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33 | II Série A - Número: 114 | 19 de Julho de 2007


Hora e no próprio concelho de Matosinhos no início do século XX. O equipamento social que a EFANOR construiu nos vastos terrenos de que era proprietária foi determinante para a fixação de população na Senhora da Hora e para o desenvolvimento global da povoação. Cite-se o bairro operário da EFANOR, a sua quinta agrícola, o parque de jogos do Clube de Desportos e Educação Física do Norte (inaugurado em 1952 e que ficou conhecido por parque de jogos Manuel Pinto de Azevedo, administrador da empresa, antes de se transformar em parque desportivo da freguesia e sede do Centro Cultural da Senhora da Hora). Citem-se também os terrenos cedidos às autoridades locais para a construção do cemitério da freguesia ou para a construção de edifícios escolares, incluindo a cedência de parte dos terrenos popularmente conhecidos por campo das árvores — situados defronte da saída principal da fábrica e ao longo da linha férrea — para a instalação, a partir dos anos 60 do século passado, da primeira feira semanal da Senhora da Hora, hoje transferida para o lugar da Barranha, onde funciona todos os sábados da parte da manhã com a concorrência de centenas de feirantes e milhares de visitantes. Hoje, a EFANOR, que a meio do século passado assegurava mais de 2000 postos de trabalho e que completaria precisamente este ano um século de existência, já não existe, tendo todas as suas instalações e parte substancial do seus equipamentos sociais sido destruídas para dar lugar a vastas áreas comerciais e empreendimentos habitacionais da designada gama média alta, algumas das quais ainda em construção, como é o caso de um complexo habitacional em condomínio fechado com mais de 1000 fogos, incluindo instalações privadas de educação e para a terceira idade.
Em matéria de desenvolvimento económico da povoação da Senhora da Hora, é também importante fazer uma referência especial às actividades de exploração do caulino, que tiveram início no final do século XIX, material que era aproveitado para a produção cerâmica, para o branqueamento do papel e para a composição de diversos produtos na indústria química (tintas, borrachas, plásticos). As áreas mais a norte e este da povoação da Senhora da Hora, fundamentalmente no lugar do Viso de Cima, confrontando com a freguesia de Custóias, eram particularmente ricas neste tipo de rocha. Também a empresa mais conhecida neste sector industrial, a Companhia Anglo-Portuguesa de Caulinos, SA, encerrou a respectiva actividade, tendo procedido à recuperação e reposição das suas jazidas — as maiores existentes em Portugal — e à urbanização de vastas áreas de terrenos de que é proprietária, rondando valores muito próximos dos 70 000 m
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Sendo uma povoação de origens e tradições fortemente rurais, uma das suas referências incontornáveis é a Quinta de São Gens. Situada no lugar do Viso, a hoje vulgarmente designada como Quinta Agrária tem a sua entrada principal defronte à estrada da circunvalação. Quando foi construída esta via contribuiu para quebrar as ancestrais ligações entre a Quinta do Viso (nome pelo qual também se designa a Quinta de São Gens) com outras zonas mais rurais do antigo concelho das Bouças, hoje pertencentes ao município do Porto, em particular com a Casa de Ramalde, sede do morgadio que, segundo parece, terá também integrado a própria Quinta de São Gens. Esta quinta remonta, portanto, aos tempos medievais, tendo sido ao longo dos séculos pertença de várias famílias. A casa senhorial da Quinta, com um corpo rectangular, um torreão central recuado e escadas exteriores, terá sido construída no primeiro quartel do século XVIII, um pouco à semelhança da própria Casa de Ramalde. É das poucas quintas dos «arrabaldes» da cidade do Porto cujo arranjo é atribuído a Nicolau Nasoni, arquitecto italiano cujas obras na região do Porto o imortalizaram.
Famoso como arquitecto, notabilizar-se-ia também como desenhador de esculturas, tendo deixado na Quinta de São Gens algumas das suas mais interessantes realizações nesta área: esculturas em granito (das quais sobressaem as «quatro estações do ano»), várias fontes, um cruzeiro, um chafariz e um tanque-lago com bancos. Depois de um incêndio que sofreu por volta dos anos 20 do século passado, a Quinta de São Gens acabou por ser adquirida pelo Estado português em 1928. Passou então a ser popularmente conhecida por Quinta Agrária, designação que adquiriu por nela ter sido instalada a estação agrária do Douro Litoral, mais tarde transformada em Estação Agrária do Porto. Actualmente a Quinta de São Gens continua afecta ao Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, funcionando nas suas instalações diversos serviços dependentes da Direcção-Geral da Agricultura do Norte, designadamente o Laboratório de Qualidade Alimentar. Por despacho de 14 de Abril de 2003, do Instituto Português do Património Arquitectónico, a Quinta de São Gens, incluindo a casa senhorial, o terreiro e os jardins, encontram-se em vias de classificação patrimonial.

A criação da paróquia, da freguesia e a elevação a vila

Como resultado do crescimento industrial e da crescente importância social e populacional da Senhora da Hora, o Bispo do Porto criou, em 25 de Abril de 1918, a Paróquia de Nossa Senhora da Hora, com sede na capela com o mesmo nome, um edifício cuja data de construção é bem mais antiga, do início do século XVI.
Junto ao centro religioso da Senhora da Hora tinha sido entretanto construída, no final do século XIX, a Fonte das Sete Bicas — cuja inscrição diz ter sido ali que apareceo Nossa Senhora da Ora —, verdadeiro referencial da povoação, nas imediações da qual se passou a realizar (e ainda continua a ocorrer) a Romaria de Nossa Senhora da Hora, uma das mais típicas e concorridas festas populares da região, com dia maior na quintafeira da Ascensão. Anos mais tarde, em Maio de 1953, D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto, lançou a

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