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II Série — Número 92

Sábado, 25 de Maio de 1985

DIÁRIO

da Assembleia da República

III LEGISLATURA

2.ª SESSÃO LEGISLATIVA (1984-1989)

SUMÁRIO

Conferência da Assembleia da República subordinada aos temas do Ano Internacional da Juventude «Participação», «Desenvolvimento»* «Pai»

Ada da reuniio de dia 24 da Maio de 1985

O Sr. Presidente da Assembleia da República em

exercício (Basílio Horta): — Srs. Participantes nesta Conferência, vamos iniciar os nossos trabalhos.

Eram 11 horas e 55 minutos.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Participantes na Conferência da Assembleia da República subordinada aos temas «Participação», «Desenvolvimento», «Paz»: Em nome da Assembleia quero desejar-lhes as boas vindas e associar a esta palavra de boas vindas uma de felicitação e um desejo sinceríssimo. Felicitação pelos temas escolhidos para os vossos trabalhos, pois penso que «participação, desenvolvimento e paz» abrangem a grande maioria e os mais importantes campos de acção da juventude e também dizer-vos que a maneira como organizaram esta Conferência e a forma como vão tratar estas matérias assumem a maior relevância.

Estamos num país velho, mas que se não pode sentir velho; estamos em altura de abandonar o folclore para pensar naquilo que é sério e consistente. Isso tem manifestamente a ver com a juventude, com a vossa participação no modelo de desenvolvimento económico e social que querem para o nosso país e, também, cora o rejuvenescimento, que é a primeira e fundamental garantia de modernidade para Portugal.

Fala-se em mudança, todos sentimos que essa mu-dança é essencial, fundamentalmente quando nos aproximamos em termos institucionais de ordens económicas mais desenvolvidas do que a nossa, mas também sentimos que se não for através da juventude essa mudança não será feita em tempo útil.

Por outro üado, qualquer mudança tem de se fazer a partir da formação, a partir da educação, que tem íanibéns, necessariamente, de se adaptar ao modelo

de desenvolvimento económico que queremos para o País e na formulação desse modelo de desenvolvimento a vossa participação é indispensável: adequar o País a uma nova realidade, transformar as nossas estruturas, enfim, obter a paz.

Se há um conceito de paz externa há também, necessariamente, e talvez mais importante do que esse, um conceito de paz interna. E esse conceito tem o ver com a tranquilidade, tranquilidade nas ruas mas também nas consciências. Essa tranquilidade só existirá quando houver justiça social, ou seja, quando todos tiverem as mesmas oportunidades — os do litoral e os do interior, aqueles que nasceram mais ricos em bens materiais e os que não tiveram essa felicidade.

Sem essa igualdade de oportunidades, que gera a verdadeira solidariedade, estou certo de que não seremos necessariamente um país a caminhar na senda do futuro. Um país marcado por injustiças, um pais que não saiba o modelo e o caminho que está a percorrer será sempre um país atrasado e nós, e falo agora usa pouco da minha geração, já perdemos muito tempo — era importante que a vossa geração não perdesse mais tempo.

Penso que é aqui que reside a utilidade destes trabalhos. Mais do que na aparência das coisas, mais do que na comemoração de um ano internacional patrocinado por uma Assembleia com o prestígio da ONU, mais do que isso, a reflexão sobre o país que temos, sobre a Nação que somos, sobre o futuro em que estamos empenhados, penso que aí, sim, residirá a utilidade e a importância do vosso trabalho conjunto.

Não vou adiantar mais, e peço "desculpa por já ter adiantado tanto, mas queria transmitir aquilo que, na minha óptica, seria útil que resultasse do vosso trabalho.