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II SÉRIE-A — NÚMERO 27

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contraiu 3,6% em termos homólogos. De facto, as taxas de variação homóloga trimestrais dos CTUP têm vindo a

cair consecutivamente desde 2010, contribuindo para uma melhoria da competitividade da economia portuguesa.

A redução dos salários nominais reflete em parte as reduções de vencimentos dos funcionários públicos.

Durante o 1.º semestre de 2012, as exportações portuguesas continuaram a crescer a um ritmo forte.

Portugal obteve ganhos de quota de mercado nos oito principais parceiros comerciais.

Para este comportamento contribuíram, do lado das mercadorias, produtos com maior grau de intensidade

tecnológica. De facto, tem-se vindo a observar um aumento progressivo do peso dos bens com maior grau de

intensidade tecnológica nas exportações portuguesas de mercadorias. Do lado dos serviços também se tem

assistido a um crescimento sustentado das exportações. O turismo continua a ser a componente mais

importante, sendo no entanto de destacar o crescimento das exportações de serviços de transportes e

comunicações e de serviços prestados às empresas. A exportação de software e serviços de I&D continua a

ter um peso diminuto, apesar do constante crescimento.

Nos últimos anos assistiu-se também a uma crescente diversificação dos mercados de destino das

exportações portuguesas a favor de economias fora da UE. Esta evolução deverá estar associada ao facto de

nos últimos anos as economias mais dinâmicas se encontrarem em outras áreas geográficas.

As exportações registaram uma evolução positiva. A fraqueza da procura interna proveniente tanto do lado

do investimento como do consumo, tem levado as empresas portuguesas de bens transacionáveis a fazer um

esforço acrescido no sentido da procura de novos mercados. As exportações de bens destinadas aos

mercados extracomunitários têm vindo a aumentar de forma acentuada. Por exemplo, países como Angola,

Brasil, China, EUA e Marrocos, representavam, até agosto de 2012, mais de 50% das nossas exportações

extracomunitárias e cerca de 15% do total das nossas exportações.

Desde 2008, e particularmente a partir de 2011, assistiu-se a uma redução substancial das necessidades

de financiamento externo da economia portuguesa, medidas pelo saldo conjunto da balança corrente e de

capital.

Com efeito, após ter atingido 11,4% do PIB em 2008 (o valor mais elevado da década de 2000), o défice da

balança corrente e de capital tem vindo a evoluir no sentido descendente, para 5% do PIB, em 2011, e para

1,9% do PIB, no 1.º semestre de 2012.

c) Pressupostos

As hipóteses relativas ao preço do petróleo assentam na informação dos futuros do Brent transacionados

em meados de setembro, que apontam para uma diminuição do preço em 2013 face a 2012.

Quanto às taxas de juro de curto prazo e taxas de câmbio, consideraram-se as hipóteses usadas pelo BCE

para 2012 e 2013 no exercício de projeções de Outono de 2012.

As hipóteses relativas à procura externa relevante para Portugal sugerem um crescimento em 2013 de

2,8% após a quebra de 0,2% registada em 2012. Esta evolução é consistente com as previsões do FMI

divulgadas em outubro, que apontam para uma recuperação gradual da atividade económica mundial para o

próximo ano, em especial fora da área do euro.

Neste domínio, é de evidenciar que no 1.º semestre de 2012 se assistiu a uma quebra das importações de

Espanha e de Itália, o que terá determinado um crescimento menos forte das exportações portuguesas

durante este período. Porém, a melhoria da situação económica do conjunto da área do euro e dos restantes

parceiros comerciais de Portugal (apesar de se prever a manutenção de uma taxa de crescimento negativa

para o PIB de Espanha e de Itália) deverá levar a uma expansão da procura externa dirigida à economia

portuguesa. Adicionalmente, a diversificação recente das exportações portuguesas com o aumento do peso

das exportações para países extra-UE com ritmos de crescimento económico mais elevados é outro fator de

sustentação da procura externa.

O quadro a seguir resume as hipóteses externas subjacentes ao cenário macroeconómico apresentadas

pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2013: