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19 DE OUTUBRO DE 1988

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REPARTIÇÃO DO VALOR ACRESCENTADO POR SECTORES

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Em Portugal, embora se observe uma tendência geral semelhante, há diferenças qualitativas que importa sublinhar. Em primeiro lugar, o peso ainda excessivo da agricultura (resultado não de uma deliberada especialização produtiva, mas devido & sobrevivência de explorações em condições marginais de produção e à debilidade relativa dos restantes sectores) tenderá inevitavelmente a reduzir-se a médio/longo prazo.

A predominância de mâo-de-obra relativamente envelhecida e um baixo nivel de formação, a predominância de actividade a tempo parcial, o predomínio de pequenas explorações, os desajustamentos entre muitas culturas e as condições edafo-climáticas e de solos conduziram a um alto grau de ineficiência e falta de competitividade, reflectido no acentuado contributo do sector para o défice comercial (dependência agro-alimentar que tem variado entre 14 e 17%) e nos baixos rendimentos médios da população.

O actual padrão de produção e a relação oferta interna/procura são insustentáveis no contexto do mercado comunitário, pelo que são inevitáveis um recuo e/ou a exclusão de algumas culturas, se se mantiverem as actuais condições de produção e de comercialização. O previsível reforço da silvicultura e de alguns segmentos da agricultura não parece suficiente para contrariar a perda de peso do conjunto do sector primário. Os diferenciais de preços observados no gráfico testemunham bem aquela afirmação.

AGRICULTURA "VER DIÁRIO ORIGINAL"

31. Em segundo lugar, o aumento do peso dos serviços, embora

acompanhando o movimento observado da média da Comunidade, não traduz uma composição interna comparável com a observada nos países mais desenvolvidos., na medida em que em Portugal se trata de uma evolução referida a uma base tecnológica incipiente.

32. Em termos energéticos, a situação portuguesa caracteriza-se por uma elevada dependência externa (90% contra 43% da média dos países da CEE), concentrada no petróleo (79% contra 32% da CEE).

O sector tem, na estrutura do VAB, um peso inferior ao observado na CEE, em parte devido às diferentes estruturas produtivas e, em parte, ao desnível observado na capitação do consumo energético.

CONSUMO DE ENERGÍA PER CAPITA EM RELAÇÃO À CEE

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33. A economia portuguesa apresenta um elevado grau de integração com a economia comunitária, como mostram a percentagem das nossas exportações absorvida por este mercado (71%) e a das nossas importações com origem na CEE (63%), situação que se tem intensificado nos últimos anos. Porém, mais relevante que o grau de integração é o tipo de Integração que se estruturou nas últimas décadas e que, por inércia, se tende a consolidar e intensificar no futuro.

A análise dos fluxos de comércio entre Portugal e a Comunidade Europeia, reflectindo naturalmente as diferenças entre as respectivas estruturas produtivas, revela que o nosso padrão de exportações é essencialmente constituido por produtos de consumo final, com uma baixa dinâmica de procura no mercado europeu (os têxteis , vestuário e calçado representam só por si mais de 1/3 das nossas exportações para a CEE) e sujeitos a forte concorrência de países terceiros.

PRINCIPAIS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS PARA A CEE

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34. Assegurando uma quota de 0,7% no mercado da CEE, a nossa

penetração no mercado europeu só é verdadeiramente significativa no caso dos produtos da cortiça (que asseguram uma quota de mercado de 70%) e, embora com menos importância, no caso da pasta de papel e de alguns produtos têxteis.

Assim, a nossa posição no mercado de têxteis - lar (14% do mercado comunitário) revela algumas potencialidades neste segmento da indústria têxtil, particularmente significativa no caso do Reino Unido, onde preenchemos 42,4% do respectivo mercado de importações.

Também no caso da pasta de papel, Portugal destaca-se do conjunto dos países comunitários como o que tem maior quota no mercado daquele produto na CEE, denotando aliás um segmento importante da nossa especialização produtiva.