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I SÉRIE — NÚMERO 41

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necessidades, mas também das potencialidades destes homens e destas mulheres, destes bombeiros e destas

bombeiras. Portanto, faz todo o sentido. Este conhecimento torna esta entidade um parceiro inestimável e que

não deve continuar a ser desconsiderado.

Queria referir, ainda, que os pareceres que já recebemos, tanto na Legislatura passada, quando foram

apresentados projetos no mesmo sentido, como os dois que recebemos agora, o da Associação Nacional de

Municípios Portugueses e o da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, se mostram favoráveis a esta

inclusão.

Em princípio, não há ninguém contra, não faz mossa a ninguém, não faz sentido que continuem a não fazer

parte deste órgão consultivo.

No Bloco de Esquerda, consideramos ser de toda a justiça, e do interesse de todos e de todas, que a

Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários tenha presença e lugar permanente neste órgão consultivo.

Evidentemente, consideramos que, em sede de especialidade, podemos consultar toda a gente que,

eventualmente, ainda falte e acertar o que possa estar em falta. Estamos abertos a essa possibilidade.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Vamos passar agora ao primeiro ponto da nossa ordem de trabalhos, com o debate de

atualidade, requerido pelo CDS-PP, sobre a resposta do País ao coronavírus — COVID-19.

Para abrir o debate, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.

O Sr. TelmoCorreia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados:

Gostaria de dizer, em primeiro lugar, em relação a esta matéria e ao combate a esta epidemia, que o CDS disse

sempre que teria uma posição de responsabilidade, de sentido de Estado, e, obviamente, mantemos essa

posição de responsabilidade e de sentido de Estado.

Ontem, madrugada dentro, inclusivamente, e depois da declaração do Sr. Primeiro-Ministro, percebemos que

houve uma mudança de atitude e um subir do grau de responsabilidade para enfrentarmos esta situação.

O que eu queria dizer é que, perante o apelo do Sr. Primeiro-Ministro à união, o CDS não foge a esse apelo,

mas, obviamente, se não fugimos a esse apelo, exigimos também determinação. E é importante que, além dessa

determinação, tenhamos a noção de que foram cometidos erros, no passado e no passado recente.

Na nossa opinião, Sr.ª Ministra, foram cometidos vários erros, o principal dos quais foi o de, durante algum

tempo, desvalorizarmos a gravidade desta situação. E o CDS foi dizendo-o!

Nós não controlámos os voos quando o deveríamos ter feito — aliás, os voos para Itália foram cancelados

quase mais de um mês depois de tal poder ter sido feito. O plano de contingência chegou dois meses e meio

depois desta epidemia. Não foram imediatamente reforçados, Sr.ª Ministra, nem os meios humanos, nem os

profissionais de saúde e, obviamente, compreendendo até as dificuldades, a Linha Saúde 24 não funcionou,

entrou em colapso. Pergunto, até, como é possível que, em certos casos, a Linha Saúde 24 tenha dado

indicações diferentes em relação a cidadãos que vieram de zonas de elevadíssimo risco e de contágio,

comunitário e endémico. Como é possível que a Linha Saúde 24 tenha dito «faça a sua vida normal», criando,

provavelmente, algumas das cadeias de contágio?

Sr.ª Ministra, na nossa opinião, perdemos tempo. Obviamente, não lhe vou falar na comunicação que foi

sendo feita e que, em muitos casos, foi absolutamente errática. Saudamos as decisões agora tomadas, mas

repare que o CDS tinha proposto, no início da semana, o fecho das escolas e aquilo a que assistimos foi, num

dia, a uma extensa conferência de imprensa em que, para além das queixas pessoais da Sr.ª Diretora-Geral de

Saúde — e nem falo disso —, a conclusão foi a de que não era necessário fechar as escolas e, no dia seguinte,

o Governo decide «vamos fechar todas as escolas», e bem, pois já devia ter sido decidido antes.

Mas não vamos falar mais disso, não vamos continuar a insistir nesse ponto, vamos falar, não de ontem, mas

de amanhã e daquilo para que temos de estar preparados e podemos ter de vir a enfrentar.

Desse ponto de vista, Sr.ª Ministra, há uma série de questões concretas que gostava de lhe colocar.

Sr.ª Ministra, um dos erros possíveis nesta matéria é, digo eu, não testar — pergunto-lhe se concorda.

Vamos, ou não, ter condições de alargar e de fazer mais testes a casos suspeitos, como forma de travarmos

este contágio?

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I SÉRIE — NÚMERO 41 50 O Sr. Presidente: — Faça favor.
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