3 DE MAIO DE 2019
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Está cá escrito: «a preços correntes»!
Ora, a preços correntes, na política de coesão, não temos um corte, temos um aumento. E nem sempre foi
assim, porque, há sete anos, quando, na negociação então feita, o ex-Presidente da Comissão Durão Barroso
dizia, numa picaresca expressão, que se assegurava uma «pipa de massa» para reforço do montante financeiro
para Portugal, a verdade é que, nessa altura, a preços correntes, não tínhamos um aumento, tínhamos mesmo
uma redução. É isso que agora é, e tem de ser, evitado.
Aplausos do PS.
Perguntam se estamos satisfeitos. Não, não estamos satisfeitos, porque há trabalho a fazer. Há trabalho a
fazer para assegurar que o nível de comparticipação nacional não é aquele que está previsto na proposta da
Comissão, porque vai ser melhor.
Não estamos satisfeitos, porque na política agrícola é necessário continuar a assegurar que, para além do
aumento, que já temos, de 160 milhões de euros no 1.º Pilar, vamos evitar o corte de 700 milhões de euros no
2.º Pilar.
Mas também já garantimos, porque o Comissário Europeu para a Agricultura já foi dizê-lo aos Açores, que
não haverá o corte de 40% no POSEI (Programa de Opções Específicas para fazer face ao Afastamento e à
Insularidade), essencial para o desenvolvimento das duas regiões autónomas.
E vamos ter de continuar a trabalhar para que, na política de coesão, mesmo em termos reais, a preços
constantes, também não haja qualquer corte.
Assim como temos de assegurar que, relativamente aos programas centralizados na defesa, na ciência, no
investimento da União Europeia, no programa da conectividade, continuaremos a aumentar a participação.
O Sr. Presidente: — Já excedeu o seu tempo, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou já terminar.
Chamo a atenção para o facto de, na ciência, até agora, já termos aumentado em 750 milhões de euros o
nosso acesso. Prevemos ainda que, até 2020, vamos conseguir mobilizar mais 1000 milhões de euros e que
seguramente, no próximo quadro financeiro, teremos de aumentar mais 2000 milhões de euros de financiamento
para a ciência.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Concluo, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: é com grande expectativa que
aguardamos que, no Conselho Europeu, a realizar em junho, seja possível aprovar, nos termos do mandato
unanimemente concedido ao Eurogrupo em dezembro, um novo instrumento financeiro para a competitividade
e convergência que já tem alocado um total de 22 000 milhões de euros e onde temos a expectativa de Portugal
poder ir buscar bastante mais do que aquilo que neste momento ainda está ameaçado de perder em termos da
política de coesão.
O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, o ponto de partida é bom e o ponto de chegada será seguramente
melhor, porque nós não desistimos de lutar até ao fim pelos interesses de Portugal e dos portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra, pelo Grupo Parlamentar do PSD, para formular perguntas, o Sr.
Deputado Fernando Negrão.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, em primeiro lugar, permita-me uma palavra de
solidariedade para com o povo venezuelano e, em especial, a comunidade portuguesa, dizendo que esperamos