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21 | II Série A - Número: 116 | 30 de Março de 2011

Sobre a designação da freguesia, existem algumas teses sendo todas elas plausíveis. Uns dizem que, antigamente, se escrevia «Veatodos» e justificam isso afirmando que este nome vem do facto da freguesia estar situada numa planície de modo que a Igreja «vê o todos» os seus lugares.
Outros, ainda, defendendo que se escreve «Viatodos», afirmam que Viatodos é originário do facto de aqui se reunirem várias vias ou estradas romanas, ou seja, «vias todas» ou «via de todos».
Uma terceira tese defende que o nome resultou da junção de «via», que vem de «vinha», com «todos», que vem da expressão do português arcaico «todolos», ou seja, «região cujos terrenos estão cobertos de vinha».
E, finalmente a quarta tese defende que o nome provenha do nome pessoal Betoti ou Betotus (de Betotes).
Lembrar-se-á que o pai do Conde Ermenegildo Gonçalves, marido da Condessa Mumadona e grande senhor de Portugal na passagem séc. IX para o X, era filho do Conde Gonçalo Betotes. Nada mais fácil que tratar-se do nome do pai deste ou deste mesmo, pelo seu patronímico, pois foi riquíssimo e poderoso nesta região, com sua mulher, a Condessa D. Teresa Eres.
Mas o topónimo foi-se generalizando até encontrarmos nas Inquirições de D. Afonso II (1220) o nome desta freguesia como «De Sancta Maria de Beatodos», nas Terras de Faria. Dizem essas Inquirições que o Rei tem aqui reguengos que são de Lameni e de Pradaoso, dos quais recebe o terço e trabalham neles homens desta freguesia; que em Peado há também uma leira reguenga. Também elas nos declaram que «Toda esta paróquia ou é Couto da Igreja ou é Honra de Fralães». E em vários outros textos verificamos que esta freguesia foi Comenda da Ordem de Cristo e fazia parte da Honra de Fralães, da qual foram sempre senhores os Correias.
Ao longo dos tempos e em diversos documentos a sua toponímia foi variando. Assim, em 1258 nomeia-se como Sánete Marie de Bem A Todos, em 1320 refere-se à Eclesia Sánete Marie de Beatodos, em 1371 nomeia-se Ecclesia de Beatodos e em 1528 e 1581 a designação é a de Viatodos Santa Maria.
Mas o povoamento inicial, nesta freguesia, é muito anterior a estas datas. Existem várias referências sobre a existência, em Viatodos, de um monumento megalítico, uma mátnula. Há quem duvide da existência deste monumento, mas no Tombo de Viatodos (1548) menciona-se não só uma «mâmoa» mas ainda uma «mamoela» em Viatodos. No Lugar do Souto, já perto de Minhotães, encontraram-se alguns fragmentos cerâmicos que indiciam a existência de uma ocupação romana ou tardo-romana. Também na vertente sudeste do Monte da Saia, na Quinta da Fonte Velha, por entre penedias, já em 1949 se encontraram, num provável esconderijo de um artesão-vendedor, os denominados «Machados de Viatodos», em bronze, uma panela de fundição e vários fragmentos de tegulae. Estes machados datam de finais do II milénio ou inícios do I milénio a. C. Provavelmente, houve aqui um povoado contínuo ou quase, desde a Idade do Bronze até à romanização.
Também a nível eclesiástico esta freguesia teve, desde sempre, um papel preponderante nesta região.
Viatodos, orago de Nossa Senhora da Apresentação, era reitoria do padroado dos Arcebispos de Braga.
Esta freguesia foi Comenda da Ordem de Cristo, comprovada pelas cruzes gravadas nas paredes da Igreja Matriz. Anterior a 1749 é a criação da Confraria eclesiástica e leiga da «Associação Protectora e Beneficiente de Nossa Senhora das Neves», cujos estatutos foram reformados em 1868. Aqui também funcionou a Ordem Terceira de S. Francisco, instituída pelos frades do Convento do Monte da Franqueira.
Sobre o edifício da Igreja não se sabe exactamente quando foi construído. Mas, devido a investigações feitas, descobriu-se uma referência fornecida pelo Tombo de Viatodos sobre o limite e demarcação dos bens e propriedades da Igreja de Viatodos, que remonta ao século XVI, mais precisamente ao ano de 1548. Sabe-se que foi reconstruída em granito várias vezes, tendo sido a data da sua mais recente reconstrução nos finais do séc. XVIII. Mas a torre dos sinos foi construída nos princípios do século XIX, sendo o primeiro sino do ano de 1791; o segundo de 1825, assim como o terceiro, e, finalmente, o quarto sino data de 1954.
Ainda relacionada com о mundo clerical, existem, em Viatodos, algumas capelas. Entre essas capelas, a mais conhecida é a Capela de Santa Cruz, vulgarmente conhecida por Capela da Cruzinha. Foi construída em 1843 e está associada ao decantado aparecimento de cruzes no solo. Este «milagre» teve início nos princípios do séc. XVI, em que apareceu a primeira cruz na então vila de Barcelos, e teve grande incremento no séc.
XIX.
Em Viatodos também existem o Nicho ou Alminhas da Isabelinha, edificado em 1717, e dois cruzeiros. Um deles, construído originalmente no Monte da Feira, em 1777, mas foi transferido para junto do cemitério. O outro encontra-se no cimo do adro de acesso à Igreja Matriz e foi construído em 1867.

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