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0277 | II Série A - Número 016 | 29 de Novembro de 2001

 

instituído, por este mesmo monarca, o Condado Conimbricence, no ano de 1064. Pacificada esta região, apesar da proximidade do inimigo, foi mandada povoar por D. Sisnando, natural de Tentúgal e primeiro governador deste Condado. Terá sido a partir desta altura que teve início a formação da paróquia com a designação de "Cadima", sendo a primeira igreja sagrada em 1181, no reinado de D. Afonso Henriques, o qual lhe concedeu carta de foral, renovada por D. Manuel I, em 1514.
Foram os frades Crúzios que, durante, aproximadamente, 600 anos, exploraram a agricultura em regime de aforamento. Com o objectivo de receberem rendas e enviá-las para Coimbra, criaram filiais na Fonte Quente, da actual freguesia da Tocha e na Quintã, onde construíram a Capela de Santo Amaro. Quintã e Tocha formavam, assim, uma freguesia isenta, por ser Couto de Mosteiro.
A igreja de Cadima pertencia à coroa e era padroado da Universidade de Coimbra, que nomeava o pároco.
No século XVIII Cadima era vila e concelho, com administração autónoma e tinha juiz ordinário. A poente confinava com o mar, abrangendo toda a área que, hoje, faz parte da freguesia da Tocha.
Extinto o Couto do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, por carta de 31 de Dezembro de 1853, Quintã perde o estatuto de freguesia/paróquia e passa a pertencer à freguesia de Cadima, a qual, pela mesma carta, perdera o estatuto de concelho. Deste modo, desprovida das categorias de vila e concelho, Cadima perde as freguesias de Arazede e Liceia, que passam a pertencer a Montemor, sendo anexada a Cantanhede, como freguesia.
A paróquia da Tocha só seria constituída freguesia em 15 de Outubro de 1910.
Por decisão da Assembleia da República, de 12 de Julho de 1986, a área da freguesia de Cadima é reduzida para metade, com a criação da freguesia de Sanguinheira.
Toponímia: não é fácil determinar, hoje, como nasceu Cadima. Plínio o Moço, historiador romano, nas sua Crónica das Hespanhas, refere-se a "umas nascentes como prodígios especiais que localiza no campo "Catinense", que quadra com a famosa Fonte dos Olhos de Fervença, nesta freguesia de Cadima, nome actual da que seria a Catina dos romanos. Segundo eruditos, os árabes chamaram-lhe Qadimu, como significado de coisa antiga.
Reza também a "Lenda de Cadima" sobre uma bela donzela de origem desconhecida que, ao chegar a Cadima, encontrou num jovem nativo, o grande amor da sua vida. Porém, seu pai, cuja vida era dominar satanás, ordenara que partissem. Exausta desta maldade, ela resiste e chora amargamente a sua dor. E, é no auge do seu pranto que, a terra se abre e, ela desaparece. No mesmo instante nasceram duas abundantes fontes às quais as pessoas chamaram "Os Olhos de Caima".
Hoje, as referidas nascentes, são conhecidas por "Olhos de Fervença" e fornecem de água todas as 19 freguesias do concelho de Cantanhede, bem como algumas povoações dos concelhos vizinhos.
Património: em sede de património histórico, na freguesia de Cadima, cumpre destacar: a Capela de Santo Amaro, no lugar de Quinta, classificada como património de interesse nacional. Foi edificada pelos frades de Crúzios do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, na primeira metade do século XVI e representava um posto avançado dos seus domínios, nesta região. Na frontaria, um rótolo, datado de 1543, esclarece os direitos e finalidades da edificação. 0 retábulo de pedra de Ançã, da segunda metade do século XVI, é de quatro pilastras, e os nichos albergam três esculturas de pedra: Santo Amaro de Eremida, Santo António de Franciscano, sem o menino, uma Virgem com o menino, esta última catalogada nas obras de João de Ruão.
A Igreja Matriz, templo amplo reconstruído no século XVIII. A frontaria do corpo principal é ladeada por duas altas torres, que lhe dão imponência e uma característica singular. O retábulo do altar mor, da mesma época, é de madeira, lavrada em rica talha dourada e policromada, de ornato concheado, com largo camarim e quatro colunas. Nas paredes laterais da capela mor vêem-se quatro baixos relevos do século XVII, atribuídos a João de Ruão, representando o nascimento de S. João Batista, a adoração dos Magos, a anunciação de Nossa Senhora e a adoração dos pastores. Nas paredes laterais do corpo principal rasgam-se duas capelas fronteiras do século XVII, de acro e pilastras repartidas de pequenas almofadas. Um rótulo de cada um dos lados dos arcos esclarece as respectivas fundações. No outro lado, uma volumosa escultura de Cristo crucificado, também do século XVII, ladeado de afrescos, representando o bom e o mau ladrão.
A Capela do Senhor das Necessidades, no lugar de Guimara, conhecida por igreja velha. Precede-a o acro triunfal do renascimento adiantado. O retábulo, com sacrário e um Cristo crucificado, tudo em pedra, são do século XVI.

II - Condições sócio-económicas

Na freguesia de Cadima os sectores económicos repartem-se da seguinte forma:
Primário - predomina a silvicultura, a agricultura e a pecuária, com a consequente produção de leite, carne, vinho, cereais e produtos hortícolas de substância. Este sector ocupa a maior parte da mão-de-obra não especializada, em regime de conta própria, e engloba a faixa etária mais avançada, que se estima em 50%.
Secundário - destaca-se a construção civil, dentro e fora da freguesia. Este absorve a mão-de-obra duma faixa etária mais jovem, que se estima em cerca de 20%. A indústria transformadora reparte-se entre pequenas unidades de carpintaria, serralharia, panificação, refrigerantes, cantaria e produção de cal.
Terciário - domina aqui o pequeno comércio em estabelecimentos de mercearia, cafetaria e comércio ambulante. Os serviços absorvem a restante mão-de-obra disponível.
Actividades comerciais mais representativas:
- 22 cafés;
- Dois restaurantes;
- Várias casas de petiscos;
- Várias tabernas e mercearias;
- Uma sapataria;
- Duas papelarias;
- Uma loja de ferragens;
- Uma loja de móveis;
- Duas alfaiatarias;
- Três lojas de pronto-a-vestir;
- Duas lojas de electrodomésticos;
- Cinco postos de venda de produtos agrícolas;
- Oito mini-mercados;
- Quatro talhos;
- Duas peixarias;
- Cinco padarias;
- Várias pastelarias;
- Cabeleireiros;
- Feiras e mercados;

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