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1657 | II Série A - Número 030 | 22 de Janeiro de 2004

 

A primeira igreja edificada na freguesia de Salreu remonta ao século XII (Fevereiro de 1106) quando os herdeiros da vila rústica de Salreu, Gonçalo Soares, Mendo Obesiz, um outro Gonçalo Soares e Eros Soares, confirmaram e reintegraram o terreno anexo e em redor da igreja para adro e habitação do clérigo aí residente. Confirmato et integritas passalium de ecclesia sancti Martini Sarleo. Esta carta de reintegração permite-nos concluir que anteriormente a esta data se havia convertido numa freguesia à volta da sua igreja, sob a invocação de S. Martinho, fundada e dotada pelos seus fundadores. Tratava-se de uma igreja num nível mais baixo, próximo das águas.
A existência de salinas nesta freguesia é referido num documento do século XIV - contrato entre a Abadessa do Convento de Arouca e Domingos Afonso e Martim Domingues, pelo qual se obrigaram a dar ao Mosteiro "metade do sal que Deus nela der".
"O sal era indispensável para a salga do peixe e para a conserva da carne, que foi a 1.ª riqueza que nos tempos históricos Portugal exportou em grandes quantidades".
A origem do nome de Salreu, pese cientificamente desconhecida, parece unanimemente ser aceita e nesta relação umbilical com o sal.
No século XIII o Couto de Antuã incluía vários lugares da freguesia.
Salreu aproveitou o foral de Angeja dado por D. Manuel I a 15 de Agosto de 1514. Foi um padroado de apresentação do Mosteiro de Lorvão, pertenceu territorialmente ao Senhorio de Figueiredo do Rei e depois ao concelho.
Em 1835, após a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira, Salreu passa a fazer parte do concelho de Estarreja.

II - O brasão

Aprovado em 2001, o brasão apresenta sobre um fundo verde a mitra episcopal (representa o padroeiro, S. Martinho), a cegonha (imagem de que nos campos de Salreu existe um imponente habitat desta espécie), duas espigas de milho (a vertente agrícola da terra), e tudo isto sobre umas burelas onduladas (a água do Rio Antuã).

III - Património histórico-cultural

Igreja Paroquial de S. Martinho:
Localiza-se no lugar da Igreja. Tem como Orágo S. Martinho Bispo e foi construída no século XVII (1673). A antiga igreja situava-se ao fundo da Rua de S. Martinho, local ainda há pouco conhecido por Adro-Velho, hoje simples terrenos de cultura e de vinha, a tocar nos terrenos aluviais da Ria.
Foi recentemente iluminada, realçando o seu volume monumental e coroando o altaneiro largo central da freguesia.
Capela da Senhora do Monte:
Construção do século XVII (1687). Instalada num morro, a dominar o vale do Antuã. Do seu adro desfruta-se de um vastíssimo e formoso panorama.
Capela de S. Sebastião:
Construção do século XVII. Foi alterada e ampliada no século XIX, além de complementos posteriores.
Capela de Santa Cristina:
Desconhece-se a época da sua construção, embora o retábulo e as imagens sejam muito antigas (entre séc. XVI e XVII).
Casa do Mártir (Solar do Ferraz):
Imponente construção da 1.ª metade do século XVIII, junto à Capela de S. Sebastião e que pertenceu aos Condes de Bertriandos.
Casa do Couto:
Construção de finais do século XVII, tendo-lhe sido aposto brasão na 2.ª metade do século XVIII.
Casa do Simões (Arte Nova):
Casa do início do século XX, projectada pelo Arq.º Silva Rocha e situada no Largo da Igreja. Classificada como Imóvel de Interesse Público.
Palacete do Visconde de Salreu:
Construção de finais do século XIX, de estilo colonial brasileiro, rodeado de ampla quinta e servida por formoso jardim.
Edifício das Escolas das Laceiras - Domingos Joaquim da Silva:
Inaugurado a 15 de Setembro de 1907, este edifício - verdadeiramente inovador - reunia todas as condições para o ensino das letras, ao tempo não obrigatório. Dispunha de salas separadas para os dois sexos, moradia para dois professores e ainda instalações para a junta de freguesia.
Construída e equipada exclusivamente a expensas do abastado emigrante no Brasil. Domingos Joaquim da Silva, por esta oferta mereceram depois ser agraciado com o título de Visconde de Salreu pelo Rei D. Carlos.
Edifício do Hospital Visconde de Salreu:
Estrutura de há muito desejada pela população, e depois de muitos apelos de figuras locais, o Visconde de Salreu manda construir em 1926 o Hospital de Asilo, comprometendo-se a financiar inteiramente a obra. Encomenda o projecto ao afamado arquitecto Norte Júnior (que já desenhara a Escola das Laceiras e o seu palacete de Lisboa, pelo qual fora distinguido com o Prémio Valmor) e em 1935 inaugura o que para o tempo seria um exemplo de modernidade na assistência médica pública.
O edifício - hoje Hospital Distrital - merece ainda destaque pela sua beleza e monumentalidade.

IV - Breve caracterização geográfica e demográfica

A freguesia de Salreu dista de 2 Km da sede do concelho e está situada na região lagunar da Ria de Aveiro, entre o Rio Antuã e o Rio Vouga.
É servida pela EN 109 e pela linha do norte dos Caminhos-de-ferro, sendo limitada pela Ria a poente, pelo concelho de Albergaria-a-Velha a nascente, pelo Rio Antuã a norte e pela freguesia de Canelas a sul.
Prolongando-se suavemente do final do sistema montanhoso do Caramulo até às terras das marinhas, Salreu parece um autêntico miradouro sobre a Ria e o cordão litoral atlântico.
A freguesia de Salreu tem uma área de 16,2 Km?. A nível demográfico, em 2001, a população residente perfazia o número de 4 153 habitantes.

V - Actividade económica

É uma freguesia de férteis campos, o que traduz a sua enorme riqueza agrícola. Os campos que se espraiam para poente, foram outrora salinas, cuja produção representava importante factor económico. Nas terras baixas ainda se cultiva o arroz.
A maioria da população dedica-se à agricultura, como actividade principal. No entanto, nos últimos anos, grande parte tem-se transferido para o sector secundário e terciário, onde se destaca alguma indústria de carpintaria e fabricação de mobiliário e serralharia civil.
A prestação de serviços é assegurada por uma agência bancária, agências de seguros, uma farmácia, unidade de saúde, laboratório, consultórios médicos, correios, escritórios de contabilidade.

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