O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 77

16

Como o PCP disse e propõe, Portugal precisa da defesa e valorização dos serviços públicos, cujo papel

central ficou ainda mais evidente. Portugal precisa de assegurar o controlo público sobre empresas e setores

estratégicos, de apostar na produção nacional e de mais investimento. É esse o objetivo e o compromisso do

PCP.

Sr. Primeiro-Ministro, na adoção de medidas necessárias para a criação de emprego, para o reforço do SNS

e de outros serviços públicos, para o desenvolvimento, entende que Portugal deve estar sujeito às imposições

e policiamento da União Europeia ou de um qualquer outro país da União Europeia?

Aplausos do PCP e do PEV.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, é muito claro que a crise tornou

mais graves todas as vulnerabilidades que existiam na sociedade portuguesa, nomeadamente na habitação, no

emprego, nos transportes. Isto impõe e necessita de uma agenda muito clara de resposta para aumentar a

resiliência do País, proteger melhor as pessoas e servir melhor os portugueses.

Não é por acaso a geografia que temos da resistência à redução da pandemia no nosso território. É a

geografia no terreno da fragilidade onde temos de concentrar o esforço para responder a essas vulnerabilidades,

e deve ser aí que devemos fixar um dos pilares da estratégia de resposta a esta crise, porque ela precisa de

respostas no imediato, mas com essa visão de futuro.

Creio, por isso, que temos aqui uma boa área de convergência para uma posição conjunta que assegure que

possamos responder de uma forma sustentável, com os olhos postos no futuro.

A crise deixou bem evidente a fragilidade da nossa capacidade produtiva e a necessidade de

reindustrializarmos o País, de procedermos à reconversão industrial do nosso País, de valorizarmos os nossos

recursos naturais, a nossa agricultura, de respondermos a muitos dos défices que acumulámos, desde o défice

alimentar ao défice de produção. Temos, efetivamente, esse trabalho pela frente, e acho que temos boas

condições para trabalhar.

Quanto à Europa, sabemos o que nos distingue, mas com toda a franqueza, Sr. Deputado, creio que esta

não é a melhor semana para dizermos mal da Europa.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para fazer perguntas, pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP, tem a palavra a Sr.ª

Deputada Cecília Meireles.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, queria

começar por cumprimentá-lo e por lhe dizer que, depois de o ouvir com atenção, a primeira coisa que me ocorre

é fazer-lhe um apelo para que tenhamos os pés na terra.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ouvi o Sr. Primeiro-Ministro fazer um discurso que imagino que ache

inspiracional, cheio de declarações grandiloquentes, mas de concreto vi muito pouco. Para dizer a verdade, a

única coisa que vi de concreto foram alguns pedidos de casamento à antiga geringonça. Sr. Primeiro-Ministro,

sei que há cada vez menos partidos no Parlamento que queiram fazer parte da geringonça, mas sendo o CDS

um dos que, decididamente, não quer, acho que podemos aproveitar esta ocasião para falar de alguns

problemas concretos. E tenho questões muito práticas para lhe colocar.

O Sr. Primeiro-Ministro descreveu um País quase, diria eu, das maravilhas — afetado pela pandemia, mas

das maravilhas — e eu gostava de lhe lembrar que, segundo as previsões da maior parte dos organismos, a

recessão em Portugal provocada pela pandemia vai ser pior do que se estava à espera e pior do que o Governo

previu. Segundo a Comissão Europeia, por exemplo, pior do que nós só Itália, Croácia, Espanha e França, pois

a esmagadora maioria dos outros países terão uma recessão menos profunda.

Páginas Relacionadas
Página 0017:
25 DE JULHO DE 2020 17 Digo-lhe isto porque, certamente, todos o quer
Pág.Página 17