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12 DE ABRIL DE 2019

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porque as políticas públicas assim o exigem. Sabem também que a mobilidade pública, coletiva e gratuita é a

garantia de uma redução drástica nas emissões. E sabem que devemos manter os combustíveis fósseis no chão

e que não devemos promover a exploração de lítio, porque a resposta é, mais uma vez, a ferrovia e uma rede

pública de transportes de qualidade. Sabem que querem ali estar de facto, porque a lógica que usamos para

viver tem de privilegiar o ambiente e as pessoas e tem de fazer uma transição, uma transição climática, que

precisa de investimento público e que criará, também ela, novos empregos.

Sim, de facto, esta transição criará empregos, empregos climáticos que reverterão — esperamos nós que

ainda a tempo — a responsabilidade das decisões políticas e produtivas, na erosão costeira, por exemplo, ou

no galgamento no Furadouro, em Esmoriz ou em Cortegaça, ou ainda no desaparecimento de quilómetros de

palheiros que ali existiam no início do século passado, levados, vejam lá!, pela subida do nível do mar. Ou que

ainda reverterão a responsabilidade que temos na seca, no Alentejo e em Trás-os-Montes, ou nos incêndios de

Pedrógão, ou nos furacões na Figueira da Foz e em Leiria, ou nas recentes inundações ocorridas em

Moçambique.

Sr.as e Srs. Deputados: A ONU, no sexto relatório, lançado este mês, intitulado Perspetivas para o Meio

Ambiente Mundial, faz o seguinte aviso: «O dano ao planeta é tão grave que a saúde das pessoas se verá cada

vez mais ameaçada, a não ser que se tomem medidas urgentes» e identifica a atividade humana como a

causadora desse dano.

De facto, não é segredo que vivemos afogados em plástico e também que existem vários tipos de plástico e

diversas formas de o combater — umas, é certo, mais eficazes do que outras. E é isso mesmo que dificulta a

tarefa que temos aqui. Apesar do consenso sobre este combate, nem todos concordamos com as formas e a

urgência de o fazer.

Como saberão, Sr.as e Srs. Deputados, nestas problemáticas do clima, das alterações climáticas e do

ambiente, está tudo interligado. E não quero deixar de falar também na origem dos plásticos: os combustíveis

fósseis, que continuam sendo a base da economia de hoje e que dão também origem aos plásticos.

São estes plásticos que recheiam baleias que dão à costa, que torturam tartarugas, que contaminam peixes

e que formam continentes/ilhas nos oceanos. Por isso, dizemos também que não necessitamos de descobrir

mais jazidas de petróleo.

É aqui que percebemos a diferença entre as várias forças políticas. De facto, a coragem da oposição à

prospeção e à exploração de combustíveis fósseis — o petróleo, o carvão ou o gás – não mora no «centrão»,

nem no produtivismo.

E é aí que propomos a adoção de um novo paradigma: que se deixe os recursos no solo, que se avance na

recuperação ecológica e na garantia do bem-estar, da saúde, da água, dos solos férteis, da ecologização e da

prevenção!

Aplausos do BE.

Sr.as e Srs. Deputados: Retomo, agora, a proposta de hoje. Se o consumidor foi educado a consumir

descartável, foi levado a integrar e normalizar uma sociedade de consumo, deixando práticas como a tara

recuperável ou a compra a granel — que já se usaram, eu já usei, ainda me recordo, e posso voltar a usar agora

—, que foram desincentivadas pela tecnologia produtiva, e se essa é uma grande responsabilidade do

produtivismo e das políticas públicas da metade do último século e do princípio deste, ela tem de ser assumida.

Não podemos, de facto, mudar este sistema e manter o clima se a maioria desta Câmara ainda não

responsabiliza os principais promotores destas mudanças individualistas e descartáveis e se ainda não se

responsabiliza a si própria.

É nesta política simples de hoje, aqui proposta por Os Verdes, e que acompanhamos, que revertemos um

pouco esta ameaça. De facto, retirar os plásticos dos supermercados e mercearias não é nenhum papão da

economia. Mas também temos de fazer muito mais do que isso. Os alertas estão aí. Só não os vê quem não

quer ver.

Aplausos do BE.

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