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I SÉRIE — NÚMERO 73

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É verdade que já não estamos na bancarrota, a que os senhores levaram o País. Felizmente, os portugueses,

com a nossa ajuda, tiraram-nos de lá, quando os senhores só pediam mais tempo e mais dinheiro e que

fizéssemos mais como a Grécia.

Também podiam pedir desculpa por terem pedido que fossemos como a Grécia, há alguns anos.

Hoje, deviam pedir desculpa aos portugueses, porque tudo o que as avaliações, retrospetivas e prospetivas

de Portugal nos dizem é que, em relação à produtividade, caímos; em relação à carga fiscal, temos o recorde

máximo de sempre; em relação à riqueza por habitante, estamos, ano após ano, com o vosso Governo, a ficar

para trás, tendo sido ultrapassados por um, por dois, por três e por quatro…

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo. Peço-lhe que conclua.

O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Convosco, estamos sempre a ser ultrapassados e a ficar para trás.

Por isso, Sr.ª Deputada, a pergunta que lhe faço é esta: pede ou não desculpa aos portugueses por terem

perdido uma oportunidade que não deveria ter sido perdida?

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Pires, do Bloco de

Esquerda.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Margarida Marques, gostaria de lhe agradecer

pelo tema que trouxe a debate. De facto, as matérias europeias são muito importantes, tanto mais que delimitam

muito daquilo que é a política portuguesa.

Sobre isso, a Sr.ª Deputada referiu o crescimento da economia portuguesa nos últimos tempos, mas não é

de mais lembrar que foi possível existir uma recuperação da economia, uma recuperação de rendimentos, de

salários e de pensões exatamente porque fomos ao arrepio daquela que tem sido a política europeia,…

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Bem lembrado!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — … nomeadamente porque fomos contra as medidas que têm sido seguidas no

que toca ao tratado orçamental. Caso tivéssemos continuado nesse caminho, não teria sido possível o caminho

que hoje temos e essa reflexão não ficou patente na sua intervenção, pelo que deixava esta primeira questão.

Uma segunda questão, que no momento nos parece importante especialmente porque durante este ano

teremos duas eleições decisivas para algo que também referiu, tem a ver com o orçamento europeu. Sr.ª

Deputada, é o momento de o Partido Socialista dizer, efetivamente, àquilo que vem no que toca ao orçamento

europeu.

Sabemos — aliás, já tivemos oportunidade de o discutir — que a proposta para o próximo orçamento europeu

tem, claramente, as prioridades trocadas, retirando à coesão para dar ao militarismo. Já tivemos esse debate,

mas aquilo que sabemos é que tem existido um acordo entre PS e PSD para a aceitação, supostamente, destas

prioridades trocadas, que não beneficiam os povos.

Portanto, é preciso perceber ao que vem o Partido Socialista e qual a posição que vai tomar neste âmbito,

porque tem essa oportunidade. Sabemos que o novo Parlamento Europeu vai ter de decidir sobre o próximo

orçamento europeu e sabemos também que, em Portugal, teremos de tomar uma decisão sobre o próximo

orçamento europeu. Pergunto: ao que vem o Partido Socialista? Vai manter o acordo de princípio que tem com

o PSD relativamente a estas prioridades, que são trocadas e que não beneficiam os povos, ou, de uma vez por

todas, vai ter uma política clara de rejeição, tanto do tratado orçamental como das prioridades que estão inscritas

no novo orçamento europeu, que dão à defesa para retirarem à coesão?

Aplausos do BE.