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11 DE ABRIL DE 2019 53

Este é o respeito que os senhores têm pelos utentes, esta é a diferença que faz ter uma maioria de esquerda

em Portugal, uma maioria que defende o transporte público.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A última intervenção neste debate cabe ao Sr. Deputado Carlos

Silva, do PSD.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Peticionários e Utentes: a

Ana Paula, auxiliar de ação médica no Hospital Egas Moniz, tem de lá estar todos os dias às 8 horas da manhã,

para substituir o colega de turno. Regularmente, chega depois das 9 horas. Qual é o motivo? Supressão e

excesso de lotação nos barcos.

O Carlos Alberto falhou uma frequência na faculdade.

Na segunda-feira, a Maria João tinha uma consulta para o seu bebé e também não conseguiu chegar a horas.

Joaquim Santos, o Presidente da Câmara Municipal do Seixal, diz-nos que esta situação de barcos

insuficientes e com sucessivas avarias vem de há dois anos a esta parte. Durante todo o mandato,

incessantemente avisou o Governo.

A Transtejo e a Soflusa registaram 2500 reclamações de passageiros em 2018, um ano marcado por forte

contestação dos utentes, devido a atrasos e supressões, e a frota registou uma taxa de operacionalidade de

55%. Vejam bem: metade dos barcos não andaram.

Foi o ano mais negativo em termos de viagens realizadas e recorde em perda de passageiros transportados.

Entre janeiro e outubro de 2017, foram suprimidas 1519 viagens na Soflusa.

Para a carreira do Seixal, basta faltar um barco para a vida das pessoas ser um inferno. Na hora de ponta, a

oferta é de 16 barcos. Falhando um barco, apenas conseguem oferecer oito.

O transporte fluvial no Tejo é um fator-chave para o desenvolvimento da região, deve constituir uma avenida

estrutural da mobilidade diária de milhares de passageiros com origem em Almada, no Seixal, no Barreiro e no

Montijo e não o muro intransponível que os cidadãos enfrentam diariamente.

Por isso, uma palavra para com estes passageiros que sofrem horrores todos os dias. Desde a supressão

de carreiras aos atrasos, aos barcos com excesso de lotação, terminais sem o mínimo de dignidade, falta de

segurança, falta de informação pública, sistema de bilhética com deficiências, há de tudo.

A situação é tão dramática que basta a avaria de um barco para a travessia se tornar num inferno.

Em resposta a este caos, o Governo das promessas, das bombas eleitoralistas, dos anúncios pomposos em

3D, o que faz? Nada! Faz um anúncio de aquisição de 10 barcos, a partir de 2020. Estamos em abril de 2019,

Sr. Deputado, e ainda não receberam propostas, não analisaram propostas, não adjudicaram, não têm parecer

prévio do Tribunal de Contas, não assinaram contrato, não efetuaram a encomenda, não foi feita a construção,

mas, vejam bem, vem já aí o primeiro barco em 2020.

Segundo as previsões — e estou a ser favorável a esta situação —, se tudo a correr bem e se os concorrentes

não reclamarem, o primeiro navio não estará cá antes de 2022. E, então, entre 2019 e 2022, qual é a resposta

do Governo? Zero!

Onde estão as medidas imediatas para a manutenção e contratação de recursos humanos para resolver, no

imediato, os problemas que afetam estes milhares de pessoas que diariamente necessitam do barco para

trabalhar, estudar ou recorrer a um ato médico?

Já agora, Sr. Deputado do Partido Socialista, não fica sem resposta. Relativamente aos barcos vendidos, os

senhores, neste mandato, já venderam um; relativamente ao investimento, às cativações e ao vosso

desinvestimento, digo-lhe o seguinte: o anterior Governo tinha 1,7 milhões de euros para investimento;…

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queira terminar.

O Sr. Carlos Silva (PSD): — … o atual Governo tem 1,2 milhões de euros.

Aplausos do PSD.

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