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22 DE NOVEMBRO DE 2019

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ter uma participação dinâmica e não subalterna, deve reconhecer o papel relevante dos nossos setores

produtivos e, a partir deles, acompanhar medidas de desenvolvimento das forças produtivas, de melhoria das

condições de produtividade, a partir do aproveitamento da riqueza e dos recursos naturais, e deve ser,

naturalmente, a favor de uma utilização e de um aproveitamento mais equilibrados, mais consentâneos e

ecológicos dos recursos naturais.

Uma última questão, que, naturalmente, queria deixar referida, tem a ver com o papel do investimento na

ciência e na investigação. Temos necessidade de contrariar a concentração da investigação científica apenas

nas áreas que garantem maiores taxas de lucro e que são deixadas nas mãos das multinacionais.

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Deixo apenas estas questões como referência para um debate que,

naturalmente, não se pode concluir na discussão que fizemos hoje.

Aplausos do PCP e do PEV.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Pires, do Grupo

Parlamentar do Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas: Até às 15 horas da tarde de

hoje, ninguém percebia muito bem o que é que seria este debate.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Passadas estas horas, pelos vistos, nem o Partido Socialista percebeu muito

bem o debate que aqui trouxe.

O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — É verdade! Exatamente!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — O Sr. Deputado, na intervenção inicial, falou de um debate global, disse que isto

se tratava de um debate global, mas não teve, durante as várias intervenções, uma única resposta para nenhuma

das perguntas que foram colocadas, nomeadamente sobre o investimento no ensino superior, na ciência e sobre

a forma como o Governo está a tratar quem trabalha na ciência.

Sendo certo que a transição digital é um dos desafios dos nossos tempos, teria sido interessante perceber,

por parte de quem propôs o debate, que propostas concretas tem para responder aos problemas que se

colocam, porque o risco de se fazer um debate global é o de ter apenas generalidades para dizer e poucas ou

nenhumas propostas.

Um dos principais desafios prende-se exatamente com o mundo laboral. Como em qualquer momento de

transição, nem tudo são rosas e há que olhar de frente para os problemas que se colocam, não porque

queiramos continuar a olhar para o passado, mas porque o futuro não pode ser mais precário do que o presente

encapotado de uma suposta modernidade.

Quando falamos de transição digital, falamos de organização do trabalho e a introdução em força da

robotização de tarefas ou a integração da inteligência artificial colocam necessariamente questões sérias sobre

a divisão do trabalho.

Numa altura em que a tecnologia avança com tanta rapidez e permite soluções cada vez mais eficazes, há

que utilizar esses mecanismos, não para precarizar a vida de quem trabalha, mas para melhorá-la. Num

momento em que a lógica e a avaliação das novas tecnologias nos fariam pensar que deveríamos trabalhar

menos horas por dia, aquilo a que assistimos é a horários de trabalho que aumentam, com mais trabalho por

turnos e noturno, com um crescendo da laboração contínua, com uma verdadeira «uberização» das relações

laborais.

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