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84 | II Série A - Número: 152 | 8 de Julho de 2009

romana Conímbriga tornar-se-ia numa cidade importante e rica, como testemunham as ruínas postas a descoberto.
A importância da cidade é também marcada pela evolução da toponímia e da sobrevivência do topónimo (corrompido em Coimbra) aplicado à antiga cidade de Éminio.
Porém, não obstante o seu florescimento, Conímbriga não viria a escapar à profunda crise política e administrativa que assolou todo o Império Romano e que facilitou a progressão, com sucesso, das invasões bárbaras no séc. V. Com elas, a função de sede episcopal, e, por conseguinte, de cidade mais importante da região que até então vinha sendo assumida por Conímbriga, passou a ser desempenhada, a partir de 580, por Éminio.
Os Suevos, que haviam ocupado o noroeste da Península Ibérica, tiveram, por isso, um especial protagonismo e responsabilidade na redução de Conímbriga a ruínas no ano de 468, já depois de uma sua primeira investida no ano de 464 e de, em 465, terem capturado e saqueado parcialmente a cidade, o que levou, então, ao seu abandono parcial.
Posteriormente, na Idade Média, Conímbriga seria totalmente abandonada, ainda que se conheçam vestígios de habitação continuada ao longo dos séculos e que parte da área da cidade, a actual aldeia de Condeixa-a-Velha, não tenha nunca sido abandonada.
Actualmente, o conjunto das Ruínas de Conímbriga, do seu Museu Monográfico — construído na sua imediata proximidade — e do castellum de Alcabideque constituem um importante complexo arqueológico que permite reconstituir um dos módulos mais relevantes do Império Romano neste seu extremo que constituiu a antiga província da Lusitânia.
Apesar de o interesse dos arqueólogos por Conímbriga se ter revelado sobretudo a partir do século XVI, as escavações no local apenas foram iniciadas no século XIX, ainda sem carácter regular e com carácter sistemático desde 1930.
As escavações conheceram novo desenvolvimento nos anos 60 do século passado e continuam actualmente, mantendo-se, contudo, uma grande parte das ruínas ainda por descobrir, já que a área escavada é apenas cerca de 20% da área total da cidade.
Estão actualmente a descoberto uma parte muito significativa do traçado da cidade de Conímbriga, revelando aos visitantes das suas ruínas uma planificação urbanística complexa e laboriosa que integra o fórum, o aqueduto, os bairros de comércio, de indústria e de habitação, uma estalagem, várias termas e as muralhas da cidade. De todo este conjunto arquitectónico sobressai, ainda, pela complexidade da sua construção e pelo requinte decorativo de que se reveste, um bairro de ricas casas senhoriais — diametralmente oposto às insulae das camadas populares —, de onde se destaca a Casa dos Repuxos, de grande peristilo ajardinado e pavimentada com mosaicos policromos, preservados in situ, exibindo motivos mitológicos, geométricos ou representando, muito simplesmente, o real quotidiano. Trata-se, em suma, do único conjunto em território nacional onde uma cidade romana está exposta numa fracção significativa dos seus elementos.
Conímbriga encontra-se, numa área delimitada por decreto em 1910, classificada legalmente como Monumento Nacional, goza de uma zona de protecção criada por portaria de 1971 e, desde os anos 40 uma parte significativa, mas insuficiente, é propriedade do Estado.
Pelos motivos que antecedem, torna-se, pois, insustentável e inadmissível que o Estado não tenha, ainda hoje, em seu poder e sob sua administração toda a área relevante necessária para a preservação deste conjunto histórico, arqueológico e arquitectónico verdadeiramente ímpar. O problema da insuficiência das expropriações levadas a cabo nos anos 40 foi diagnosticado logo na década seguinte, mas o problema arrasta-se sem solução definitiva desde aí.
De facto, dos cerca de 22 hectares da extensão máxima da cidade no período áureo da sua vida, 14 hectares encontram-se já na posse do Estado, tornando-se necessário, contudo, reverter ainda para propriedade pública parte da diferença de áreas entre esses dois valores, com vista a poderem ser concluídas todas as intervenções indispensáveis a uma adequada protecção e gestão daquele conjunto histórico e arquitectónico.
Entre outros aspectos, o cumprimento de tal desiderato permitirá expor monumentos de grande impacto visual e estético graças à conservação da sua monumentalidade, designadamente o anfiteatro (o único anfiteatro romano conservado em território nacional em condições de ser exposto e valorizado), o segundo

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