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0214 | II Série A - Número 010 | 01 de Junho de 2002

 

Por outro lado, o topónimo "rebordosa" já é muito antigo, aparecendo nas Inquirições de 1258, referindo-se a ela como sendo formada por três unidades territoriais chamadas "villas": Aboim, Rebordosa e Sobreiros.
A primeira (Aboim) era bastante vasta e era ainda Honra por divisão própria, a qual fora do notável D. Soeiro Mendes da "Maia". Em 1258 moravam em Aboim 27 herdadores e vassalos.
A "villa" de Rebordosa continha a igreja paroquial de S. Miguel e compreendia uns 60 casais. Metade da "villa" era do rei a quem pagavam foro, a outra metade devia talvez ser de fidalgos, por ventura da estirpe maiata.
A "villa" de Sobreiros era apenas constituída por quatro casais, todos da coroa a quem pagavam igualmente foro.
Por toda a paróquia, de resto, a coroa possuía reguengos avulsos em sítios como os de Enfesta, Burgã, Cortegada, Roca, Gramosa, etc.
Também a igreja local de Aboim tinha que pagar renda ao Rei e ao Deão do Porto. O próprio mosteiro de Paço de Sousa possuía haveres na Quebrada de Aboim.
Segundo o Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais (vol. 2 - Norte, pág. 303) do Arquivo Distrital do Porto "a freguesia de São Miguel de Rebordosa foi abadia de apresentação da casa de Penaguião e, mais tarde, do padroado Real, no antigo concelho de Aguiar de Sousa". Foi incluída no foral de Aguiar de Sousa, dado por D. Manuel em Lisboa, a 25 de Novembro de 1513. Em 1839 aparece na Comarca de Penafiel e, em 1884, na de Paredes. Pertenceu ao extinto bispado de Penafiel - arcediago de Aguiar de Sousa (séc. XII), comarca eclesiástica de Penafiel - 1.º distrito (1856-1907) e à vigararia de Paços de Ferreira (1916-1970).
Nos inícios do séc. XIX. foi Rebordosa palco de violentas lutas entre liberais e absolutistas, ficando célebre pelos seus sermões anti-liberais, o Padre Alvito Buela Pereira de Miranda, que incendiou as hostes da povoação até 1834.
Longe destas questiúnculas político-religiosas, a população de Rebordosa trabalhava em prol da sua freguesia.
A vila de Rebordosa é hoje uma grande freguesia - uma das maiores - do concelho de Paredes. Com muito comércio e serviços e o sector industrial cada vez mais poderoso, vive os problemas típicos de uma terra em rápido crescimento. É a segunda freguesia mais povoada do concelho, logo a seguir a Lordelo.
Dentro do sector secundário, são as oficinas de madeiras e a indústria do mobiliário que concentram quase todos os habitantes.

Património histórico-cultural

- Igreja Velha
Igreja pequena demais para as necessidades da freguesia. É um humilde templo do século XII (1645) de fachada rigorosamente simétrica (porque não tem torre) e com um só sino. No interior, realce para a talha dourada e as pinturas do tecto em xadrez que reveste toda a capela-mor.

- Igreja Paroquial de S. Miguel
Edificada na década de 90 do século XX, foi construída segundo as mais modernas concepções da arquitectura religiosa. As suas linhas partem dum princípio de enquadramento rústico-regional, que tem a ver com toda a região em que está instalada.

- Capela de S. Martinho
É uma capela barroca, de grandes dimensões, ladeada pelo cemitério. Acede-se à capela por uma grande escadaria despida de ornatos. Pináculos rematam a Igreja, a orgulhosa torre sineira e os portais de entrada para o cemitério de grandes dimensões.

- Capela de Santa Luzia
Sito no lugar de St.ª Luzia.

- Cruzeiro no Lugar de Lage
Esguio cruzeiro de linhas rectilíneas tendo no topo acoplada uma cruz simples.

- Cruzeiro de São Marcos
Belo exemplar em granito, encimado por uma cruz trabalhada.

Solares

- Casa Mateus
O proprietário mais antigo que se conhece, desta casa, foi Mateus Moreira da Silva, que teve dois filhos. O mais velho chamava-se José Moreira da Silva, tendo casado com uma descendente da casa de Nogueira, não havendo filhos deste casal. O mais novo chamava-se Inácio Moreira da Silva, tendo casado com Maria Helena de Almeida e deste casamento houve duas filhas e um filho ao qual foi dado o nome de Bonifácio Moreira da Silva.
Era costume, em tempos que já lá vão, que ao filho mais velho do sexo masculino, fosse doado o património habitacional, bem como o envolvente e aos outros filhos eram doados os bens mais distantes.
Seguindo a regra, também esta casa e quinta foi doada a José Moreira da Silva e esposa e como não tinham descendentes doaram-na a Inácio Moreira da Silva e mantendo a tradição, foi doada a Bonifácio Moreira da Silva, filho mais velho do casal do sexo masculino, já falecido, que acabaria por casar com D. Maria de Sousa Marques, ainda viva.
Actualmente, uma parte da casa e da quinta é propriedade dos herdeiros solteiros do casal Bonifácio a Maria de Sousa Marques, que uma vez herdeiros casados já retiraram a sua parte da herança.
A parte nova da casa foi construída em 1907. Esta quinta possuía uma pequena capela que ficava a alguns metros da casa com o nome de capela de Santiago onde se realizava a festa em sua honra no dia 25 de Julho de cada ano.
Mais tarde, o Sr. Bonifácio doou o terreno para que se construísse uma capela maior, dando origem à actual capela de Santiago.
Após a sua construção foram aí colocadas as três imagens existentes na pequena capela e esta foi demolida após algum tempo.
Ainda hoje se reconhece na quinta o local onde esteve erguida.

- Solar de Portelinha
Edifício com brasão. Actualmente pertence a Luís Moreira da Silva.

- Solar do Cabo
Excelente solar em cantaria. Está em bom estado de conservação. Actualmente funciona a Associação para o Desenvolvimento de Rebordosa e o Lar de Apoio à Terceira idade.

II - Breve caracterização geográfica e demográfica

A vila de Rebordosa abrange uma área de 11,17 km2, sendo atravessada pelo rio Ferreira.
Faz fronteira com as freguesias de Vilela, Duas Igrejas, Vandoma e Astromil e com as vilas de Gandra e Lordelo.
A nível demográfico, em 1991, a população residente perfazia o número de 9104. Regista, de acordo com os Censos de 2001 fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, 10 802 habitantes, sendo a taxa de variação de 18,7%. O universo de eleitores é de 7131 indivíduos.

III - Actividade económica

Rebordosa é actualmente uma freguesia muito industrializada, centrando-se o seu desenvolvimento na indústria

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