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2301 | II Série A - Número 055 | 21 de Dezembro de 2002

 

de origem germânica que aqui se instalou na época da reconquista, e depois foi sendo sucessivamente explorada por seus herdeiros. O topónimo Rande derivará do genitivo "Randi" do nome de tal presor (Randus ou Rando).
Longra - é um topónimo bastante divulgado em todo o País, sobretudo nas regiões Norte e Centro, encontrando-se designadamente em Trás-os-Montes e nos concelhos de Tomar, Leiria e Caldas da Rainha, e ainda na Região da Galiza, onde existe nomeadamente um Castro com este nome, no município de A Guarda. Provém do termo latino "longula", forma feminina (diminutivo) de "longus", que derivada em "longara" acabou por dar "longra" na versão popularmente adaptada. No caso presente designava um conjunto de terras existentes à margem do rio, no local onde viria a localizar-se a povoação que adoptou o mesmo nome. Este lugar é já referido nas Inquirições de 1258 com a designação de "Lôngara".

3 - História - primeira metade do séc. XX
Durante séculos, a história da Longra identificou-se com a da freguesia a que pertencia, estando naturalmente sujeita às vontades então dominantes, quer a nível nacional e regional quer local, personalizadas nos senhores detentores das terras e das fontes geradoras de rendimentos.
Com o andar dos tempos, as divisões de terras originadas por repartição de heranças e por vendas sucessivas, levaram a alterações sociais motivadoras de diferentes vontades e desejos de afirmação colectiva, reforçadas por alterações sociais e económicas notórias, sobretudo após a revolução industrial, com todas as consequências que se conhecem.
A Longra veio a beneficiar dos factores daí resultantes, principalmente a partir dos finais do séc. XIX, quando alguns dos seus filhos, já detentores de formação académica superior, revelando um espírito verdadeiramente moderno, ganharam vontade de afirmação pessoal e colectiva que centraram no desenvolvimento da sua terra natal ou de adopção.
Foi assim que alguns nomes começaram a sobressair, mediante um esforço e um trabalho de ressaltar, com vista a criar estruturas necessárias ao bem-estar da população e forma de gerar localmente riqueza, conforme adiante se referirá.
Esse esforço estendeu-se também ao campo social e cultural, o que demonstra cabalmente o espírito humanista e de visão global de que tais homens estavam imbuídos. Alguns deles vieram também a distinguir-se a nível nacional, no campo político, tendo merecido amplo reconhecimento pelo seu trabalho em prol da Nação e de valores que ao povo português sempre foram e continuam a ser caros.
A Longra contou com alguns políticos de nomeada, quer no campo monárquico quer já no da defesa das ideias republicanas e democráticas, tendo-se destacado entre os primeiros o Conselheiro António Barboza Mendonça, da Casa de Rande, diz-se que na linhagem do fundador da freguesia. Do lado republicano são de referir, como figuras mais salientes, por mais conhecidas a nível nacional, os irmãos Sarmento Pimentel, que foram da Casa da Torre.
Mas dessa época são ainda o Juiz Conselheiro Alexandre Barboza Mendonça, o Dr. António Pinto Sampaio e Castro e José Xavier Pereira da Costa, estando o primeiro no campo das ideias monárquicas e os outros dois entre os que defendiam os ideais republicanos.

As instituições e o progresso
Mercê da acção empenhada destas e outras pessoas da sua geração, remando muitas vezes contra a maré, porque a maioria não alinhava pela política então institucionalizada, a Longra conheceu sobretudo a partir de 1910, um enorme surto de progresso que, inclusivamente, fazia inveja à própria sede do concelho e aos seus responsáveis.
Assim:
Entre 1900 e 1910 - Foi criada a primeira escola oficial da povoação, sendo as instalações oferecidas por um proprietário local com vista a colocar aí, como professora, pessoa da sua família. Esta era uma prática em uso na região, por esses tempos.
Nesta década, o Teatro era já uma manifestação cultural enraizada na povoação, havendo notícia de espectáculos levados à cena ao ar livre, no terreiro da propriedade agrícola da Casa de Rande. Destacavam-se, então, os Autos de Natal que à Longra chamavam grande número de pessoas. A importância de tais encenações é, ainda hoje, atestada e recordada pela existência de alcunhas que perduraram no tempo, fruto dos papéis representados pelos actores locais.
Em 1910 - José Xavier Pereira da Costa fundou a primeira indústria - uma fundição que depois passou a fabricar também ferramentas e ferragens. Por volta de 1920, esta empresa aventurava-se a produzir fogões e pequenos móveis. Viria a dar origem àquela que foi a pioneira e mais importante empresa do País no ramo da produção de mobiliário hospitalar e de escritório, durante várias décadas - a Metalúrgica da Longra, L.da.
Ainda em 1910 foi instalada na povoação, a expensas da população local, iluminação pública alimentada a carboneto. De salientar que mais nenhuma localidade do concelho possuía tal regalia e a própria sede do concelho só em 1920 viria a conhecer este progresso.
Em 1911 - Foi criado o primeiro posto de distribuição de correspondência, a funcionar num estabelecimento comercial local.
Em 1913 - Foi oficializada a existência do Posto de Correios da Longra.
Em 1914 - Foi criada oficialmente a Estação de Correios como "Correio, Telégrafo e Telefone Regional", sendo dotada de um posto de PBX e respectiva operadora. Apareceram então os primeiros telefones particulares em casas comerciais e empresas.
Neste ano, a Longra possuía já toponímia e números de porta em todas as suas ruas. Mais tarde, porque representava um sinal de avanço e independência relativamente à sede do concelho, que não tinha nada disso, tudo foi abolido e as respectivas placas foram arrancadas.
Também neste ano, foi inaugurada a estação local de caminho de ferro da linha de Penafiel à Lixa, de que várias figuras da terra foram impulsionadores e accionistas.
Em 1918 - Foi criado o Grupo Dramático do "Instituto Escolar da Longra". Este Instituto resultou da evolução da escola criada na década anterior.
Em 1920 - Foi criada a importante "Tuna da Longra" que rivalizava com as filarmónicas da região.
Ainda neste ano, a iluminação pública a carboneto foi substituída, sempre a expensas da população, por iluminação eléctrica. De referir que só nesta altura a sede do concelho recebeu este factor de progresso e outras localidades, como Barrosas (hoje vila) só viriam a ter iluminação pública na década de 50 do século XX.
Na década de 1920-1930 - Foi criado o Colégio de Rande, mais conhecido por "Colégio da Longra", a funcionar em regime de internato, semi-internato e externato e onde era ministrado ensino primário e liceal.
Foi criado o Teatro José Xavier, a funcionar no barracão da fábrica (velha) e apresentando os seus espectáculos ao ar livre na mata do Sambeito, verdadeiro Centro Cultural de então.
Regista-se nesta década a existência de comércios de ferragens e fazendas, entre outros, bem como de uma botica, mais tarde transformada em farmácia.

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