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3217 | II Série A - Número 076 | 13 de Março de 2003

 

Interpretadas geralmente como vestígios de antigas construções pré-históricas, a sua ocorrência no litoral (como é o caso) poderá estar associada à existência de estruturas defensivas medievais, de tipo mota, relacionadas com a necessidade de defesa destas populações perante as repetidas incursões normandas vindas do mar.
À prática agrícola Perafita associa desde épocas bastante remotas a actividade moageira. Assegurada não só por azenhas movidas pelas águas de alguns dos ribeiros que a cruzavam, como era o caso do ribeiro de Joane, mas também pelo aproveitamento dos ventos, particularmente generosos nesta faixa litoral, como atestam ainda hoje alguns vestígios de antigos moinhos de vento.
Registando desde sempre índices demográficos muito reduzidos, a freguesia consegue, no entanto, reunir os meios humanos e financeiros necessários para, no início da segunda metade do século XVIII, proceder a profundas obras de ampliação e enriquecimento do templo paroquial, ao gosto do estilo barroco e "rocaille" então em voga.
No início do século XIX, mais precisamente em 8 de Julho de 1832, Perafita viverá aquele que, ainda hoje, terá sido o seu momento histórico mais relevante: o desembarque na Praia da Arenosa de Pampelido dos "7500 bravos" liberais comandados por D. Pedro IV, dando início ao fim do absolutismo em Portugal. Assim, e de uma forma simbólica, poder-se-á dizer que a definitiva implantação do regime liberal e de tradição democrática em Portugal se iniciou nas praias de Perafita. Ou, utilizando as palavras de um dos mais famosos "bravos" que aqui desembarcou, Almeida Garrett, aqui é "Onde o Portugal Velho acaba e o Novo começa".
Edificado oito anos depois, em 1 de Dezembro de 1840, o Obelisco da Memória assinala o local onde se deu o histórico desembarque (muitas vezes localizado erroneamente no Mindelo). Monumento Nacional, este obelisco tornou-se numa referência patrimonial obrigatória de Perafita estando mesmo representado na heráldica da freguesia.
Será apenas no século XX, e fundamentalmente na sua segunda metade, que Perafita conhecerá as profundas transformações que ditarão o destacado dinamismo e crescimento demográfico e urbanístico que a localidade regista na actualidade.
A crescente procura das praias como local de lazer e veraneio operou significativas mudanças na sua orla marítima. E se numa primeira fase esta ocupação possuía apenas características sazonais, as últimas duas décadas alicerçaram um povoamento crescente, permanente e coeso ao longo da costa. Mas este significativo aumento populacional também se registou no interior da freguesia, onde a prática agrícola foi dando, cada vez mais, lugar a actividades produtivas industriais, de comércio e serviços.
O vastíssimo complexo de refinarias petrolíferas da Petrogal, no Cabo do Mundo, é sem dúvida a grande marca industrial da freguesia e a que mais contribuiu para uma profunda alteração da paisagem de Perafita nas últimas décadas. Contudo uma miríade de outras pequenas e médias empresas industriais fixaram-se igualmente neste território.
A proximidade e boa acessibilidade de Perafita a estruturas económicas de impacto regional e nacional como são, além da Refinaria do Cabo do Mundo, o Aeroporto do Porto, o Porto de Leixões, o Terminal TIR e a Exponor, contribuíram igualmente para uma crescente vocação da freguesia para a fixação de empresas de armazenagem.
Toda esta dinâmica reflectiu-se, igualmente, num acentuado crescimento demográfico que foi acompanhado pelo desenvolvimento de um número muito considerável de equipamentos colectivos e sociais e pela criação de estruturas cívicas e associativas que, salvaguardando a identidade deste território, criaram também novos pólos de sociabilidade e cidadania.

Desenvolvimento e turismo - sectores económicos
Nos anos 40 a construção do Aeroporto em Pedras Rubras (hoje Aeroporto Francisco Sá Carneiro) veio dar o primeiro incremento a uma zona que, até então, só era conhecida e utilizada para os banhos de Verão.
Juntamente com o Porto de Leixões, veio a zona de Perafita a ser detentora de dois meios indispensáveis para o progresso de qualquer região: a circulação de pessoas e de mercadorias.
Nos anos 50 e 60, é o início da instalação de unidades industriais que vieram modificar toda a fisionomia da freguesia (Longa Vida, Petrogal, Jomar).
Com a abertura da Ter - Tir, Terminal Rodoviário de Cargas Internacionais, houve um afluxo de serviços de despachantes e transitários, para toda a zona envolvente, deixando as suas instalações tradicionais junto à Alfandega, no Porto.
A própria Câmara dos Despachantes mandou construir um grande edifício, para concentrar as actividades dos despachantes, junto à Ter - Tir.
Grandes armazéns foram construídos para os transitários e transportadores.
O sector primário tradicional na freguesia está manifestamente a tornar-se residual.
São especialmente significativos, para além do sector de petróleo e seus derivados, os sectores da maquinaria, de aparelhagem e equipamentos eléctricos, o sector têxtil, o sector químico, os plásticos e o ramo alimentar.
O sector terciário deve a sua importância ao acompanhamento das actividades do secundário, à forte presença do comércio retalhista e grossista, aos serviços pessoais e colectivos e sobretudo, aos transportes de mercadorias, estes que em boa parte são a base económica da freguesia, ocuparam grandes áreas de armazenagem principalmente ao longo da EN 107 e toda a zona de Farrapas, daí o nascimento de um Centro de Negócios, com Estação de Correios, e duas dependências bancárias.
Paralelamente, os serviços de apoio a este aumento de força de trabalho, como restaurantes, sofreram um grande impulso.
Na zona litoral, com o aumento dos veraneantes, a restauração foi largamente ampliada.

Parque habitacional
Nos últimos 10 anos a freguesia de Perafita assistiu a um enorme aumento do seu parque habitacional, quer de iniciativa privada quer em termos de habitação social.

Habitação social
Em apenas oito anos a freguesia de Perafita assistiu à construção de quatro empreendimentos de habitação social. Mas, desde cedo se sentiu que não basta realojar, é necessário criar equipamentos sociais de apoio e lazer. Exemplo do que acabamos de mencionar é o Conjunto Habitacional de Farrapas/Cidres, que está dotado de Pré Primária, ATL, Centro de Dia para a

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