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29 DE JUNHO DE 2019

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Como já foi dito por muitos, Portugal hoje não tem nada a ver com o que era antes do 25 de Abril, quando o

analfabetismo rondava os 35% e só uma fração ínfima da população tinha as qualificações necessárias para

participar na construção de um futuro melhor. Mas, após a nossa entrada para a CEE (Comunidade Económica

Europeia), em 1986, houve um breve período em que nos afastámos do extraordinário caminho de convergência

para a Europa, caminho esse trilhado em muitas áreas, incluindo, claramente, a do conhecimento.

As razões para esse afastamento e as consequências devastadoras desse processo na vida de muitos

portugueses são amplamente conhecidas. Centenas de milhares emigraram à procura de emprego por esse

mundo fora para realizarem os seus sonhos e, entre eles, muitos investigadores, engenheiros, médicos,

arquitetos, enfermeiros e professores. Mas os dados confirmados dos últimos três anos, que começam com o

início desta Legislatura e deste Governo, também mostram claramente que voltar a convergir é possível.

Aplausos do PS.

A despesa total em investigação e desenvolvimento atingiu perto de 2,8 mil milhões de euros em 2018, ou

seja, 1,4% do PIB (produto interno bruto) e um crescimento de mais de 20%, em comparação com 2015. Merece

ser enfatizado que este crescimento é particularmente expressivo no setor das empresas, refletindo o seu

esforço em acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal.

Outro elemento fundamental deste «voltar a convergir» é o reforço dos recursos humanos nas diferentes

áreas do conhecimento, que atinge 10,9 pessoas, ou ETI (equivalente a tempo integral), por 1000 na população

ativa, um aumento, também aqui, de perto de 20%, em comparação com 2015. Em meados deste mês, e desde

janeiro de 2017, já tinham sido contratados perto de 5200 investigadores e docentes doutorados, excluindo os

contratos por parte das empresas, cujo processo se encontra em fase final.

Mas isto são números, que são importantes, sem dúvida, mas suspeito de que todos se recordam do que

Mark Twain disse sobre a manipulação dos dados estatísticos. Muito mais relevante são as vidas que foram

transformadas neste período e confesso que foi gratificante encontrar, numa visita feita há dias a uma empresa

biotecnológica com enorme dinamismo, localizada em Tondela, uma jovem à frente dos laboratórios de

microbiologia e biologia molecular que, quando me viu, perguntou: «Professor, não se lembra de mim? Formei-

me na sua escola e doutorei-me no seu Instituto». Ela explicou-nos que, nesta empresa, 80% do pessoal é

qualificado e que a dificuldade atual está na contratação de pessoal não qualificado.

Como ela encontramos, hoje, milhares de jovens profissionais que encontraram o seu lugar em Portugal. O

pessimismo que invadia o País há pouco tempo praticamente desapareceu, a confiança no futuro aumentou

brutalmente e, com ela, também, obviamente, as nossas exigências.

Aplausos do PS.

Hoje, muitos dos que estariam espalhados por esse mundo fora estão no Porto, em Braga, em Coimbra, em

Bragança, em Vila Real, em Aveiro, em Lisboa, em Évora, em Beja, em Faro, nos Açores e em Tondela, a

trabalhar nas mais variadas áreas do conhecimento e da inovação.

Não será de espantar que o relatório do Painel Europeu da Inovação, publicado na semana passada, coloque

Portugal em primeiro lugar no grupo dos «inovadores moderados», a poucas décimas de passar para o grupo

dos «inovadores fortes». O lançamento de novos arranjos institucionais, reunindo centros científicos e

académicos com o setor produtivo, na forma de Laboratórios Colaborativos e a renovação em curso dos

Laboratórios Associados são exemplos claros da diversidade de estratégias de I&D (investigação e

desenvolvimento) instaladas no terreno. E podia acrescentar inúmeros exemplos para ilustrar o que mudou de

forma indiscutível.

Estes resultados mostram claramente a prioridade política dada através de várias resoluções do Conselho

de Ministros, nomeadamente o Compromisso com o Conhecimento e a Ciência, de 2016, assim como a

Estratégia de Inovação Tecnológica, de 2018. Tudo isto sempre no contexto de orçamentos muito rigorosos.

E tão importante, ou talvez mais, é que este resultado não só é reconhecido dentro, como também fora do

País. Em muitos destes domínios, Portugal está a ser observado atentamente pelas mais variadas agências de

financiamento e por muitas empresas que aqui se têm vindo a instalar e que elogiam os avanços alcançados.

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