23 DE FEVEREIRO DE 2019
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O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr.as e Srs. Deputados, vamos dar início aos nossos trabalhos.
Eram 9 horas e 36 minutos.
Peço aos Srs. Agentes da autoridade o favor de abrirem as portas das galerias ao público.
Como sabem, a ordem do dia de hoje começa com um debate de urgência, requerido pelo PSD, ao abrigo
do artigo 74.º do Regimento, sobre o tema «Investimento na educação». Lembro que este debate decorrerá com
a seguinte estrutura: na abertura, haverá intervenções iniciais a cargo do PSD e do Governo, sucedendo-se
depois o debate com duas rondas, que decorrerão autonomamente entre si, e finalmente, no encerramento,
terão lugar intervenções do Governo e do PSD.
Vamos, então, dar início ao debate de urgência, com a intervenção da Sr.ª Deputada Margarida Mano, do
PSD.
Faz favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Educação, Srs. Secretários de Estado, Srs.
Deputados: Ao longo dos últimos três anos, o PSD tem vindo a denunciar a falta de investimento na escola
pública. Fê-lo no mês de janeiro, questionando o Sr. Ministro relativamente ao orçamento deste ano, que cai
37% face à execução de 2015.
Refugia-se o Sr. Ministro, não respondendo, ora dizendo que não é verdade, ora despindo a veste de
responsável da tutela, acusando Governos anteriores pelas decisões do seu Governo, mas curiosamente sem
se referir ao Governo das «despesas socráticas», expressão introduzida no debate na passada quarta-feira pelo
Sr. Primeiro-Ministro, Ministro desse mesmo Governo que levou o País à bancarrota.
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — O investimento é fundamental para o futuro do País. Um país sem
investimento sério na educação é um país ao abandono, é um país sem futuro. Ao fim de três anos de
expectativas criadas e vergonhosamente defraudadas, as consequências das opções políticas erradas são
indisfarçáveis. São sentidas nas escolas, por todos, são sentidas em casa, pelas famílias.
E é precisamente por isso, na defesa das gerações presentes e futuras verdadeiramente afetadas, que
requeremos este debate de urgência.
No passado dia 8, recebemos a notícia da Comissão Europeia: o corte na despesa do Estado em 2019 será
feito à custa da saúde e da educação.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Uma semana depois, na análise da execução orçamental de 2018, a UTAO
(Unidade Técnica de Apoio Orçamental) concluiu que o investimento ficou mais de 1000 milhões de euros abaixo
do previsto, com uma taxa de execução na educação de, apenas, 32%.
É por isso que o chamamos aqui, hoje, Sr. Ministro, para o ouvir.
É ou não verdade que a despesa efetiva em educação face ao PIB (Produto Interno Bruto), este ano,
relativamente ao ano passado, mas também relativamente a 2015, desce significativamente?
É ou não verdade que o orçamento para investimento diminuiu de 2016 para 2018 e que o previsto para este
ano é inferior em 34% ao executado em 2015?
Mas há pior: é ou não verdade que, desde que esta equipa ministerial entrou em funções, a taxa de execução
tem sido sempre inferior a 50%, descendo todos os anos?
E é ou não verdade que, no ano passado, dos 80 milhões de euros previstos, só foram executados 26 milhões
de euros?
É ou não verdade que a execução em investimento em 2015 foi quase cinco vezes superior à verificada em
2018?
Aplausos do PSD.