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0010 | II Série A - Número 022 | 07 de Dezembro de 2004

 

A evolução histórica torna-se mais conhecida com o início da reconquista cristã da Península Ibérica e a formação da nacionalidade. Esta parte do território português terá sido reconquistada aos mouros por D. Afonso Henriques, segundo a tradição, voltando a ser invadida e posteriormente retomada pelos reis de Leão.
Um testemunho vivo do quotidiano das sociedades que habitavam a região, neste período de domínio leonês, encontra-se no Sabugal Velho. Com a sua intrincada linha dupla de muralhas, o seu urbanismo ortogonal, a importância da sua economia mineira e os seus vestígios materiais, seria seguramente um dos centros populacionais mais importantes da região junto com o Sabugal e Vilar Maior.
Só mais tarde, com a estruturação deste território nos séculos XIII-XIV, através da criação de cinco concelhos: Sortelha, Vila do Touro, Sabugal, Alfaiates e Vilar Maior, o território é espartilhado por estes concelhos. Nestas localidades ainda é possível admirar os antigos Paços de Concelho, os respectivos pelourinhos, assim como os seus magníficos castelos.
Sortelha e Vila do Touro eram importantes praças militares de defesa da fronteira portuguesa, definida mais ou menos pelo rio Côa. Sabugal, Alfaiates e Vilar Maior eram concelhos que pertenciam ao Reino de Leão.
Estes três concelhos só foram integrados no território português em 1297, com a assinatura do Tratado de Alcanizes entre D. Dinis e D. Fernando IV.
Mais tarde, no reinado de D. Manuel, são outorgados novos forais a Sortelha, Vila do Touro e Vilar Maior (1510) e a Alfaiates e Sabugal (1515).
Todo este território estava também estruturado ao nível das vias de comunicação. A maior parte reutiliza velhas calçadas e vias romanas. Estes eixos ligavam a região à Guarda, a Salamanca, a Belmonte e Covilhã e a Penamacor.
A sua passagem sobre os rios e ribeiras era marcada pela construção de pontes de pedra, pontões e poldras. Algumas pontes podem ter origem romana, como a de Alfaiates (já desaparecida) e a de Aldeia da Ponte. Outras serão de época medieval, como a de Vilar Maior e a de Sequeiros (Valongo), única pelo seu torreão, situada no local de passagem duma via sobre o Côa, classificadas ambas como imóveis de interesse público.
Diversos acontecimentos singulares e de grande repercussão político-militar, como as Guerras de Restauração em 1640 e as Invasões Francesas, em 1810, deixaram marcas evidentes da passagem dos exércitos. Para além do incêndio de aldeias, da destruição de igrejas e roubo de valores, travaram-se aqui algumas importantes batalhas da nossa história nacional, como a do Gravato (Sabugal), em 1811, entre tropas napoleónicas e tropas inglesas e portuguesas.
Próximo a Alfaiates, encontram-se as ruínas do antigo Convento de Sacaparte. Em Aldeia da Ponte, para além dum cruzeiro setecentista, situa-se o Colégio dos Marianos. Também estes dois imóveis revelam a importância das tradições religiosas e do estabelecimento de algumas ordens monásticas em Ribacôa, seguramente associadas à passagem destas grandes vias pela região.

Centros Históricos do Concelho do Sabugal
Sabugal:

A Vila do Sabugal nasceu sobre um promontório contornado pelo rio Côa, numa extensa curva do seu percurso para norte, até ao rio Douro, num ponto de boa defesa, abundante em água e rodeado de terras férteis. As boas condições de travessia do rio Côa contribuíram para a contínua ocupação humana deste ponto estratégico.
Caracterizando-se pela existência de sabugos ou sabugueiros, perto do curso de água, ficou conhecida na altura por Sabugal, aparecendo um sabugueiro já nos brasões de armas mais antigos da vila.
A povoação subsiste desde época remota, ocupando o topo do esporão natural, onde existiu um importante povoado calcolítico, que terá sofrido ocupação humana contínua pela Idade do Bronze, até à II Idade do Ferro. Neste período, o castro local terá ganho destaque territorial, em todo o vale superior do rio Côa, que nunca perdeu, nem com a administração romana do território. Supõe-se que seria um importante núcleo populacional da tribo lusitana dos Lancienses Transcudani.
O aglomerado urbano romano que aqui se desenvolveu posteriormente é ainda pouco conhecido. No entanto, existem na vila diversos vestígios da civilização romana: três epígrafes, pedras de cantaria almofadada, colunas, capitéis, cerâmicas e moedas que se espalham sobretudo pela encosta nascente do centro histórico até ao arrabalde. A centralidade deste povoado no território manteve-se até aos visigodos.