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I SÉRIE — NÚMERO 73

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Segundo as projeções divulgadas ontem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Portugal continuará a

crescer, este ano, acima da zona euro e da União Europeia — Portugal cresce 1,7%, a zona euro cresce 1,3%

e a União Europeia cresce 1,6%. Estas são boas notícias. Pelo terceiro ano consecutivo, Portugal converge com

a Europa, após anos e anos de divergência.

Alguns dirão que o crescimento económico, em Portugal, é revisto em baixa. É certo, há muitas incertezas

internacionais que pairam no ar. Mas também é certo que a revisão em baixa para o crescimento económico

português é das menos pronunciadas, quer dos nossos parceiros da zona euro, quer do conjunto do Estados-

Membros da União Europeia, quer das economias avançadas.

De todas estas previsões se encarrega o Fundo Monetário Internacional neste relatório regular.

A verdade é que o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa o crescimento económico para Portugal em

apenas uma décima — 1,8%, em outubro, e 1,7%, agora. Já na zona euro, a revisão foi seis vezes mais baixa

e, na União Europeia, quatro vezes.

Também é certo que a economia portuguesa abranda no seu crescimento: 2,1%, em 2018, e 1,7%, em 2019.

Mas no panorama europeu e mesmo das economias mais avançadas, Portugal estará perante um ritmo de

desaceleração inferior ao que se perspetiva para a maioria dos países. Todos os países da zona euro

desaceleram, com exceção da Grécia, sendo que Portugal é o terceiro país com menor abrandamento

económico.

Conclusão: Portugal está mais bem preparado para as adversidades e para as incertezas que o mundo

atravessa.

Aplausos do PS.

Aliás, hoje mesmo, tivemos um facto que evidencia a robustez da economia portuguesa, na operação de

venda de dívida no valor de 1000 milhões de euros. Na dívida a 10 anos, 600 milhões de euros, registou-se a

taxa de juro mais baixa, 1,143%, com uma procura de 2,2 vezes superior à oferta.

O FMI já tinha alertado para que 70% do mundo está a abrandar. E identifica riscos que, se se materializarem,

colocam a economia mundial a crescer ainda menos — é aí que a União Europeia e o Governo português estão

e devem agir. Destaco três desses riscos.

Em primeiro lugar, as tensões comerciais continuam a ser uma preocupação. Houve avanços nas relações

entre os Estados Unidos da América e a China, mas há ainda resultados muito dependentes do processo de

negociação.

Aqui, há a assinalar a função estratégica da política comercial europeia. Têm-se registado progressos

positivos na política comercial europeia, que continua robusta e é uma alavanca fundamental para o crescimento

e projeção das economias europeias, em particular a portuguesa, na qual as exportações chegam, hoje, quase

a metade do produto interno bruto (PIB). A direita diz que o Governo não fez reformas estruturais. Ora, aí está

uma reforma estrutural: a consolidação da nossa economia como uma economia aberta e plenamente integrada

na globalização, uma economia dinâmica e exportadora, com inteligência e estratégia. Dependemos cada vez

menos de um só mercado, como acontecia nos anos de Passos e Portas.

Ontem, a cimeira União Europeia – China, acordou uma declaração conjunta (na última cimeira tinha havido

divergências pelo que não houve uma declaração final), em que ambas as partes se comprometem a um

progresso muito claro no sentido de estabelecer um acordo global de investimento, já no próximo ano, que

garanta o acesso aos mercados e a eliminação de obstáculos aos investidores estrangeiros — que afetam

sobretudo os investidores europeus na China.

Há ainda que assinalar os acordos comerciais com o Japão, Singapura, o Vietname ou a Nova Zelândia,

economias dinâmicas e pujantes que agora têm as portas abertas para as exportações e o investimento europeu,

designadamente o português. Temos, assim, novos mercados, mais oportunidades, menos dependência dos

mercados tradicionais e das suas oscilações económicas.

Um segundo risco tem a ver com o seguinte: as projeções do Fundo assumem o crescimento na zona euro,

apoiado num cenário que evita uma saída desordenada do Reino Unido da União Europeia.

Sabemos que o que dizemos hoje sobre o Brexit podemos não o poder repetir amanhã…

Relativamente ao Brexit, importa dizer: não sabemos se hoje o Conselho Europeu vai decidir fixar uma data

de saída de curto, médio ou longo prazo. Mas estamos preparados, tomámos todas as medidas de contingência.