O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 5

20

Protestos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, isto quer dizer que, até ao 9.º ano, nem nada nem ninguém é avaliado. E isto é errado

por dois motivos. Em primeiro lugar, é errado por uma questão de senso comum, porque o objetivo da escola e

do sistema educativo é o de que os alunos aprendam. Passar ou não passar é um sintoma e nós temos é de

agir na causa, ou seja, os alunos devem passar quando aprendem. E a escola cumpre a sua função quando os

alunos aprendem. Eliminar o sintoma sem tratar de eliminar a causa é errado.

Em segundo lugar, também por filosofia e por uma questão de boa informação, é preciso lembrar que Portugal

é um dos países em que o perfil socioeconómico dos alunos é mais definidor do sucesso escolar, o que significa

que o elevador social está avariado e que a escola não cumpre a sua função de restabelecer a igualdade entre

alunos que vêm de famílias mais favorecidas e alunos que vêm de famílias mais desfavorecidas. Sr. Primeiro-

Ministro, decretar a passagem de todos é desistir destes alunos que vêm de famílias mais desfavorecidas e para

os quais a escola não está a olhar.

Portanto, a primeira pergunta que lhe faço, Sr. Primeiro-Ministro, é esta: vai ou não repensar esta medida

absurda?

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, António Costa.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, em primeiro lugar, não vale a pena ameaçar com

a vinda aqui do Sr. Ministro da Educação, porque a vinda dos membros do Governo ao Parlamento não é feita

sob cominação policial! É nosso dever vir cá, e fazemo-lo com gosto, porque é esta a prática normal do debate

democrático. Portanto, não é uma ameaça!

Aplausos do PS.

O Sr. Ministro virá cá e a Sr.ª Deputada terá oportunidade de perceber que não há decretos-leis orais e que,

portanto, hoje não produzi aqui nenhum decreto-lei.

Risos do PS.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Mas pareceu!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas gostaria muito de me regozijar por verificar que, agora, a Sr.ª Deputada

está preocupada com a igualdade e com a reposição do elevador social, depois de ter sido eleita com base num

programa que prometia que quem não tivesse notas para entrar na universidade pudesse pagar o seu lugar.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Bem lembrado!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Se a Sr.ª Deputada não souber responder, chumba!

O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, apreciei muito o exercício de retórica do Sr. Primeiro-

Ministro, mas não fiz uma ameaça. A vinda do Sr. Ministro da Educação já foi aprovada.

Sr. Primeiro-Ministro, só gostava de saber, porque não percebi, se vai repensar a medida ou se é mesmo

assim, isto é, se estão todos os alunos passados até ao 9.º ano.

Aplausos do CDS-PP.

Páginas Relacionadas
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 5 18 O Sr. Primeiro-Ministro: — Pois não!
Pág.Página 18
Página 0019:
14 DE NOVEMBRO DE 2019 19 Temos de agir em diferentes níveis. Temos de melhorar as
Pág.Página 19