O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

4 DE MAIO DE 1991

1121

Em 1521 emprazaram-se os brejos do Valado a Vasco de Pina e D. Isabel de Andrade.

Valado seria, a par de outros, um dos lugares mais difíceis para povoar, já que os terrenos alagados estariam infestados pela malária, e somente os terrenos altos possibilitariam a agricultura.

Ao abade Fr.0 Manuel de Mendonça, primo do marquês de Pombal, se deve o enxugo dos campos do Valado, o que trouxe considerável aumento de riqueza do domínio fradesco do Mosteiro de Alcobaça.

Foi também o marquês que mandou fazer o estudo do saneamento dos campos, com a derivação urgente dos rios, construção das portas da maré, enfim, a forma de transformar o grande paul em terrenos de cultura.

Em 1780 (arruinada a igreja primitiva) erigiu-se uma outra mais ampla, cujo orago era São Sebastião, de uma só nave, com tecto em «caixotes de boa madeira», capela-mor, retábulo, pia baptismal, devidamente paramentada e com belas imagens de São Sebastião e Nossa Senhora da Conceição no altar-mor.

Mas é depois de 1780 que Valado vai conhecer uma época de grande prosperidade devida à intensa e eficiente exploração dos seus solos bens férteis.

Economia

1 — Agricultura.

Os Valadenses têm na agricultura e indústria os principais focos do seu desenvolvimento económico.

Na agricultura, a exploração em sistema intensivo permite «retirar» dos cerca de 1500 ha de regadio milhares de toneladas de produtos hortícolas e principalmente cenoura, que vão abastecer não só uma imensidade de mercados da região — Alcobaça, Marinha Grande, Leiria, Santarém, Fátima, Tomar, Torres Novas, Coimbra, ... mas também Lisboa.

Deixada há muito a prática «artesanal» do cultivo dos campos, o agricultor do Valado é hoje um agricultor moderno, dispondo de um parque mecânico de volume razoável (um tractor/um agricultor) e procurando uma actualização de todo o momento, para o que não deixa de recorrer ao que já se passa nos certames nacionais e até mesmo internacionais (feiras da agricultura em França, Itália e Inglaterra).

A alta produtividade dos terrenos não é só conseguida pela sua qualidade óptima, mas também pelo recurso em grande escala às oportunidades que os produtos químicos disponíveis e francamente utilizados permitem — como apoio há uma delegação da Cooperativa Agrícola de Alcobaça.

2 — Indústria.

Valado dos Frades foi pioneiro na via da industrialização do concelho, onde desde a década de 40 se encontra instalada a cerâmica.

De maneira incipiente durante décadas, relança-se nos anos sessenta de- uma forma bastante decisiva para então, a par de empresas de porte médio, surgir um «colosso» a nível nacional — a SPAL, fábrica de porcelana, concorrente privilegiada da Vista Alegre.

É o êxodo do trabalhador rural (por via também da mecanização agrícola) para o operariado cerâmico.

Mas a grande exploração quantitativa surge na década de oitenta, de ta modo que hoje, para além de

cinco grandes empresas cerâmicas, há ainda a considerar — e de extrema importância para a economia valadense — mais cerca de 40 pequenas empresas, também cerâmicas, de cariz familiar mas que começam a estender-se e a ampliar-se.

Fazendo a cobertura do mercado nacional, a exportação — para os países da Comunidade, escandinavos e EUA — é o seu principal suporte.

Também aqui, industriais modernos que souberam adaptar-se ao seu tempo.

Mas a indústria não é unidireccional, com ainda duas grandes empresas no âmbito de transformação de produtos alimentares, além de uma empresa de construção de fornos para cerâmica.

3 — Comércio.

Obviamente não podemos dizer que Valado dos Frades é auto-suficiente no plano comercial, mas dispõe já de uma rede de minimercados que facultam o que de essencial é preciso, para além de três talhos que abatem semanalmente dezenas de rezes.

Equipamentos colectivos

A presença de um posto medido, medicina privada em consultórios médicos, um centro social (jardim-de--infância) e um centro de dia para a 3." idade, igreja matriz (de 1876) e farmácia, possibilitam à população as condições mínimas de exigência para um modo de vida sem grandes atribulações no âmbito de saúde e previdência.

Edifícios modernos para a pré-primária, oito salas para a primária, bem como dois pavilhões para o posto da Telescola, são as estruturas que possibilitam à população a capacidade para usufruírem do nível de ensino básico a que têm direito.

É Valado dos Frades um importante centro ferroviário, já que é pela sua estação de caminho de ferro que são escoadas mercadorias e passageiros de uma vasta região que tem como pólos principais Alcobaça e Nazaré.

Dispondo ainda como apoio neste âmbito de uma frota de táxis e uma empresa de transportes pesados.

Com uma estação dos CTT (existente há mais de meio século), um posto da GNR, uma agência bancária e uma estação de abastecimento de combustíveis (a funcionar 24 horas), os Valadenses sentem que há um bom «lote» de serviços a corresponder francamente à sua procura.

Para além destas estruturas que lhes são fundamentais, a energia eléctrica e a distribuição de água domiciliárias são realidades de que dispõe há pelo menos 50 anos, a que se veio juntar ultimamente uma eficiente rede de esgotos pluviais e domésticos.

Conseguido aquilo que poderíamos considerar de absolutamente prioritário, eis que mais algumas realidades se vão juntando para plena satisfação desta população extremamente laboriosa, como sejam a presença de um mercado coberto (dimensionado talvez com 10 anos de avanço em termos de capacidade, já que só um dos dois corpos é necessário funcionar diariamente), um rinque de patinagem, em fase de instalação um parque de merendas, a presença de um bairro de habitação social (já entregues as habitações da 1." fase e já adjudicadas as da 2." fase) e um pavilhão gimnodes-