O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0043 | II Série A - Número 074S | 09 de Julho de 2004

 

regionais, e ao Museu de Arte Sacra Reitor Luís Nesi. Contudo, ainda tem a seu cargo alguns terrenos e matas que partem do Sítio, acompanham a costa, limitando o concelho da Nazaré a Norte.

Bibliografia: "Nazareth, Pederneira, Sítio e praia, para a história da terra e da gente", 1996 de João António Godinho Granada.

As Festas em Honra a Nossa Senhora da Nazaré (Festas do Sítio)
Vinham romeiros de toda a parte, de todos os lugares do reino e do estrangeiro, gentes de todos os estratos e de todas as condições sociais acorriam a homenagear a Senhora da Nazaré, principalmente em dias assinalados como os da transladação para a igreja, a 5 de Agosto, e do milagre de Dom Fuas, a 14 de Setembro, a afluência de romeiros era enorme.
Para atender toda esta gente, necessário se tornou montar e organizar serviços de acolhimento e de cerimonial litúrgico com eclesiásticos, primeiro da Abadia de Alcobaça e mais tarde, da Vigararia da Pederneira, assim como organização de festas e de ofícios de coro. Paralelamente foram sendo requeridas providências de fixação de populações e de estabelecimento de tendas, capazes de fornecer aos romeiros tudo o que lhes era necessário.
Até 1608 os romeiros vinham desordenados, por estradas e caminhos, é a partir dessa altura que aparecem as primeiras notícias de romarias organizadas, em certos dias, com cerimonial organizado e disciplina de grupo. E porque tais grupos de romarias se faziam acompanhar de símbolos religiosos, algumas vezes imagens e sempre pendões, estandartes e grandes velas designadas círios, a população local lhes chamava o círio de tal vila ou de tal local.
Muitas eram as vilas que organizavam Círios de romagem à Senhora da Nazaré, mas foi o Círio de Lisboa que visitava o Sítio a 8 de Setembro, que maior importância teve no dinamismo das romagens religiosas e da própria festa. Vinham fidalgos, membros do Reino, senhores possuidores de grandes propriedades rogar à Senhora, neste dia, trazendo consigo a alegria, a festa, as corridas de touros montadas numa arena improvisada na praça em frente ao Santuário. Daí o feriado municipal se realizar a 8 de Setembro, dia de Nossa Senhora da Nazaré e do Município.
Já no primeiro quartel do século XX, Raul Proença em "Guia de Portugal", refere-se às festas do Sítio como sendo "a maior romaria de toda a Estremadura, trazendo à Vila cerca de 25 mil pessoas. Então, prossegue, a Vila anima-se: há touradas, feira, fogo de artifício, procissões, loas cantadas pelos anjos do alto das berlindas, que dão volta ao templo seguidos pelos carros dos romeiros, com grande acompanhamento de gaitas de foles e de zabumbas".
Hoje em dia a festa prossegue, não com tanto impacto como há anos atrás, mas ainda com muita pompa e circunstância. Há a festa religiosa, que tem o seu auge com a procissão no feriado de 8 de Setembro; e a festa profana, com fogo de artifício, touradas, gastronomia, feira, diversões, etc.

Bibliografia: "Nazareth, Pederneira, Sítio e praia, para a história da terra e da gente", 1996 de João António Godinho Granada.

