O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1394 | II Série A - Número 036 | 22 de Fevereiro de 2001

 

técnica escolar, em operários qualificados e empregados dos serviços.
São, sobretudo, estes jovens operários e empregados que, em 1956, fundam o Clube Desportivo Operário Meiaviense na ânsia de poderem praticar o futebol e o ciclismo.
Nos finais desta década, em plena época de transição e melhoria social dos meiavienses, acontece o facto mais triste e penoso da nossa história.
Um grupo de meiavienses, talvez bem intencionados mas mal formados, decide destruir, em vez de conservar, a ermida de Nossa Senhora de Monserrate, templo ao estilo rural anterior ao século XVII, com interior revestido a azulejo dessa época e altar em talha dourada.
Daquele belo e simultaneamente humilde templo restam o cruzeiro e a colecção de azulejos, posteriormente aplicados na Capela da Senhora do Vale em Torres Novas e actualmente classificados de interesse público.
Com o 25 de Abril, já na década de 70, novas perspectivas se abriram, e, uma vez mais, os meiavienses acreditaram e conseguiram, mais rapidamente do que parecia possível, assegurar o abastecimento público de água ao domicílio e o saneamento básico da aldeia. Revigoraram as colectividades existentes e ainda tiveram tempo para fundar a Sociedade Columbófila Meiaviense, construir um posto médico, um jardim de infância, um mercado de frescos e iniciar a construção do Centro Social do Divino Espírito Santo.
Chegados aos nossos dias, mesmo sabendo que há ainda muito por fazer, pode dizer-se que, enquanto meiavienses, sempre estiveram atentos ao progresso e, de uma maneira geral, relativa e saudavelmente felizes.

II - Razões de ordem geográfica e demográfica

Quando falamos, genericamente, das potencialidades de Meia Via, não "nos referimos a meras abstracções".
Se atentarmos um pouco à geografia vamos encontrar esta aldeia situada no exacto limite do perímetro urbano da cidade do Entroncamento, a 100 metros do nó do IP6, que liga à A1 na portagem de Torres Novas, a 2000 metros da estação ferroviária da cidade primeiramente citada e a igual distância do parque multimodal de Riachos, em construção.
Podemos, portanto, afirmar, sem perigo de nos enganarmos, que a Meia Via, primeiramente situada no eixo Torres Novas/Entroncamento, está no centro do País, desfruta dos melhores equipamentos e infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias existentes. Está, por isso, perto de tudo, em todas as direcções.
Por outro lado, apesar de novamente se falar do já antigo triângulo Torres Novas, Abrantes, Tomar, onde se integra também, talvez fosse de bom tom pensar de forma mais ampla e reparar que o fulcro, a zona nevrálgica, de uma qualquer outra figura geométrica formada por linhas de conexão de Alcanena, Abrantes, Santarém e Tomar, é precisamente o eixo Torres Novas/Riachos, Meia Via/Entroncamento, localização do grande cruzamento das vias norte/sul (caminhos-de-ferro e A1) e leste/oeste (caminho-de-ferro e IP6).
Ainda mais: não podemos nem devemos esquecer, ou ignorar, que estamos a uma distância de 100 km relativamente a Lisboa, apenas a 70 da costa marítima, na Nazaré, e a 20 do enorme reservatório de água que é, sem dúvida, a Barragem de Castelo de Bode.
É neste contexto geográfico que se situa a Meia Via, ocupando uma extensão territorial de cerca de 5 km2, sofrendo de pressões económicas e de expansão urbana por parte da cidade do Entroncamento.
Se a Meia Via no contexto geográfico nacional se encontra numa posição altamente privilegiada, não é menos verdade que no campo da demografia ela é também já hoje uma zona de acentuado cariz urbano com uma população de mais de 2000 habitantes, e com um índice populacional de 450 hab/km2, num concelho onde este índice é de 135 hab/km2.
No entanto, as reacções do mercado imobiliário local indicam que a demografia meiaviense vai alterar-se, prevendo-se, a prazo, que o índice demográfico aumente para 1000 hab/km2.
O apetite demonstrado por pessoas singulares e colectivas, adquirindo habitações individuais, terrenos de pequena, média e grande dimensão, ou promovendo loteamentos urbanos, alguns já em fase de execução, onde se prevê a construção de mais de 1000 fogos destinados à habitação, comércio e até indústria, representa, por isso só, um substancial aumento da população meiaveiense.
A meia Via, no ano 2010 terá, seguramente, 5000 habitantes ou talvez mais.
Por tudo isto a criação da nova freguesia de Meia Via é, sem dúvida, uma necessidade, talvez já de serôdia satisfação, para convenientemente enquadrar a explosão demográfica que rapidamente se avizinha.

III - Razões de ordem económica

Num quadro como o anteriormente apontado, é evidente que o sector económico não poderá e não será aquele que hoje existe.
Apesar de tudo, a Meia Via actual é já possuidora de uma actividade económica que amplamente ultrapassa as necessidades próprias e extravasa para outras localidades, freguesias, concelhos e para o País.
Aqui existem e desenvolvem actividade 65 empresas e empresários em nome individual de todos os sectores da actividade económica, que vão desde o "Recheio", do Grupo Jerónimo Martins, o "Ferro", do Grupo Ferpinta, a "Planus", que presta serviços no sector da elaboração de projectos para a construção civil, a "Cerecnave", que produz e presta serviços de manutenção em máquinas de cerâmica de norte a sul de Portugal, a "SPL, Serralharia Pintos, L.da", ligada à serralharia civil, a Progás - Profissionais de Gás, dedicada à execução de redes de gás e distribuição de gás canalizado, "O Palim", indústria de panificação, a "Carnuno", pastelaria de fabrico de bolos frescos e congelados, passando pelos vários cafés - restaurantes, mercearias do comércio tradicional, ou, ainda as lojas e armazéns de electrodomésticos, artigos para o lar e mobiliário.
Num futuro próximo, dada a privilegiada situação geográfica de Meia Via e a pressão cada vez maior por parte de algumas empresas, é imperioso criar um parque industrial, provavelmente localizado na proximidade do nó da IP6, o que trará mais vida, mais movimento, mais emprego, mais riqueza e afirmação à terra.

IV - Razões de ordem social e cultural

A Meia Via e os meiavienses podem caracterizar-se pelo seguinte lema: "Reviver o passado, viver o presente e o futuro a Deus pertence".