O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2-(382)

II SÉRIE-A — NÚMERO 1

ritmo de expansão dos seus mercados de exportação. Por outro lado, a volatilidade cambial e em particular, os surtos de apredaçao do dólar, afectarão negativamente as aquisições de energia e de bens alimentares, podendo, inclusive, conduzir a situações de perda de termos de troca. Um outro aspecto é o da manipulação das taxas de Juro como um dos instrumentos prindpais para assegurar estabilidade cambial por parte das grandes economias, que Interferirá naturalmente na eficáda da politica monetária e se reflectirá nos custos do serviço da dívida externa. Finalmente, o reforço das pressões protecdorüstas e das correspondentes tensOes comerciais entre grandes zonas de comércio, prejudicando a diversificação do nosso relacionamento com países terceiros, mais reforçará o aprofundamento da Integração portuguesa no contexto comunitário.

Em suma, as perspectivas a médio prazo do quadro envolvente da economia portuguesa correspondem a um acréscimo dos factores de incerteza e do ritmo a que se processa a respectiva interacção. No entanto, quer no curto, quer no médio prazo estes (adores de incerteza nJo afectarão a elevada probabilidade de condlçSes favoráveis de crescimento da economia portuguesa atendendo ao aprofundamento da sua Inserção na economia comunitária.

Economia Nacional

Eooluçío Recente

64. A economia portuguesa revelou, nos últimos três anos, resultados muito positivos ao nível das principais variáveis macroeconómicas. O clima de estabilidade politica potenciou uma nova atitude de optimismo e confiança por parte dos diferentes agentes económicos. Por outro lado, um padrão de politica coerente e adequado, permitiu a concretização de objectivos ambiciosos e indispensáveis ao crescimento sustentado da economia portuguesa e & sua modernização. A dinâmica imprimida pela adesão ás Comunidades, conjugada com uma envolvente externa tavoi&vel influenciou adicionalmente a evolução da situação económica.

Foi possível, assim, conseguir, em simultâneo, um crescimento sensível e constante do produto, do investimento, dos salários reais, da produtividade, da capaddade de auto-finandamento das empresas e das reservas cambiais e, ao mesmo tempo, reduzir significativamente a inflação, o desemprego, o ritmo de desvalorização do escudo e, o peso (no PIB) da divida extema, e do défice orçamental, mantendo uma situação controlada e favorável ao nível da balança de pagamentos.

65. A persistência do desajustamento entre a produção interna e a

procura, assodada â subida das taxas de juro nos mercados financeiros internacionais, à subida dos preços de algumas matérias primas, è recente apredaçao do dólar e à ocorrência de um mau ano agrícola em 1988, poderão todavia repercutir-se negativamente sobre a evolução de algumas variáveis macroeconómicas, nomeadamente na inflação cuja desaceleração se vem processando de forma mais lenta e nas contas externas, que, no entanto, não se afastarão significativamente duma situação de equilíbrio em finais de 1988.

66. Depois de atingidos os objectivos do acordo de estabilização com o Fundo Monetário International em 1983/84, a economia portuguesa encetou um processo de recuperação que lhe permitiu um crescimento económico superior a 4% ao ano desde 1986.

Inflectíndo a situação verificada anteriormente, a partir de 1986 a procura interna apresentou um acentuado crescimento médio da ordem dos 85%/ano, constituindo, pelo seu peso relativo, o prindpal factor de crescimento da economia. A procura externa continuou a evoluir favoravelmente, no período de 1986/88, reflectindo ganhos de quotas de mercado, dado que as exportações, ao registarem acréscimos médios de 8%/ano superaram a procura potendal dos prindpais mercados.

O acentuado ritmo de crescimento da procura interna, especialmente notável no caso do Investimento (cerca de 14% em termos médios desde 1986, mais do que recuperando da acentuada queda registada entre 1983 e 1985), associado & integração nas Comunidades Europeias, implicou um significativo aumento do grau de abertura da economia e um maior conteúdo importado da procura, que se traduziu na aceleração do crescimento das importações de bens e serviços (de cerca de 4% em 1985, terá atingido cerca de 25% em 1987). A esperada redução do conteúdo importado da procura indiciam agora uma menor taxa de crescimento das importações. Este comportamento poderá reflectir-se, já em 1988, numa evolução do saldo da balança comercial, menos desfavorável, dado que, cumulativamente, as exportações continuam a apresentar um comportamento bastante positivo.

Os ganhos de termos de troca, especialmente acentuados em 1986, a

ocorrência de bons resultados no sector do turismo, o bom nível atingido pelas remessas de emigrantes e as entradas de fundos provenientes das Comunidades Europeias possibilitaram que as contas externas se tenham apresentado excedentárias. A eventualidade de manutenção da apreciação do dólar, ocorrida em meados de 1988, poderá implicar uma deterioração dos termos de troca, embora a balança de transações correntes se deva situar próximo do equilíbrio com um ligeiro superavit.

Foi possível compatibilizar um processo de crescimento rápido com uma redução da inflação de cerca de 20 pontos percentuais entre 1984 e 1988 e da taxa de desemprego (em sentido restrito) de 8,6% para 6,1% no mesmo período. Contudo, alterações ocorridas nalguns factores externos estão a contribuir actualmente para uma maior dificuldade na redução rápida da inflação.

A evolução favorável da actividade económica, permitiu o acréscimo médio anual do rendimento real dos particulares e dos salários reais, da ordem dos 4% e 3,3%, respectivamente, os quais vieram repercutir-se num acrésdmo elevado do consumo privado da ordem dos 6% ao ano no período de 1985/88; contudo, este crescimento do consumo privado foi acompanhado pela redução da taxa de poupança dos particulares de cerca de 43 pontos percentuais entre 1985 e 1988.

No que se refere às contas do Sector Público Administrativo (SPA), o objectivo de reduzir o peso do seu défice no PIB tem-se mostrado de concretização lenta devido, por um lado, à rigidez da maior parte das despesas, nomeadamente dos juros da dívida pública e a alguma insuficiência das receitas face à base tributária e, por outro, à reestruturação do SPA e à reafectaçâo da dívida das várias instituições. Assim, embora se tenha registado uma ligeira melhoria, o défice do SPA representou ainda em 1987, cerca de 83% do PIB.

Ao nível da dívida externa (medida em dólares) e, não obstante o efeito perverso das flutuações cambiais, o seu peso em relação ao PIB baixou de cerca de 90% em 1984 para cerca de metade em 1987, ao mesmo tempo que se conseguiu uma melhoria significativa do seu perfil temporal (no mesmo período o peso da dívida de curto prazo na dívida total passou de 20% para 11%).

DESPESA INTERNA

"VER DIÁRIO ORIGINAL"