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II SÉRIE-A — NÚMERO 18

Este nome «Regedoura» conserva-se numa povoação de Grijó e na freguesia de Nogueira da Regedoura, deste concelho.

Sabendo-se que em latim a sílaba «ou» tem o significado de «água», ou, mais vagamente, «rio», poder-se-ia supor que «Regedoura» seria uma povoação atravessada por um curso de água, ou muito perto dele.

Sabe-se que a Pousadela de hoje (povoação de Nogueira da Regedoura), com a denominação de Pousada, surge no reinado de D. Dinis. Porém, encontrava-se separada de Nogueira da Regedoura.

Por inquirição mandada efectuar por D. Dinis, a propósito das localidades que pagaram ou não pagaram portagem, lê-se: «Sam Xfonam de Nogueira e no lugar que chamam Pousadela.» Isto passa-se em 1288. A actual Pousadela aparece nos documentos medievais associada a Anta, por razões não totalmente esclarecidas.

De qualquer forma, Nogueira da Regedoura esteve historicamente ligada às Terras de Santa Maria e, administrativamente, ao seu concelho.

No século passado aparecia-nos Nogueira da Regedoura, Espinho e outras localidades dependentes administrativamente do concelho da Feira. Com o polémico processo de desa-nexação de Espinho do concelho da Feira, iniciado em Fevereiro de 1889 e concluído em Outubro do mesmo ano, Nogueira da Regedoura passou a ficar dependente do recém--criado concelho de Espinho, do qual se viria a desvincular em 19 de Abril de 1928 pelo Decreto-Lei n.° 15 395, ficando, novamente, e até hoje, a pertencer ao concelho actualmente designado de Santa Maria da Feira.

Nos dias de hoje exercendo as mais diversas profissões, muitos filhos de Nogueira da Regedoura contribuem com os seus «cursos», a sua formação e os seus saberes para a consolidação e continuação do seu património cultural desta povoação. Curiosamente, o artesanato assentou aqui arraiais. Milenárias sem dúvida, mas foi a partir dos fins do século passado, até meados do corrente, que as tecedeiras «carregavam à cabeça, para o Porto, as suas teias coloridas saídas de teares ancestrais, orquestrados por autênticas mãos de fadas. No regresso do Porto traziam sempre a trama ou os fios para a nova teia. Em troca, enchiam os bolsos de vinténs que entregavam religiosamente ao chefe de família. O trajecto destas viagens era feito a pé, em grupos, contando histórias do passado, lendas, rezando em coro, ou mesmo entoando lindas canções, aquando do regresso, em sinal de contentamento! >

«Moleiros! Moleiros com o seu trabalho humilde, abnegado, transformavam o milho em alvíssima farinha, utilizada no fabrico tradicional da broa, hoje pungente saudade!»

Ainda neste capítulo é digno de desenterrar do esquecimento a existência da antiga fábrica de Telha Nacional e que atingiu fama em todo o reino, possivelmente por volta dos séculos xvi ou xvn.

Para papel grosso de sacos e embrulhos existiu um engenho cujo processo de fabrico se podia considerar artesanal. Para o fabrico de sacos apareceram os saqueiros. Dignos de realce eram os serradores, verdadeiros ex-líbris da sua etnografia. De entre eles havia os que, munidos de serra especial, tiravam o fasquio dos toros montados em cavaletes apropriados!

Milagre de geometria cometido por mãos rudes de homens formados na «universidade dos pinhais».

Havia «espertos» no fabrico de bombas, para engenhos nascidos das perfurações de um tronco de pinheiro.

Nesta componente histórica há ainda a considerar a igreja matriz. A sua construção iniciou-se em 1923. Ficou alta

e espaçosa, com certas sugestões medievais. O seu interior é cuidado. No altar incluíram talhas antigas. Os colaterais e os das paredes postos abaixo da linha das portas são novos, com sugestões tradicionais. É seu orago São Cristóvão, aquele santo que os viajantes da Idade Média invocaram nas suas longas, penosas e perigosas jornadas. No arraial ergue-se fronteira Capela Testamentária do Senhor dos Aflitos. Bem perto e em apropriado largo vê-se granítico cruzeiro, indicando proximidade do templo. No largo de Olivães existe a Capela de Nossa Senhora dos Remédios, aberta ao culto religioso.

A par destes templos pululam «as alminhas» nas encruzilhadas, que testemunham a fé dos nossos antepassados. O povo sempre pacífico e bom. E ao mais antigo, embora sem a cultura intelectual adquirida nas universidades, não lhes faltava a cultura das virtudes do trabalho, da entreajuda, do poder fantástico de adaptação às vicissitudes do quotidiano.

2 — Condições socio-económicas

A evolução da freguesia de Nogueira da Regedoura tem sido verdadeiramente satisfatória. Tem sido notável a transformação, para melhor, da sua rede viária e transportes; na educação, cultura e desporto, acompanha o desenvolvimento médio do nosso país. É evidente e substancial o crescimento que se tem verificado ao nível do comércio e indústria. No sector da habitação é patente o forte crescimento que tem ocorrido nos últimos anos, o que, consequentemente, implicou um significativo aumento demográfico.

2.1 —Indústria:

Serração e madeiras;

Indústrias de transformação de cortiça;

Empresas de construção civil e obras públicas;

Carpintarias mecânicas;

Fábricas de móveis;

Confecções têxteis;

Serralharias mecânicas;

Oficinas de reparações de automóveis.

2.2 — Comércio:

Cafés, restaurantes e snack-bares; Discoteca;

Supermercados, minimercados e mercearias; Talhos;

Armazéns de materiais de construção; Livrarias e papelarias; Relojoarias; Drogarias;

Casas de venda de electrodomésticos; Agências de mediadores de compra e venda de imóveis; Cabeleireiros; Bazares;

Lojas de pronto-a-vestir; Armazéns de bebidas; Padarias e pastelarias;

Quiosques com venda de jornais e revistas;

Boutiques;

Floristas;

Lavandarias;

Stand de venda de automóveis; Agência de seguros;

Agência de contribuintes e contabilidade;

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