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I SÉRIE — NÚMERO 11

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num ano. Estes são números de 2018. Não há dinheiro para análises, para máquinas de ecografia que

funcionem, mas, depois, gastam-se, por ano, 500 milhões de euros para contratualizar meios complementares

de diagnóstico aos privados. Aliás, este é um número que tem vindo a subir cada vez mais todos os anos, desde

2013.

Como o Serviço Nacional de Saúde não pode planear e não pode contratar, mas também não fecha as portas

— e bem — porque tem de responder às pessoas, vai ficando enfraquecido, endividado e não tem a estrutura

robusta que precisava de ter.

Na verdade, isto lembra um anúncio antigo: «O barato sai caro». Ou seja, não se deixa gastar, mas acabamos

por gastar mais. Na verdade, a ideia que temos é a de que, neste momento, o maior obstáculo a uma eficiente

gestão do Serviço Nacional de Saúde chama-se Ministério das Finanças.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Não queremos fazer aqui hoje o debate setorial sobre o Orçamento —

seguramente, temos vontade de chegar a bom porto nesse debate —, mas cabe perguntar qual é a estratégia

do Governo para este Orçamento. Nesta Legislatura, vai ter uma estratégia de investimento ou vamos continuar

com uma estratégia de curto prazo? Vai ser mais da mesma estratégia de suborçamentação, mais da mesma

estratégia de adiar investimentos urgentes e estruturantes?

Veja bem, no último trimestre do ano e mesmo com excedente orçamental, Mário Centeno mantém cativos

800 dos 1000 milhões de euros que tem autorização para cativar. Isto não é boa gestão, isto é má gestão!

Dou-lhe um exemplo concreto: na Linha de Sintra, centenas de milhares de utentes desesperam todos os

dias, porque não há comboios, e não vemos nada previsto. Quando é que vamos ter novos comboios na Linha

de Sintra? Como é que um país que tem excedente, que dá 850 milhões de euros por ano ao Novo Banco, não

tem comboios novos na Linha de Sintra?!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, comecemos pelos comboios,

porque a resposta é mais curta e concreta.

Não vamos contar a história do desinvestimento que todos conhecemos e também, infelizmente, nunca

nenhum de nós viu um stand onde se entrasse para comprar comboios. Portanto, quando os comboios são

encomendados, leva tempo até serem entregues.

Como sabe, foi lançado um concurso relativamente aos comboios regionais da CP, que está em curso e que

prevê 22 novas composições. Com a eletrificação da Linha do Douro, por exemplo, até ao Marco de Canaveses,

já pudemos reforçar, este ano, a Linha do Oeste e não tivemos muitos dos problemas que se verificaram no ano

anterior nesta Linha.

No que diz respeito à Linha de Sintra, com o reforço da capacidade da Empresa de Manutenção de

Equipamento Ferroviário (EMEF), já estão, neste momento, em reparação cerca de oito comboios, seis dos

quais se destinam exclusivamente à Linha de Sintra, de forma a recuperar a capacidade de serviço que se foi

perdendo nessa Linha.

Relativamente ao Serviço Nacional de Saúde, convém não esquecer que não estamos no ponto zero.

Estamos num ponto que é de 1800 milhões de euros acima do ponto onde estávamos há quatro anos.

Aplausos do PS.

Se hoje há carências, há quatro anos as carências eram muito superiores. E, graças a esta recuperação,

hoje não temos só mais 15 000 profissionais no Serviço Nacional de Saúde; entre 2018 e 2019, do ano passado

para este ano, temos mais 235 000 consultas nos cuidados de saúde primários, temos mais 170 000 consultas

nos hospitais, temos mais 23 000 cirurgias nos hospitais, temos menos 2700 episódios de urgências nos

hospitais, graças ao desenvolvimento dos cuidados de saúde primários. E estou apenas a referir o período do

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