28 DE FEVEREIRO DE 2019
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O combate às listas de espera faz-se através da contratação de profissionais de saúde, com a abertura de
vagas nos concursos para os hospitais que necessitam desses profissionais. Se persistirem áreas geográficas
em que as vagas ficam por preencher, então, o Governo tem de fazer como o PCP tem proposto: criar incentivos,
pecuniários e não só, que possibilitem a fixação dos profissionais nessas zonas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — As listas de espera para consultas e cirurgias são um obstáculo aos cuidados
de saúde, como o são as taxas moderadoras e os critérios de atribuição de transporte não urgente de doentes.
Estes obstáculos só persistem porque, mais uma vez, PSD e CDS deram ao PS e ao Governo o apoio que era
preciso para chumbar as propostas que o PCP apresentou para remover tais obstáculos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Há muitos doentes, sobretudo doentes crónicos e idosos, que não conseguem
comprar toda a medicação de que necessitam. Também esta situação é inaceitável! Por isso, é necessário que
sejam tomadas medidas para disponibilizar os medicamentos, gratuitamente, aos doentes crónicos com mais
de 65 anos, como o PCP propõe.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Os profissionais de saúde são imprescindíveis
para o SNS, que, aliás, não existiria sem eles!
São importantes os avanços que foram alcançados nesta Legislatura, avanços como a contratação de mais
trabalhadores, a reposição de salários, a reposição das 35 horas semanais, o pagamento das horas de qualidade
e o combate à precariedade. Medidas só possíveis graças à luta dos trabalhadores e à correlação de forças
existente na Assembleia da República. Medidas, porém, criticadas e reprovadas por PSD e CDS!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Todavia, persistem problemas no descongelamento das progressões, continua
por criar a carreira dos auxiliares de ação médica, assim como não há uma efetiva valorização e dignificação
das carreiras entretanto criadas, designadamente a dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica.
Ao longo destes anos, os vários profissionais de saúde têm lutado e reclamado pela contratação de mais
profissionais, pela valorização das carreiras e das respetivas grelhas salariais, bem como pelo justo
descongelamento das progressões das carreiras.
As reivindicações dos profissionais de saúde são justas, convergem com as propostas do PCP e acolhem,
da nossa parte, a maior solidariedade. A justeza dessas reivindicações e da luta para as alcançar em nada se
confunde com outros processos controversos e perigosos, como o da greve às cirurgias, que visam objetivos
alheios aos interesses de todos os enfermeiros e contribuem para atacar o Serviço Nacional de Saúde.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — O que se exige é a resposta do Governo com a adoção de medidas que assumam
os direitos dos profissionais como parte integrante da qualidade do SNS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Não são admissíveis mais protelamentos na resolução dos problemas com o
descongelamento das progressões. Não são admissíveis mais protelamentos na valorização e dignificação das
carreiras, nem na criação da carreira dos auxiliares de ação médica.
É preciso valorizar o trabalho e os trabalhadores da saúde! É preciso prosseguir-se todos os dias o combate
à precariedade e atribuir vínculo público a todos os trabalhadores do SNS.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: O PCP reconhece e valoriza todos os avanços
conseguidos nestes anos e registamos que não se foi mais longe por responsabilidade e opção do PS e do seu