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4 DE JUNHO DE 2020

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pluralidade da sua representação, desde o Bloco de Esquerda ao Chega. Todos têm de dar o seu contributo

para o esforço de recuperação económica e social do País.

Aplausos do PS.

Ainda não tive oportunidade de ler, naturalmente, o programa que o PSD hoje apresentou. Já o imprimi, levo-

o para trabalho de casa,…

Vozes do PSD: — Ah!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e, seguramente, no meio de tantas páginas,…

O Sr. Adão Silva (PSD): — São muitas!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … iremos ter, certamente, algumas ideias de convergência. Há, pelo menos,

uma em que convergimos: queremos todos o bem de Portugal. Sobre isso, não havemos de ter qualquer tipo

de divergência. Portanto, vamos trabalhar para o bem de Portugal!

Acho sempre muito importante — pelo menos, na minha vida política tem sido assim — que quem está no

exercício de funções políticas seja capaz de ouvir para além da bolha político-mediática e chamar à colaboração

especialistas, técnicos, pessoas que refletem, de fora, porque têm, muitas vezes, uma visão «fora da caixa» que

nos ajudam a refletir e a ir mais além.

Lembro-me que, quando cheguei ao Ministério da Justiça, a primeira coisa que fiz foi chamar o Prof.

Boaventura Sousa Santos — que tinha estado, aliás, a fazer um trabalho de grande profundidade sobre a crise

do sistema de justiça — para elaborar e delinearmos as 11 medidas prioritárias para o setor da justiça.

Lembro-me que, quando era Ministro da Administração Interna e tínhamos de fazer a reforma das forças de

segurança, tive a colaboração do Prof. Nelson Lourenço, Professor da Universidade Nova de Lisboa, que foi

precioso nesse trabalho.

Quando era Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e tivemos de desenhar a Carta Estratégica da cidade,

apelei ao Prof. João Caraça para liderar um grupo de reflexão e de preparação dessa Carta Estratégica.

E com todos eles, em toda a diversidade e em todas essas funções, aprendi muito, ganhei muito e não tenho

a menor dúvida de que a qualidade da decisão política melhora muito quando é bem informada e conta com a

colaboração de outros.

Aplausos do PS.

Respeito muito a opinião daqueles que são autossuficientes, que acham que o sistema político pode viver só

por si próprio, para si próprio, sem contar com mais ninguém. Respeito, e já percebemos qual vai ser o estilo de

governação do PSD. Não é o meu e, se não se importa, enquanto eu governar, fá-lo-ei com o meu estilo, está

bem?!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Adão Silva, tem a palavra.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, já percebemos que o Sr. Primeiro-Ministro se dá bem nestes

exercícios um pouco movediços, isto é, um pouco para todo o lado, sem linha diretriz bem definida, sem uma

linha orientadora.

Mas já agora, Sr. Primeiro-Ministro, antes de mais, deixe-me dizer-lhe que ficou lá atrás aquela não resposta

— se, depois, puder dar-ma…— sobre a questão da sua mudança de opinião em relação ao trabalho, à ajuda

dos consultores externos: na altura, em 2012, era o Prof. António Borges, agora é o Prof. Eng.º António Costa

Silva. No fundo, o que evoluiu para que o Sr. Primeiro-Ministro, na altura, ter achado uma coisa detestável,

inaceitável e agora, pelo contrário, estar completamente de acordo?!

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