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I SÉRIE — NÚMERO 87

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A Sr.ª Laura Monteiro Magalhães (PSD): — Uma educação que os prepare para a globalização, porque é

urgente repensar e construir uma escola de futuro. Estamos quase na 4.ª Revolução Industrial, mas nas nossas

escolas — na sua essência — continuam a pregar-se metodologias de aprendizagem da 1.ª Revolução

Industrial. E estas, Sr.as e Srs. Deputados, pouco preparam para as novas exigências do mercado de trabalho.

O PAN fala na necessidade de dar voz aos jovens. É verdade! Os jovens necessitam de participar mais e

nós também precisamos da participação dos jovens na sociedade.

Mas isso torna-se mais difícil quando hipotecam o seu futuro, pelo facto de virem de famílias economicamente

desfavorecidas, vendo-se muitas vezes obrigados a abandonar a sua formação académica.

O tempo dos jovens, dos jovens que frequentam o ensino superior, não se compagina com os mais de seis

meses à espera de uma resposta definitiva aos seus pedidos de apoio, de ação social.

Os jovens não podem ser selecionados pela sua origem socioeconómica. Os jovens que estão no ensino

superior e que têm uma situação socioeconómica mais desfavorecida, aquilo que verdadeiramente os perturba

é, por exemplo, não terem as bolsas de estudo pagas a tempo e horas.

Não vão assim muitos dias em que ainda tínhamos mais de 11 000 estudantes à espera de uma resposta

definitiva, de um apoio de ação social para este ano letivo que está a terminar. Sim, é verdade! Há cerca de um

mês, 11 000 estudantes estavam à espera de uma resposta definitiva de apoio de ação social para este ano

letivo que está a terminar.

E o que dizer da falta de residências? Mais de 120 000 estudantes do ensino superior público são deslocados

e a taxa de cobertura nacional do alojamento social destes jovens estudantes situa-se apenas nos 13%.

Manifestamente insuficiente, como saberão!

Esta é a geração mais qualificada de sempre, mas não podemos esquecer que o mercado de trabalho está

a mudar, com os desafios trazidos pela inteligência artificial e pela digitalização.

E, por isso, a inovação, a tecnologia e a digitalização têm de andar de mãos dadas com a educação e a

formação.

Mas esta geração, apesar de ser a mais qualificada de sempre, vê os seus serviços serem pagos a preços

de saldo. Apesar de muitos jovens portugueses possuírem uma licenciatura, não conseguem pagar a renda de

uma casa. Os que se aventuram a sair da casa dos pais nestas condições ficam, apenas, por uma casa

partilhada e restam muito poucos que ousem pensar em ter casa própria, porque, apesar de terem emprego e

auferirem baixos salários, não raras vezes, esse mesmo emprego é precário.

É certo que o início da vida ativa dos jovens adultos portugueses depende, entre outros, do acesso à

habitação, sendo este um dos fatores que dificulta a sua autonomia e posterior constituição de família.

Os jovens portugueses coabitam com os pais durante grande parte da sua vida adulta e muitos deles, depois,

quando se veem confrontados com indesejáveis situações de desemprego, retornam à casa dos progenitores.

De facto, o início da vida ativa dos jovens adultos portugueses também depende desta estrutura e ao Estado

compete-lhe potenciar as condições para esse efeito.

E o que é que tem sido feito? Pouco, muito pouco, e esta deveria ser uma das prioridades para dar voz aos

jovens.

Temos o Porta 65 Jovem — é verdade! —, mas este programa, apesar das propostas apresentadas pelo

PSD, não tem dado uma resposta suficiente e cabal aos jovens portugueses. O Porta 65 Jovem até pode ter

verbas orçamentadas, mas a sua execução deixa muito a desejar.

Temos um Governo e uma maioria que passou uma legislatura a criticar a lei de habitação do anterior

Governo, mas, durante quatro anos, nada fez em concreto que fosse eficaz e produzisse resultados.

Quando temos jovens que, apesar de terem boas qualificações, têm empregos precários e baixos salários,

que não conseguem, por exemplo, ter acesso a um direito universal, como o da habitação, como podemos

esperar que subam as baixas taxas de natalidade?

Sr.as e Srs. Deputados: Dar voz aos jovens é dar-lhes condições para que possam viver a sua juventude em

plenitude; dar voz aos jovens é dar-lhes condições para que possam ter uma verdadeira emancipação; dar voz

aos jovens é debater e resolver os seus reais problemas, aqueles que os afetam e os preocupam no dia a dia.

E é exatamente tudo o que foi elencado que preocupa realmente os jovens portugueses e que não está a ser

discutido.

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