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II SÉRIE-A—NÚMERO 4

PROJECTO DE LEI N.s 349/VI ELEVAÇÃO DE LOUREIRO À CATEGORIA DE VILA

Loureiro é uma das 19 freguesias que compõem o concelho de Oliveira de Azeméis, situada 7 km a sul da cidade e distando 40 km de Aveiro e do Porto.

Situando-se numa extensa planície com 2100 ha de área, aqui se desenvolvem harmoniosamente modernas explorações agrícolas, um comércio dinâmico e modernas indústrias dos mais diversos ramos.

As suas principais vias de acesso são a estrada nacional n.° 224, que atravessa a freguesia, de norte a sul, e a Auto--Estrada Porto-Lisboa, cujo nó de acesso se situa no extremo sul, a 3 km do centro da freguesia. A nível da rede viária, a freguesia está servida por uma extensa rede viária, que abrange toda a sua área geográfica.

Em livro editado, no âmbito das comemorações do milénio de Loureiro, da autoria do historiador Dr. A. de Almeida Fernandes, que se junta neste processo, se refere:

Hoje Loureiro é o nome da área ou extensão de toda a freguesia, tendo-se dado aqui aquilo que por toda a parte sucedeu: erecta uma igreja num local, ficava ela a designar-se pelo nome do santo titular, neste caso, São João (o Baptista), e pelo do local (neste caso, Loureiro, nome que, na origem, era adjectivo: terreno «loureiro ou locus laurarius» onde abundava o louro), daí «São João de Loureiro.»

Criada a paróquia, que foi uma das mais antigas da Terra de Santa Maria, aquela designação estendeu-se por toda a sua extensão, e assim Loureiro deixou de ser apenas nome de um local restrito.

São inúmeras as referências históricas que se conhecem, sendo a mais antiga datada de 18 de Maio de 993 (15 de Junho de 1031, da era de César), e trata-se de uma escritura de venda celebrada no cartório do Mosteiro de Moreira, entre Douro e Ave Litoral (hoje, Moreira da Maia), de que se junta fotocópia no original.

Este documento de há 1000 anos prova o que sem ele mal se suporia: quanto ele é antigo — e mais: que já designava uma extensão demo-agrária, agrícola e populacional, ou digamos uma villa (não municipal, claro), a Villa Laurario.

É, pois, mais que milenar a história de Loureiro, sendo este documento de há 1000 anos exactos apenas o mais antigo que se conservou, pois que outros indubitavelmente existiram.

A igreja actual, cuja construção data de 1925, substitui a anterior, de 1673, cuja capela-mor visigótica era, segundo a tradição, a antiga «Capela» de São João (ou uma «basílica» visigótica, como refere o texto do Dr. Almeida Fernandes). Terá sido aqui que «pousou» o rei D. Afonso TH quando fez clérigo dessa igreja Afonso Ribeiro.

De Loureiro foi natural D. Frei Caetano Brandão, que nasceu no lugar da Igreja em 11 de Setembro de 1740, em casa ainda hoje conservada, para a qual se projecta o futuro museu de Loureiro.

Filho do sargento-mor de ordenanças Toma Pacheco da Cunha e sua mulher, D. Maria Josefa da Cruz, este ilustre franciscano e catedrático em teologia foi bispo do Pará, de 1782 a 1789, e depois arcebispo de Braga, onde faleceu a 15 de Dezembro de 1805, tendo deixado vasta obra de beneficência e desenvolvimento em ambas as cidades.

Falar de D. Frei Caetano Brandão é homenagear, ao mais alto nível, o espírito loureirense, que, não se podendo confinar aos estreitos limites do seu berço geográfico, foi semeando luz e riqueza pelos quatro cantos do universo.

A freguesia presta homenagem a este insigne loureirense, em busto erigido no adro da igreja matriz.

Em Loureiro nasceu, a 7 de Outubro de 1888, o Dr. Albino dos Reis, político, que exerceu elevados cargos na vida pública. Foi presidente da Câmara Municipal, governador civil, ministro do Interior, deputado, presidente do Supremo Tribunal Administrativo, presidente da Assembleia Nacional e membro vitalício do Conselho de Estado.

Foi homenageado ainda em vida, em busto erigido no centro da Praça de Nossa Senhora de Alumieira.

Também desta freguesia foi natural o cónego Leite Rainho. Nascido a 30 de Novembro de 1921, veio a falecer precocemente em acidente de viação em 2 de Dezembro de 1961. Orador e conferencista notável, deixou à posteridade duas obras publicadas de reconhecido valor, para além de inúmeros artigos publicados.

Leite Rainho foi a individualidade portuguesa que mais tempo e atenção prestou ao estudo das modernas filosofias do concreto e, por proximidade, ao existencialismo.

Este insigne loureirense, ordenado sacerdote em 1944, licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, com a classificação Cum laude probatus; jubilado pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Toulouse, com a honrosa e distinta classificação de Magna cum laude.

Das primitivas actividades agrícola e molineira, já referidas no documento milenar, a freguesia há muito que evoluiu, sabendo manter as suas tradições e, ao mesmo tempo, acompanhar o progresso.

Disso são exemplo o moderno centro cívico da freguesia, a Praça de Nossa Senhora da Alumieira, onde se homenageiam os muitos emigrantes desta terra, em busto erigido em 1967; o mesmo se pode dizer do facto de existir iluminação pública extensiva a toda a rede viária da freguesia já de há anos e muito antes ainda de tal se verificar em muitas vilas.

Também aqui se realiza anualmente deste tempos remotos a «feira dos perdões», embrião do actual mercado semanal, ainda hoje local de transacções.

Aqui se desenvolvem inúmeras indústrias, de que destacamos, pela sua importância a nível nacional, onde se colocam como das maiores nos respectivos sectores, a indústria de maquinaria agrícola e as indústrias agro-alimentares (transformação de arroz e peixe congelado); existem também outras, nomeadamente de moldes para plásticos, inox, plásticos, serração de madeiras, mobiliário, padarias, transportes de mercadorias, serralharias e carpintarias.

A nível comercial, existem estabelecimentos de sionda % oficinas de automóveis e máquinas agrícolas, cafés, pastelaria, talhos, drogarias, móveis, supermercados, livrarias, etc.

Equipamentos colectivos:

I — Área de saúde:

Centro de Saúde, instalado em edifício próprio, propriedade da Junta de Freguesia, que o coi\stt\iiu expressamente para o efeito em 1988;

Farmácia, desde 1965, consultórios médicos, de clínica gera), dentista e de análises;

II — Área de educação:

Na freguesia existe o ensino pré-primário — com três salas e uma cantina adjacente, construídas pela Junta

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