxima inscrição para intervir neste debate é do Sr. Deputado Nuno Sá, do Grupo
Parlamentar do PS.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quando analisamos e discutimos os temas
da habitação e do arrendamento urbano, o Partido Socialista afirma-se com uma visão global, que convoca
diferentes tipos de intervenção e respostas diferenciadas, adequadas aos vários problemas e múltiplos sujeitos
do tema da habitação, em que o arrendamento urbano tem relevância maior, mas não esgota a necessidade de
intervenção dos poderes públicos.
O PS está a fazer um trabalho intenso e abrangente na área da habitação, com a apresentação de uma
proposta de lei de bases da habitação e com uma Nova Geração de Políticas de Habitação, que tem já a maioria
dos seus instrumentos operacionais e que assenta em dois pilares: garantir o acesso de todos a uma habitação
adequada e criar as condições para que tanto a reabilitação do edificado como a reabilitação urbana passem de
exceção a regra e se tornem nas formas de intervenção predominantes, tanto ao nível dos edifícios como ao
nível das áreas urbanas.
O Partido Socialista está empenhado em garantir a todos o direito constitucional à habitação. Temos o
objetivo anunciado e ambicioso de comemorar os 50 anos do 25 de Abril com a erradicação das situações de
carência habitacional grave em Portugal.
Aplausos do PS.
A ausência de políticas de habitação dos Governos que nos antecederam, associada à crise vivida e às
respostas que lhe foram dadas pelo anterior Governo, não podia deixar de ter como consequência a falta de 26
000 habitações condignas no País.
Temos, assim, de dar resposta às famílias que vivem em situações de carência habitacional grave, mas
também temos de garantir o acesso à habitação por parte dos que não têm resposta por via do mercado,
nomeadamente às famílias que, mesmo não sendo carenciadas, estão confrontadas com grande dificuldade no
acesso à habitação. Esta dificuldade, como todos reconhecemos, é recente, crescente e obriga o Governo e
algumas autarquias a passar de uma política de habitação que acode apenas aos mais necessitados para uma
outra, que inclui, com igual acuidade, todos os que estão em falha no mercado.
Avançamos, por isso, com novas políticas de habitação, as quais pretendem passar de 2% para 5% de fogos
com apoio público, promovendo o mercado de arrendamento e a reabilitação.
Queremos, desde já, deixar bem clara a vontade de convergência do Partido Socialista. Podemos ter
diferentes pontos de vista e soluções, mas estamos disponíveis para ouvir e receber todos os contributos, de
forma a gerar os necessários consensos.
Aplausos do PS.
É assim que encaramos este agendamento e as propostas agora apresentadas pelos diferentes partidos,
aliás como já fizemos relativamente à sociedade portuguesa, no início deste ano, com a consulta pública sobre
o documento enquadrador da Nova Geração de Políticas de Habitação, que contou com mais de 600 contributos.
O Partido Socialista definiu quatro objetivos: primeiro, dar resposta às famílias que vivem em situação de
grave carência habitacional; segundo, garantir o acesso à habitação por parte dos que não têm resposta por via
do mercado; terceiro, tornar a reabilitação a principal forma de intervenção no edificado e na reabilitação urbana;
quarto, promover a inclusão social e territorial e as oportunidades de escolha habitacionais.
Com o intuito de alcançar estes objetivos, estão previstos 20 instrumentos para a sua operacionalização e é
com satisfação que hoje verificamos que, dos 17 aprovados pelo Governo, 13 já estão em curso e 3 dependem
da aprovação parlamentar. Passamos, assim, do paradigma da política de habitação orientada para o residual