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I SÉRIE — NÚMERO 95

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O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Temos sete vezes mais do que no ano passado!

O Sr. Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural: — Diz o Sr. Deputado que temos mais.

Pois temos, Sr. Deputado! Temos 11 000 ha, neste momento. E ainda bem que temos, porque é uma das

culturas mais bem cotadas, para as quais o País tem aptidão, e é uma cultura que não é das que mais gasta

água. Ainda bem que temos, Sr. Deputado. Ainda bem que temos. Não percebo onde é que está o problema!

A Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia diz: «O senhor anunciou que vai deixar de atribuir apoios ao investimento».

Então, eu estou a ser preso por ter cão e preso por não ter cão! Porque, se não faço isso, aqui d'el rei; se faço

isso, já estou a demonstrar que é preciso! Sr.ª Deputada, faço isso, porque, neste momento — não sou favorável

à monocultura em nenhuma circunstância —, já temos, com esta cultura, cerca de 30% do perímetro total de

rega do Alqueva e eu entendo que há que estabelecer limites à sua continuidade e, por isso, estabelecer

interrupções. Acho que não faz sentido continuar a apoiar financeiramente a instalação de lagares, quando já

temos lagares mais do que suficientes para laborar toda a nossa matéria-prima. É uma atitude de pura

racionalidade. Quem quiser fazer lagares que faça à sua custa. Fá-lo-á sem apoios públicos. É apenas isso, Sr.ª

Deputada.

Por último, a Sr.ª Deputada disse, ainda, que o olival descaracteriza a paisagem. Gostava de chamar a sua

atenção do seguinte…

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Quer ver que também é mentira!

O Sr. Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural: — Sr. Deputado, então, o que é não

descaracterizar a paisagem? É ter a paisagem como se não houvesse regadio, não é? Nós investimos no

Alqueva 2500 milhões de euros, Sr. Deputado. É evidente que naqueles 180 000 ha a paisagem tem de ser

descaracterizada, porque passamos de uma cultura de sequeiro para uma cultura de regadio. A única forma de

não descaracterizar a paisagem era não ter feito o regadio! Mas o seu partido e outros que aqui estão nesta

Sala andaram durante anos, comigo, a batalhar por aquela obra. Então, depois de a termos concluída, dizemos:

«Alto lá! Agora não podem descaracterizar a paisagem, vamos continuar com as culturas que existiam antes de

a obra de beneficiação ter sido feita»?

Sr.ª Deputada, temos de ter consciência de que não vivemos no paleolítico! Não vivemos da caça e da

recoleção! Nós vivemos da agricultura!

Aplausos do PS.

Vivemos da agricultura! É a agricultura que alimenta a humanidade, é a agricultura que contribui para a

economia do País, que contribui para o emprego, que contribui para o nosso autoabastecimento alimentar e

isso, naturalmente, tem custos ambientais. Uma horta descaracteriza a paisagem. A pessoa que, à volta da sua

casa, faz uma horta está a descaracterizar a paisagem! Há custos ambientais que decorrem, necessariamente,

da atividade agrícola, a não ser que voltemos ao paleolítico. É a única forma de resolver essa equação.

O que nós queremos, obviamente, é mitigar, reduzir os impactos negativos. É isso que estamos a fazer,

analisando os solos, analisando as águas, analisando a composição final dos produtos e, de todas as análise

que temos, nenhuma delas sustenta as teses que estão, neste momento, na opinião pública, diabolizando uma

cultura que não é diferente das outras culturas. Só que tem essa terrível pecha, que é o facto de se chamar

«intensivo». Mas repito, quando ouvirem falar em intensivo, lembrem-se de todos os legumes que consomem

em casa!

Aplausos do PS.

O Sr. Pedro do Carmo (PS): — A salsa, por exemplo!

O Sr. Presidente: — O tempo usado em excesso será descontado na próxima ronda, que começa de

seguida.

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