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0062 | II Série A - Número 074S | 09 de Julho de 2004

 

A agricultura, o comércio, o artesanato, bem como outras indústrias, em particular as de curtumes, metalomecânica, panificação e de artefactos de couro, constituem no seu conjunto as de maior implantação.
Muito antes da sua predominância nos ramos referidos Valbom era uma freguesia que subsistia da faina piscatória, que entrou em decadência após a introdução chamadas "artes novas". Os processos utilizados para esta faina eram feitos de modo artesanal. Os barcos tornam-se famosos através dos tempos e, ainda agora, são construídos servindo de modelos para outros centros piscatórios.
O "Valboeiro", conforme ficou designado, era o tipo de embarcação utilizado. Neste momento, embora continue a representar uma das actividades económicas da freguesia, a pesca deixou de ter a importância que outrora teve; embora se continue a pescar o sável, a lampreia, a tainha, o muge, a enguia, etc.

Ourivesaria

A ourivesaria é uma indústria muito importante no nosso concelho e sobretudo na nossa freguesia.
A ourivesaria utiliza o ouro e prata para fazer trabalhos maravilhosos.
Foi no século XVI que o ouro, vindo de África, começou a ser trabalhado por artistas que vieram do estrangeiro que tinham as suas oficinas em Lisboa e mais tarde se estenderam para as cidades de Guimarães e Porto. Desenvolvendo-se, deste modo, a indústria teve a sua principal fixação no concelho de Gondomar.
Criaram-se grandes oficinas que, já no século XVII e XVIII, trabalhavam para os soberanos e também para as igrejas. O Cristianismo trouxe à arte de ourives uma nova e nobilíssima dimensão, talvez, aquela que, até ao século XVIII, maiores triunfos alcançou.
Para as igrejas faziam-se: cruzes, cálices, patenas, anéis e báculos episcopais ou abiciais, galhetas e lavandas, etc.
A filigrana com seu rendilhado é uma beleza admirável que em Valbom os seus artistas têm um valor considerado o melhor do Mundo. Quando fazem exposições no estrangeiro, ficam nos primeiros lugares, contribuindo deste modo para aumentar a sua fama e simultaneamente vão conquistando maior número de vendas, por esse meio conseguem criar postos de trabalho para os que se dedicam a tão delicada e valiosa arte.
Para adquirir conhecimentos mais profundos acerca desta maravilhosa arte, deve consultar-se a "Monografia do Concelho" a "Enciclopédia Luso -Brasileira" e ainda o livro "A descoberta de Portugal"

Marcenaria

Na marcenaria há artistas com umas mãos maravilhosas que na madeira executam trabalhos riquíssimos. A marcenaria entre nós é quase uma indústria artesanal.
Na sua: maioria são pequenas oficinas. Em termos antigos, os móveis eram executados com máquinas muito rudimentares. Hoje porém, todo o trabalho, embora manual, tem o apoio e maquinaria moderna, que ajudam bastante os artistas. Há outras zonas do País onde este trabalho é feito em série, mas não tem a beleza do trabalho manual.
No ramo da marcenaria, talvez pelo seu carácter artístico mais evidente, sobressaem os trabalhos em talha. Com uma técnica e sensibilidade extraordinárias, cimentadas em largos anos de trabalho e vivência do seu ofício, estes artistas oferecem-nos autênticas obras de arte, realizadas normalmente nos seus tempos livres.
Ainda no campo da marcenaria, destacam-se também os trabalhos em marqueteria (embutidos) em mobiliário e em quadros, onde a precisão e a minúcia dos trabalhos exigem um alto nível de execução.

Pesca

A pesca é a actividade que se exerce sempre em regiões costeiras ou ribeirinhas de cursos de água ou de lagos interiores. Geralmente a pesca é feita por homens. Só em alguns casos é que se vêem mulheres a recolher moluscos e pequenos peixes que se encontram nas margens.
Há vários tipos de pesca individual e a pesca colectiva. Na pesca individual geralmente são usadas redes pequenas lançadas por eles mesmo no meio do rio. A pesca colectiva é constituída apenas por homens e está muito desenvolvida entre os povos. Os pescadores são geralmente muito corajosos.
Antigamente em Valbom havia uma grande colónia piscatória. Presentemente, ainda se pesca, mas é uma actividade muito reduzida. Pesca-se o saboroso sável e a tão apreciada lampreia, isto em tempos recentes. Quanto a tempos recuados, ou seja, à cerca de uns 80 anos atrás, os pescadores de Valbom eram numerosos e ricos, pois os seus barcos iam ao mar, pescar, uns a tão apreciada pescada e outros a deliciosa sardinha, que era vendida na Praia da Ribeira de Abade, centro piscatório mais importante de Valbom.
Era até um espectáculo verdadeiramente digno de registo ver os habitantes destas localidades e terras vizinhas abastecerem-se desses peixes para governo das suas famílias. A pesca ocupou, desde tempos longínquos, uma parte da população, valboense, pois os homens pescavam e as mulheres vendiam, pois os homens desta terra faziam do Douro a sua própria vida.
Extraído da "Monografia do Concelho", obteve-se o conhecimento de que, em 1886, Valbom aparece como estação de pesca, considerada a segunda do País, com 150 barcos; 300 tripulantes - pesca costeira e fluvial; 8 lanchas; 222 tripulantes - Pesca do Alto.
Convenção de Gramido

Em Valbom existe uma casa que se chama "Casa Branca", que tem um passado histórico, pois foi nela que foi assinada a "Convenção de Gramido".
No reinado de D. Maria II, Costa Cabral, Primeiro-Ministro, publicou várias leis tais como: proibição dos enterramentos nas igrejas e o pagamento de impostos terem de ser pagos directamente ao rei.
Tais medidas causaram descontentamento no povo em geral. Instalaram-se várias revoltas, principalmente no norte do País. Numa delas distinguiu-se uma figura popular chamada, Maria da Fonte, natural de Póvoa de Lanhoso.
Uma outra revolta desencadeia-se no porto e outras em vários pontos do País, juntando-se todos os elementos no Norte, que deu origem à "Guerra da Patuleia".
O Governo vendo-se impotente para resolver estes problemas pede auxílio a Espanha e Inglaterra.
Os representantes de Portugal, Espanha e Inglaterra reuniram-se em Gramido com o fim de terminar esta guerra. Foi então elaborada por estes uma nota histórica chamada Convenção e por ser assinada no Lugar de Gramido, em Valbom, tomou esse nome.

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