O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 DE FEVEREIRO DE 2020

25

Relativamente ao conjunto de iniciativas que hoje estão em discussão, queria também, em nome de Os

Verdes, deixar três notas. A primeira é para dizer que a apresentação de projetos de lei, por parte do PS e do

PSD, é um bom sinal, porque incidem ou sugerem uma evolução na forma como, tanto o PS como o PSD, têm

olhado para o problema. Recordo que o PS e o PSD inviabilizaram, por exemplo, com o seu voto contra, um

projeto de lei apresentado por Os Verdes, durante a X Legislatura, e que propunha exatamente impor limites à

cobrança de despesas de manutenção de contas bancárias. E, portanto, é caso para dizer: PS e PSD bem-

vindos ao clube!

A segunda nota é para dizer que Os Verdes vão acompanhar todas as iniciativas legislativas em discussão

que, a nosso ver, venham proteger os consumidores, nomeadamente, através da imposição de limites às

cobranças das comissões bancárias ou através da proibição de cobrança de encargos pelas prestações de

serviços de pagamento e pela realização de operações com recurso a aplicações digitais.

Por fim, queria dizer que Os Verdes acompanham a leitura que o Partido Socialista hoje fez, através do Sr.

Deputado Fernando Anastácio, relativamente à chantagem feita pela Associação Portuguesa de Bancos, como

resposta à discussão que fazemos neste Plenário, acrescentando agora que, na perspetiva de Os Verdes, esta

chantagem da Associação Portuguesa de Bancos é absolutamente inaceitável.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brás, do Grupo Parlamentar do PS.

O Sr. Carlos Brás (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Um Estado de direito tem a obrigação de

proteger os seus cidadãos e uma maioria parlamentar de esquerda tem o dever de criar condições, através do

seu poder legislativo, que garantam a igualdade de circunstâncias perante as instituições, regulando os

desequilíbrios criados pelo mercado e pelos agentes económicos. Assim é, também, no acesso a produtos

financeiros e bancários.

A sociedade foi-se estruturando de forma a tornar indispensável e incontornável a utilização destes serviços

bancários. Por sua vez, estes viram nesta evolução a oportunidade de diversificar, complexificar e,

consequentemente, cobrar, criando franjas de população excluídas e, por vezes, alvo de alguns abusos.

Todos percebemos que o negócio bancário tem vindo a evoluir da intermediação financeira para o

comissionamento, e também todos percebemos que, se não há atualmente, já houve concertação entre bancos

subvertendo os princípios da livre concorrência, com prejuízo óbvio dos clientes. Sabemos, ainda, que têm vindo

a ser criados produtos e serviços de fácil acesso e utilização e que, generalizada a sua divulgação, logo após

aparecem as taxas para os cobrar.

Acresce a isto que os portugueses têm vindo a alterar a forma como olham para os bancos. Estes eram, até

há poucos anos, instituições credíveis e de total confiança. Mas, fruto de diversas vicissitudes, de escândalos e

de casos de corrupção no setor, hoje, os portugueses olham para os bancos com desconfiança e com muitas

dúvidas.

Sendo os bancos e o sistema financeiro peças fundamentais de uma economia desenvolvida e moderna,

importa, pois, que o poder legislativo intervenha regulando a relação entre bancos e público e, sobretudo, em

favor da proteção dos mais frágeis e desfavorecidos. Assim aconteceu com o Decreto-Lei n.º 27-C/2000, de 10

de março, que veio criar o sistema de acesso aos serviços mínimos bancários. Esta é uma lei que tem vindo a

ser aperfeiçoada, foi-o em 2011, em 2012, em 2015, em 2017 e em 2018. Portanto, verifica-se aqui uma

significativa evolução legislativa.

Assistimos hoje, aqui, à apresentação de algumas propostas no sentido de alterar esta lei, criando a conta

básica universal, por exemplo, no caso do Bloco de Esquerda, mas todas militam num pressuposto errado, que

é o do número de contas abertas. Foi aqui dito por diversas bancadas que havia 78 000 contas de serviços

mínimos bancários abertas. Ora, tomei a liberdade de trazer aqui um gráfico, publicado no site do Banco de

Portugal no dia 13 de fevereiro — já tem alguns dias —, o qual demonstra precisamente que o pressuposto de

que partiram é o do 1.º semestre do ano passado, faltando contabilizar o 2.º semestre. Mas, no 2.º semestre,

houve também um acréscimo de 32%, sendo que, neste momento, são já 103 000 as contas abertas. Portanto,

não nos podemos agarrar a dados parciais, temos de fazer a análise dos dados totais.

Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.

Páginas Relacionadas
Página 0003:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 3 A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Boa ta
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 34 4 A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente
Pág.Página 4
Página 0005:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 5 O facto é que os bancos continuam a usar e
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 34 6 O terceiro grupo de propostas visa proibir as i
Pág.Página 6
Página 0007:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 7 No que diz respeito à conta de serviços mín
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 34 8 O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Eu não disse isso!
Pág.Página 8
Página 0009:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 9 O Sr. Miguel Matos (PS): — Mas se o digital
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 34 10 maioria dos cidadãos. Como tal, o acesso a det
Pág.Página 10
Página 0011:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 11 O Sr. Bruno Dias (PCP): — É sempre a mesma
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 34 12 Portugal. Segundo a DECO PROTESTE, em 2019, ma
Pág.Página 12
Página 0013:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 13 Estas comissões são absolutamente incompre
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 34 14 nomeadamente quando preveem a mobilidade, tão
Pág.Página 14
Página 0015:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 15 A Sr.ª Vera Braz (PS): — Em conjunto, Sr.ª
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 34 16 A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — O q
Pág.Página 16
Página 0017:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 17 o comissionamento, que é a única fonte de
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 34 18 Vozes do PS: — Muito bem!
Pág.Página 18
Página 0019:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 19 Sucede, porém, que, na prática, a banca ac
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 34 20 O PSD não estranha que a esquerda mais radical
Pág.Página 20
Página 0021:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 21 O Sr. João Oliveira (PCP): — É uma
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 34 22 Aplausos do PS. Entretanto, assu
Pág.Página 22
Página 0023:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 23 O Sr. Carlos Silva (PSD): — Quanto
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 34 24 O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço
Pág.Página 24
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 34 26 Mas diga-se em abono da verdade que este é um
Pág.Página 26
Página 0027:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 27 de monitorização e de reclamação das comis
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 34 28 A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presid
Pág.Página 28
Página 0029:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 29 esquecendo-se que sem lucro não há emprego
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 34 30 Dizia eu que o que vão fazer é acabar com um s
Pág.Página 30
Página 0031:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 31 Há uma questão que o Bloco de Esquerda gos
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 34 32 O Sr. JoãoPauloCorreia (PS): — Só se de
Pág.Página 32
Página 0033:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 33 O Sr. JoãoOliveira (PCP): — Exatamente!
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 34 34 A questão aqui é a de saber se existe, ou não,
Pág.Página 34
Página 0035:
28 DE FEVEREIRO DE 2020 35 A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Fal
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 34 36 Depósitos, as escolas tem de pagar comissões p
Pág.Página 36