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I SÉRIE — NÚMERO 1

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Nesse ano, a democracia portuguesa fará 48 anos. Depois de 48 anos de má memória, teremos, então, 48

anos de boas memórias, boas memórias essas que não deixaremos de reavivar. Boas memórias, mas

insuficiências políticas, económicas, sociais, ambientais, culturais.

Há muito a fazer em Portugal, e esta Casa da democracia terá aí um papel muito relevante.

Valorizar a memória histórica é um exercício de que não nos podemos dar ao luxo de abdicar, virados para

o futuro, mas aprendendo sempre com o passado.

Recordemos as palavras sábias do antigo Presidente da República Federal da Alemanha, Richard von

Weizsäcker: «A história mostra-nos do que somos capazes e não devemos pensar que somos hoje diferentes e

melhores».

Por isso, dizia eu, a memória histórica deve permanecer como a linha orientadora da nossa atitude no

presente e da forma como vamos resolver os nossos problemas no futuro, reafirmando valores e reconhecendo

aqueles que, em momentos difíceis, os protagonizaram.

Sr.as e Srs. Deputados, entre os problemas que temos de resolver no presente e no futuro há um que emerge

de forma incontornável: a questão climática.

Há, hoje, um grande consenso na sociedade portuguesa em torno da urgência do combate às alterações

climáticas. E permitam-me só mais uma citação, porque nunca como hoje a célebre frase de Albert Camus foi

tão verdadeira: «Cada geração sente-se condenada a refazer o mundo. No entanto, a minha geração sabe que

não irá refazer o mundo, a sua tarefa é porventura ainda maior pois consiste em impedir que o mundo se

desfaça».

É disso que falamos quando falamos da ameaça climática: falamos de uma ameaça existencial.

Não se trata aqui de um assunto de mera orgânica governamental, é uma causa que a todos diz respeito e

para a qual todos estamos convocados. E também aqui a Assembleia da República terá uma palavra a dizer, no

plano legislativo, naturalmente, mas também na mobilização da sociedade portuguesa para este que é, sem

dúvida, o grande desafio do nosso tempo.

Oportunamente, levarei a apreciação da Conferência de Líderes, e em diálogo com a comissão parlamentar

competente, um programa de iniciativas sobre este tema para toda a Legislatura.

Sr.as e Srs. Deputados, cabe-nos a nós, Deputados, fazer progredir a democracia. O nosso respeito pela

democracia é parte fundamental do respeito que temos por nós mesmos. Respeitar a Constituição, as leis e o

Regimento da Assembleia da República são imperativos de todos nós.

Vamos continuar a contribuir para a evolução do Parlamento.

E queria aqui deixar aqui um agradecimento muito grande ao Vice-Presidente cessante, Jorge Lacão, o papel

importante que desempenhou na Legislatura que agora acaba.

Aplausos do PS.

Termino saudando todos os presentes: convidados, jornalistas, funcionários parlamentares, fazendo votos

para que estes sejam quatro anos de realização pessoal e profissional.

Às Sr.as Deputadas e aos Srs. Deputados que aqui chegam pela primeira vez digo: sejam bem-vindos e

àquelas e àqueles que foram de novo eleitos digo sejam bem-regressados.

Como titulares de um órgão de soberania, como representantes da vontade popular, só posso desejar a

todos os maiores sucessos e as maiores felicidades. O sucesso desta Legislatura será, certamente, o sucesso

da democracia, o sucesso de Portugal e dos portugueses.

Muito obrigado.

Aplausos do PS (de pé), do PSD, do BE e do PAN.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, seguem-se intervenções dos grupos parlamentares.

Tem a palavra, em primeiro lugar, a Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendes.

A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As minhas primeiras

palavras são para o Sr. Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues, pela sua reeleição.

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