A Festa da tourada, como pólo atractivo de gentes e riqueza ao Sítio
O espectáculo dos touros tem uma longa e arraigada tradição da Nazaré que provavelmente remonta ao século XVII. De um modo documentado, já existem aqui, no Sítio e durante as festas em Honra de Nossa Senhora da Nazaré, se realizavam violentas corridas de touros, em praça improvisada com palanques para os espectadores.
Não é de estranhar este gosto antigo pelos touros das gentes nazarenas provocado pela proximidade geográfica do Ribatejo, terra de touros, e do estreito convívio com a sua população que desde sempre vêm a banhos a esta praia, e principalmente pela romagem à Nossa Senhora da Nazaré que integrava homens da corte acostumados a lidar com touros, e sobretudo a influencia do Círio de Lisboa e de certas figuras históricas ligadas à tourada que aqui vieram desde o século XVIII.
Em 1738, os romeiros do Círio de Lisboa pediam licença ao Rei D. João V para se acomodarem nas casas e terrenos do palácio para fazerem as corridas. Mas foi desde 1786 que o Santuário e a população do Sítio reconheceram maior grandeza e esplendor às corridas de touros com a chegada de muitos Círios, principalmente o de Lisboa, que chegava a 8 de Setembro com muitos fidalgos e homens da corte que não se poupavam a despesas e do bolso de qualquer romeiro apenas saiam moedas de ouro que enriqueciam as gentes do Sítio.
Com as invasões francesas em 1808, as corridas de touros e até mesmo as vindas do Círio de Lisboa foram interrompidas, sendo apenas retomadas em 1840, agora sob a alçada da Real Casa de Nossa Senhora da Nazaré. Ao longo dos séculos o local onde se deslocavam os palanques e os touros mudou indo-se alterando a amplitude e a localização das praças. Em Setembro de 1823, durante as festas em honra de Nossa Senhora da Nazaré foi inaugurada a primeira praça construída para o efeito em terrenos comprados pelo reino para este fim. Já no final do século, a Confraria manda construir nova praça no mesmo local da antiga, tinha excelente aspecto interior e capacidade para cerca de 4500 espectadores.
Desde então, a Praça de Touros do Sítio rivalizava com as maiores e melhores praças do País. O gosto pelos touros aumentava, tornando-se contagiante e entusiasmava a juventude local. O Grupo de Forcados Amadores da Nazaré criado a 4 de Março de 1984, dia em que fez a sua apresentação simbólica na praça de touros de Sítio. Em 1993 é criada a Tertúlia Tauromáquica do Planalto.
Hoje em dia a praça de Touros do Sítio apresenta touradas quase todos os fins-de-semana dos meses de Julho, Agosto e Setembro, dando assim continuidade e grande impulso a uma tradição que ascende no século XVIII e que desde então dá vida e dinamismo ao Sítio.

Bibliografia: " A Nazaré e a Tourada (Sécs. XVIII-XX)", Gazeta da Nazaré, por Dr.ª Maria Antónia Saavedra Machado

Ermida da Memória
Está situada no morro do Sítio de onde se pode ver a vista sobre a praia da Nazaré. Local que segundo a história, foi onde apareceu a Virgem Maria ao alcaide D. Fuas Roupinho no ano de 1182. Inicialmente estava aberta em quatro arcos, que acabaram por ser fechados no séc. XVII.

Páginas Relacionadas
Página 0048:
0048 | II Série A - Número 074S | 09 de Julho de 2004   10 Restaurantes;
Pág.Página 48
Página 0049:
0049 | II Série A - Número 074S | 09 de Julho de 2004   branco, com legenda a
Pág.Página 49
Página 0050:
0050 | II Série A - Número 074S | 09 de Julho de 2004   A evolução demográfic
Pág.Página 50
Página 0051:
0051 | II Série A - Número 074S | 09 de Julho de 2004   Desta população, mais
Pág.Página 51
Página 0052:
0052 | II Série A - Número 074S | 09 de Julho de 2004   O povoamento na área
Pág.Página 52
Página 0053:
0053 | II Série A - Número 074S | 09 de Julho de 2004   3. Ramo do Casal Novo
Pág.Página 53
Página 0054:
0054 | II Série A - Número 074S | 09 de Julho de 2004   - 4 lojas de pronto a
Pág.Página 54
Página 0055:
0055 | II Série A - Número 074S | 09 de Julho de 2004   VIII - Festas, feiras
Pág.Página 55