O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 33

52

O Sr. PauloRiosdeOliveira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Ana Mesquita,

partilhamos o mesmo ponto de partida. O Partido Comunista tem acompanhado as nossas iniciativas na

Comissão e, como sabe, temos acompanhado as do PCP no sentido de esclarecer tanta trapalhada.

A cultura tem estado nas páginas dos jornais e sempre por maus motivos: é a questão das obras de arte do

Estado, que tem de ser esclarecida; foi a nomeação muito anormal do novo Diretor-Geral do Património Cultural,

que suscitou uma reação violentíssima do setor e que carece de uma explicação; é a questão do Secretário de

Estado que tem uma empresa, que já não tem, que era para ter, mas depois não tinha e a parte do lucro que

podia receber; é a RTP, em que uma liderança fraca faz fraca as fortes gentes; é a ERC (Entidade Reguladora

para a Comunicação Social), em que as decisões são incompreensíveis e até se fala num ambiente pessoal

intransponível; são as nomeações. Enfim, a cultura acumula notícias e não são positivas.

Sr.ª Deputada, o Partido Comunista exige um conjunto de coisas e é a partir de agora que estamos em

dessintonia. Isto porque o PCP, no último Orçamento, apresentou mais de 20 propostas na área da cultura e,

que se saiba, na área do património cultural, tem aprovada uma ou meia proposta, mas votou o Orçamento.

A questão é esta: durante quanto tempo e o que é que tem de acontecer para que os senhores tenham uma

reação consequente? Isto porque enquanto for exigências da tribuna do orador e voto no Orçamento, o Partido

Socialista vive bem com isso. Nós fomos coerentes, não concordámos, queríamos saber e votámos contra!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para um pedido de esclarecimento, o Sr. Deputado Luís

Capoulas Santos.

O Sr. LuísCapoulasSantos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Ana Mesquita,

penso que se nos exige, enquanto Deputados, que, quando fazemos uma intervenção ou abordamos um tema,

saibamos do que estamos a falar e não me pareceu que isso tenha sucedido com V. Ex.ª, em primeiro lugar,

porque a ouvi referir várias vezes o património de Belém ou do Museu de Belém.

A Sr.ª AnaMesquita (PCP): — Ouviu mal!

O Sr. LuísCapoulasSantos (PS): — Aquele património foi adquirido pela Coudelaria de Alter do Chão no

período de 1995-2002, altura em que foi feito o maior esforço de investimento para a reabilitar, depois de, em

1995, ter estado à beira de acontecer a sua privatização e de ter sido evitada in extremis.

A Sr.ª AnaMesquita (PCP): — Está incorporada onde mesmo?

O Sr. LuísCapoulasSantos (PSD): — Trata-se de uma instituição com 272 anos de história, sendo a

coudelaria mais antiga na Europa a funcionar ininterruptamente e onde se fez um investimento relevantíssimo,

pretendendo que ali se instituísse um polo de desenvolvimento regional em torno desse cluster que é o cavalo

Alter Real, o cavalo Lusitano.

Assim, instalou-se um laboratório de genética molecular, que hoje funciona em ligação com a Universidade

de Évora; uma escola profissional de equitação, uma escola de falcoaria; um museu equestre, para o qual foram

adquiridas várias peças, entre as quais esta Coleção Daenhardt; foi criado um pequeno museu dos coches;

foram criados picadeiros cobertos e descobertos e ficou pendente a construção de um hotel que, na altura,

estava em negociação com a ENATUR (Empresa Nacional de Turismo), que entretanto sofreu a evolução que

todos conhecemos.

Portanto, Sr.ª Deputada, o que está em causa e o que gostaria que V. Ex.ª me dissesse é se quer que a

coleção, que foi adquirida pela Coudelaria para ser fruída na Coudelaria, no contexto de um projeto de

desenvolvimento regional ancorado no cavalo Alter Real, ali continue a ser exposta ou que seja exposta em

Lisboa.

A Sr.ª AnaMesquita (PCP): — Não disse isso!

Páginas Relacionadas
Página 0053:
27 DE FEVEREIRO DE 2020 53 O Sr. LuísMoreiraTesta (PS): — Claro que é isso! Disse i
Pág.Página 53