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25 DE JANEIRO DE 2019

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Estamos focados no presente e no futuro da Caixa, através do acompanhamento de perto da implementação

do plano estratégico para garantir que a Caixa exerce a sua função de financiamento da economia portuguesa.

O Governo recebeu uma Caixa em risco de colapso financeiro.

Protestos de Deputados do PSD.

A Caixa está hoje devidamente capitalizada, robusta e com capacidade para financiar a economia. Hoje, a

Caixa dá lucro e os portugueses e as empresas recuperaram a confiança num banco que é de todos e assim

deve continuar.

Este Governo continuará a cumprir o seu dever para com os portugueses, com determinação e com

competência, no melhor interesse da Caixa e dos portugueses.

Aplausos do PS e do Deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira.

O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, pelo Bloco de Esquerda, a Sr.ª Deputada

Mariana Mortágua.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, vamos falar sobre a Caixa Geral

de Depósitos. E para o fazer nem sequer precisamos de recorrer à fuga de informação que motivou o CDS a

marcar este debate, usemos a informação que já é pública e discutamos sem assombros.

Comecemos pela aventura megalómana em Espanha: em três anos, os créditos concedidos aumentaram

250% e, em 2015, as perdas chegavam a 500 milhões de euros. Perguntemos quem eram os responsáveis e

onde estão agora: Carlos Costa era administrador da Caixa, mas foi conduzido a Governador do Banco Portugal,

e Faria de Oliveira, ex-ministro do PSD, foi promovido a Presidente da Caixa e é hoje Presidente da Associação

Portuguesa de Bancos.

Falemos também de Vale do Lobo e denunciemos a irresponsabilidade de uma aventura imobiliária em que

a Caixa entrou sem justificação ou garantias. Falemos de Armando Vara, ex-Ministro do PS, que tudo indica ser

o principal responsável por esta operação.

Mas não deixemos de nos perguntar onde estava o resto da administração — onde também encontramos

figuras do CDS, como Celeste Cardona —, que permitiu sucessivas reestruturações e perdões de dívida aos

acionistas de Vale do Lobo. E, já agora, queiramos saber quem são esses acionistas: Rui Horta e Costa, por

exemplo, até há bem pouco tempo era administrador dos CTT privatizados; Luís Horta e Costa e Hélder Bataglia,

sócios da Escom, a mesma empresa que negociou a compra dos submarinos nos tempos de Santana e de

Portas e que repartiu pelo clã Espírito Santo a comissão paga pelos construtores alemães.

Protestos de Deputados do PSD.

Falemos da Cimpor e das decisões que a destruíram depois da sua privatização. Perguntemo-nos por que

razão é que a Caixa, sob o comando de Santos Ferreira, se envolveu numa guerra acionista entre Manuel Fino

e Teixeira Duarte e por que razão é que Faria de Oliveira aceitou comprar as ações de Fino a desconto.

Mas vamos mais longe: queiramos saber qual foi o envolvimento da Caixa nas guerras do BCP, que opunham

Jardim Gonçalves aos homens do «Compromisso Portugal», entre eles Joe Berardo.

O Sr. Miguel Morgado (PSD): — «Compromisso Portugal»?!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — E, já que estamos a fazer contas ao passado, relembremos quando Bagão

Félix foi à Caixa buscar o Fundo de Pensões para cumprir as metas do défice. Avaliemos, também, quanto

perdeu o banco público com a venda da Fidelidade, um terço de todos os seguros de Portugal, já no Governo

de Passos e de Portas.

Queiramos saber tudo! Não escondamos nada!

Protestos do PSD e do CDS-PP.

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