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24 DE MARÇO DE 1988

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f) Estabelecimentos comerciais: padarias, cafetarias, mercearias, mini-mercados, casas de pasto e restaurantes, um hotel, além de carpintarias, móveis, aparelhos electro-domésticos, livraria e papelaria, decorações, etc;

g) A freguesia dispõe de sete edifícios escolares, seis dos quais em funcionamento, de construção adequada e em bom estado de conservação, sendo alguns de recente construção;

h) Tem agência bancária em boas condições e agentes bancários.

Nestes termos, os deputados abaixo assinados, do Grupo Parlamentar do CDS, apresentam o seguinte projecto de lei:

Artigo único. — É elevada à categoria de vila a freguesia de Cacia, no concelho de Aveiro.

Palácio de São Bento, 18 de Março de 1988. — Os Deputados do CDS: Narana Coissoró — Adriano Moreira — Nogueira de Brito — Basílio Horta.

PROJECTO DE LEI N.° 208/V

ELEVAÇÃO A VILA DA FREGUESIA DA CARAPINHEIRA

As terras da Carapinheira cedo foram povoadas. Atestam o facto as localidades de Bandurreira e as vilas pré-nacionais de Lavariz e Alhastro.

Bandurreira, no apelativo originário, deriva de Banda Redicus, divindade lusitano-romana, e Lavariz foi a Villa Locrici de Leodericus.

Mas, na origem do desenvolvimento da Carapinheira está a vila de Oleastro, que ainda hoje se encontra à cabeça de todas as povoações que constituem a freguesia, com a designação de Alhastro.

Oleastro resulta de oleastrum, planta da família das oleaginosas Olea europea oleaster, variedade de oliveira abundante na região.

Efectivamente, a vila de Oleastro pertenceu a Rodrigues Abulmundar Moçárabe, que no ano de 954 da era cristã a doou ao abade Teodorico, do Mosteiro do Lorvão, conforme reza o seu testamento. D. Sisnando, grande senhor de Tentúgal e conde de Coimbra, veio a herdar esta vila, que mais tarde, já em 1034, Gonçalo Trastamires conquistou aos Árabes, agora com a designação de Albiaster.

Porém, só em 1064 Fernando Magno a coloca definitivamente nas mãos dos Cristãos, passando então a chamar-se Olastro e mais tarde Oleastrelo e, por fim, Alhastro.

Tal foi o seu desenvolvimento que D. Afonso III, em 26 de Setembro de 1265, lhe concedeu foral em parceria com a Póvoa de Santa Cristina. Já em 22 de Abril de 1288 o Alhastro foi doado ao Mosteiro de Santa Cruz.

Porém, em redor do Alhastro foram-se desenvolvendo muitos casais e quintas na Idade Média, constituindo a paróquia de São Miguel de Montemor.

Ao mesmo tempo e à sombra da Ordem de Malta, a norte, cresceu e prosperou a paróquia de Ribeira de Moinhos, sufragánea da de São Miguel, que por volta de 1614 obteve a sua independência e tinha igreja junto à Quinta da Ordem de Malta, sob a protecção de São Paio de Coimbra.

Mas, porque a ocupação das terras.para o sul fosse uma constante e a população aumentasse com a exploração dos campos do Mondego, a freguesia de São Miguel foi desmembrada e fundada a nova freguesia de Carapinheira, assim chamada por ter sido levantado naquele local, por ser central, o novo templo para o culto. Nascia assim a Carapinheira, que englobou a antiga vila de Oleastro e a paróquia da Ribeira de Moinhos.

Em 1720 construiu-se a igreja da Carapinheira, que ainda hoje existe, em louvor a Santa Susana, sendo o maior templo cristão do concelho de Montemor-o--Velho. É um templo de traça neoclássica elegante, que tem no seu interior uma capela abobadada do século xvii. É ornada de muitas imagens valiosas, distinguindo-se, entre outras, Santa Ana, do século xv, e a célebre imagem de roca de Nossa Senhora das Dores, do século xvm, muito venerada.

Em 1758 o P.e Luís Cardoso designava a freguesia como «a grande freguesia de Carapinheira» no seu dicionário geográfico de Portugal, pois contava nessa época com 385 fogos e 1088 habitantes.

Até 1759 a Carapinheira foi senhorio dos duques de Aveiro, mas, porque os bens desta família foram confiscados nesse ano, passou para a Coroa até 1834, sendo seus donatários os duques de Cadaval.

Em 1789 realizaram-se as primeiras festas em honra de Nossa Senhora das Dores, que ainda hoje perduram com tanto brilho, constituindo também a maior manifestação de fé religiosa do Baixo Mondego.

A 26 de Junho de 1808, a população da Carapinheira mobilizou-se e soube bater-se ao lado de Académico Zagalo, que comandava o 1.° Batalhão Académico, desalojando os franceses do Forte de Santa Catarina da Figueira da Foz.

A 26 de Maio de 1852, a Carapinheira é visitada pela rainha D. Maria II, que, deslocando-se com o seu séquito em direcção à Figueira da Foz, aqui fez paragem e foi recebida com muitas festas e honrarias.

Mas a Carapinheira actual é uma freguesia em franco desenvolvimento.

Implantada precisamente a meia distância entre Coimbra e Figueira da Foz, numa encosta suave e soalheira, a norte da estrada nacional n.° 111, tem a seus pés os mais férteis campos do Mondego.

O «campo da Carapinheira», como é conhecido em todo o Baixo Mondego, produz mais de 5000t de arroz, para além de milho, trigo e até tabaco.

No monte produz vinho e azeite e os mimos, em terrenos de ribeira, que os Carapinheirenses tratam com desvelo e dedicação, começando agora a produção em estufa a dar os primeiros passos.

A par de uma actividade agrícola intensa já mecanizada, também a criação de gado para engorda e a produção de leite e de ovinos são factores importantes de desenvolvimento.

Além de sede do concelho, é a maior freguesia, que nesta data dispõe de plano ordenador de urbanização.

Na verdade, tendo em conta a importância e o desenvolvimento da Carapinheira, a antiga Direcção-Geral do Planeamento Urbanístico, hoje Direcção-Geral do Ordenamento Territorial, já há dez anos considerou a freguesia da Carapinheira centro fulcral de toda a área concelhia, conferindo-lhe, por isso, estatuto especial e dotando-a de um plano de urbanização que tem controlado o seu crescimento.

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