26 DE ABRIL DE 2019
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Aos filhos de Abril pede-se que defendam os valores supremos e magnânimos desse Abril, como a liberdade,
a igualdade, a solidariedade, a justiça, a democracia, o desenvolvimento. Que os defendam na vida prática desta
sociedade, com a garra de quem não aceita perdê-los ou transfigurá-los, garantindo que estas e as gerações
vindouras não ficarão diminuídas desses pilares, que, genuinamente, sustentaram a festa da libertação de um
povo inteiro.
Abril é pugnar por um País de progresso e de sustentabilidade. Somos muitos os que trazemos Abril cravado
na luta de todos os dias. Precisamos de ser mais, ainda mais, os ativistas de Abril, os construtores dos avanços
sociais e ambientais. Nunca com retrocessos. Nem com avanços e recuos consecutivos, aos soluços, de quem
deseja mas não ousa enfrentar o sistema e os grandes interesses instalados. O que é preciso é avançar com a
audácia e a responsabilidade de quem acredita que a política é traiçoeira quando se sustenta nos interesses
dos banqueiros agiotas ou quando molda o mercado ao sabor dos interesses de multinacionais que «ferram o
dente» no que for preciso para liquidar a soberania dos povos. Avançar com a audácia e a responsabilidade de
quem acredita que a política só tem sentido quando realiza o respeito por um «povo total» e a felicidade dos
cidadãos.
É para isso que o Partido Ecologista «Os Verdes» luta todos os dias, foi nisso que nos empenhámos, ativa
e positivamente, na Assembleia da República, na presente Legislatura: para quebrar um ciclo de massacre social
do anterior Governo, para restituir dignidade aos cidadãos, para combater os níveis de pobreza e de
desemprego, para gerar mais segurança ambiental, para inverter a lógica de desinvestimento em setores por
demais importantes, para gerar melhores condições de vida, para fazer da imensa esperança de Abril o motor
de melhores realizações sociais, ambientais e económicas.
Os Verdes ergueram bandeiras de transformação para garantir mais sustentabilidade no desenvolvimento
necessário, levando a que os discursos laudatórios se convertessem em medidas concretas: para travar a
expansão absurda das monoculturas de eucalipto; para reforçar a conservação da natureza e da biodiversidade,
com mais meios humanos; para contrariar os níveis de poluição inaceitáveis nos nossos rios; para reponderar o
Plano Nacional de Barragens, com implicações na segurança do território; para reduzir os resíduos — como os
de embalagens e de plásticos — que inundam os nossos mares; para garantir a redução da pegada ecológica
no setor alimentar, com a preferência pela produção local no consumo público e com o combate ao desperdício
alimentar; para garantir mais investimento nos transportes públicos, com vista a combater as alterações
climáticas, a promover maior coesão territorial e o direito à mobilidade das populações, exigindo melhorias na
rede ferroviária nacional e a redução do preço dos passes sociais. São verdes os caminhos do futuro, da
esperança libertadora dos sonhos.
Quando, em Portugal, dizemos que devemos urgentemente ir mais longe nos índices de desenvolvimento e
bem-estar e na promoção da justiça social e ambiental, não baixaremos os braços e lutaremos incansavelmente
para que assim seja.
Quando constatamos que a União Europeia está moldada aos interesses dos países mais fortes, das elites,
do grande poder económico e financeiro, do militarismo, e distanciada das necessidades dos cidadãos,
lutaremos para que se garanta uma Europa de cooperação entre Estados iguais e soberanos, de solidariedade
com os povos, primeiríssimos destinatários das opções políticas, venham elas de que instância vierem.
Termino, com uma palavra sobre este que é um ano com três atos eleitorais, para relembrar que, nas
primeiras eleições livres, onde mulheres e homens ganharam o direito de decidir dos destinos coletivos, a taxa
de participação ultrapassou os 90%. Abdicar desse direito de votar, que custou a conquistar, é uma rendição ao
conformismo, é deixar nas mãos de outros a decisão, quando a verdade é que cada voto conta para fazer a
diferença e determinar a correlação de forças políticas. A verdade é que um gesto pode ser mais um poema!
«Pelo sonho é que vamos! (…)
Chegamos? Não chegamos?
Partimos. Vamos. Somos.»
Viva o 25 de Abril!
Aplausos de Os Verdes, do PS, do BE, do PCP e do Deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira.
O Sr. Presidente da Assembleia da República: — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, em nome
do Grupo Parlamentar do PCP, a Sr.ª Deputada Diana Ferreira.