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II SÉRIE-A — NÚMERO 149

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As doenças do fígado são a segunda causa de morte nos doentes com SIDA. Estima-se que os casos de

cirrose e de cancro do fígado relacionados com a obesidade e a diabetes venham a crescer dada a “epidemia”

de obesidade que crescentemente se vai também já verificando nas crianças portuguesas.

O cancro do fígado, também chamado de carcinoma hepatocelular, regista valores crescentes em Portugal,

prevendo-se que ultrapasse as mortes por SIDA, sendo que, atualmente, mata mais do que o melanoma e o

cancro do colo do útero.

O cancro do fígado é pois um dos piores cancros em termos de mortalidade, com sobrevivência de apenas

5% ao fim de um ano.

As referidas doenças têm, além de um elevado impacto negativo na qualidade de vida dos seus portadores,

não raro, um marcado estigma pessoal e familiar e um forte impacto psicossocial no meio em que ocorrem,

provocando situações de desemprego e mesmo mortes precoces, como bem o ilustra o facto de os doentes

internados com doença do fígado terem, em média, a idade de 58 anos.

No que especificamente se refere ao alcoolismo, que se estima estar na origem de 65% das doenças

hepáticas e de 11% das mortes de indivíduos do sexo masculino na Europa Ocidental – o que poderá

significar cerca de seis mil mortes em Portugal! – é consabido que o mesmo potencia doenças graves como a

do fígado gordo, a pancreatite, a hepatite, a cardiomiopatia alcoólica, tumores do esófago e, ainda, atrofia

cerebral e demências, além da criminalidade e mortes por acidente.

Neste contexto, afigura-se como absolutamente necessário promover a integração de algumas das

manifestações e quadros mais graves e irreversíveis das doenças do fígado na oferta existente em cuidados

paliativos, à semelhança, aliás, do que já se faz para os quadros de insuficiência renal (vide Normas de

Orientação Clínica da Direção-Geral de Saúde).

Como se referiu, o consumo excessivo de álcool é responsável por uma significativa mortalidade rodoviária,

atribuindo-se-lhe cerca de um terço das mortes na estrada – de resto a principal causa de morte dos jovens

em Portugal – bem como cerca de 40% das ocorrências de violência doméstica.

As realidades referidas tornam-se ainda mais graves se se tiver presente que o consumo de bebidas

alcoólicas tem vindo não só a aumentar em quantidade na população juvenil, como a iniciar-se cada vez mais

precocemente na juventude, atualmente já a partir dos 11 a 12 anos de idade, associando-se ainda a

fenómenos como o consumo tipo “binge drinking”, que consiste em se provocar embriaguez com grandes

consumos em poucas horas.

Preocupante é, de outro modo, a crescente feminização do alcoolismo, como bem o demonstra o facto de a

cirrose alcoólica na mulher ter vindo a aumentar assustadoramente nas décadas mais recentes, de que é

exemplo o Reino Unido, país onde a mesma subiu 1000% nos últimos 30 anos.

Neste quadro geral legislou o Governo quando aprovou o Decreto-Lei n.º 50/2013, de 16 de abril, diploma

que cria um novo regime de disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos e em

locais abertos ao público, elevando a idade mínima legal para a compra de bebidas alcoólicas espirituosas

para os 18 anos.

Porém, mais do que o mero proibicionismo, de resto tantas vezes inconsequente, importa principalmente

sensibilizar a sociedade, em geral, e os jovens, em particular, para os malefícios do consumo excessivo de

bebidas alcoólicas, atuando especialmente ao nível da prevenção, antes de os indivíduos se tornarem

dependentes do consumo dessas bebidas.

Para tanto se exige uma abordagem pedagógica, incidindo principalmente em meio escolar, corporizada na

realização de ações de sensibilização dos jovens para os perigos e efeitos decorrentes do consumo de

bebidas alcoólicas.

Já no que se refere às hepatites, estima-se que em Portugal existam cerca de 200 mil portadores crónicos

do vírus da hepatite B e da hepatite C, circunstância a que não será indiferente o facto de se tratar de

doenças, na sua grande maioria, assintomáticas.

Nestes casos importa, também, antes de mais, atuar sobre a origem das doenças hepáticas, evitando

fatores de risco como o consumo excessivo de álcool, a não adoção dos cuidados exigíveis em relação a

contatos íntimos, a exposição acidental ao sangue e a agulhas ou a partilha destas em caso de uso de drogas

injetáveis ou, ainda, a colocação de Piercings e a prática de tatuagens em ambientes de não segurança.

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