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II SÉRIE-A — NÚMERO 109 82

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 1415/XII (4.ª)

PROPÕE A CONTRATAÇÃO DOS TÉCNICOS DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA EM FALTA NO

SNS E O REINÍCIO DOS PROCESSOS NEGOCIAIS COM AS ESTRUTURAS REPRESENTATIVAS DOS

TRABALHADORES PARA A RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS DA CARREIRA

O Serviço Nacional de Saúde é assegurado por diferentes profissionais de saúde: médicos, enfermeiros,

técnicos superiores de saúde, técnicos de diagnóstico e terapêutica, assistentes operacionais e assistentes

técnicos, sendo que cada uma destas profissões desempenha um papel fulcral para a prestação de cuidados

de saúde de qualidade.

O Decreto-Lei n.º 564/99, de 21 de dezembro, definiu o estatuto legal da carreira de técnico de diagnóstico

e terapêutica. De acordo com o n.º 2 do artigo 3.º “os técnicos de diagnóstico e terapêutica atuam em

conformidade com a indicação clínica, pré-diagnóstico, diagnóstico e processo de investigação ou

identificação, cabendo-lhes conceber, planear, organizar, aplicar e avaliar o processo de trabalho no âmbito da

respetiva profissão, com o objetivo da promoção da saúde, da prevenção, do diagnóstico, do tratamento, da

reabilitação e da reinserção”. Assim sendo, a atividade dos profissionais dos técnicos de diagnóstico e

terapêutica, bem como a respetiva carreira “reflete a diferenciação e qualificação inerente ao exercício das

funções próprias de cada profissão, devendo aquelas ser exercidas com plena responsabilidade profissional e

autonomia técnica, sem prejuízo da intercomplementariedade ao nível das equipas em que se inserem” (n.º 1

do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 564/99, de 21 de dezembro).

Presentemente estimam-se em cerca de 10 mil os técnicos de diagnóstico e terapêutica, reconhecendo-se

19 profissões, a saber: Análises Clínicas; Anatomia Patológica, Audiologia; Cardiopneumonologia; Diatética;

Farmácia; Fisioterapia; Higiene Oral; Medicina Nuclear; Neurofisiologia; Ortoprotesia; Ortóptica; Prótese

Dentária; Radiologia; Radioterapia; Saúde Ambiental; Terapia da Fala; Terapia Ocupacional e Podologia.

De acordo com os dados publicados pela Direção-Geral de Emprego Público (DGAEP) relativos ao 4.º

trimestre de 2014, existiam 7.855 técnicos de diagnóstico e terapêutica. Porém, e ainda, segundo os dados da

DGAEP, se compararmos os número de dezembro de 2011 e os de dezembro de 2014 verificámos que houve

uma redução de 448 técnicos diagnóstico e terapêutica afetos ao SNS. Esta redução compromete claramente

o trabalho desenvolvido por estes profissionais e obriga aos que ficam a um esforço redobrado para assegurar

todas as funções que lhes estão confiadas com segurança e qualidade aos utentes do SNS.

Os problemas dos técnicos de diagnóstico e terapêutica não radicam apenas na redução de profissionais

afetos às unidades de saúde do SNS, estes trabalhadores têm sofrido “na pele” a desvalorização social,

profissional e das carreiras impostas por sucessivos governos e, muito especialmente, pelo atual. Acresce

ainda o elevado número de técnicos de diagnóstico e terapêutica que se encontram na situação de

desemprego, os que trabalham com vínculos precários. Há também registo de recurso à contratação ilegal.

Como foi acima referido, em 1999 foi publicado, pelo Decreto-Lei n.º 564/99, de 21 de dezembro, o estatuto

legal da carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica porém de lá até cá apesar das múltiplas promessas

de revisão da carreira o certo é que nada foi alterado e estes profissionais, muito embora sejam detentores de

habilitação académica ao nível da licenciatura permanecem integrados em termos das tabelas remuneratórias

nos índices equivalentes aos antigos bacharéis.

Segundo as informações prestadas ao Grupo Parlamentar do PCP pelas estruturas representativas dos

trabalhadores, em Julho de 2012 foi apresentado ao Governo um conjunto vasto de propostas para a

negociação, em especial no que respeita à revisão da atual carreira. No entanto, só em “março de 2014 é que

o Governo apresentou uma proposta de Protocolo Negocial”, tendo havido três reuniões. O processo negocial

foi interrompido pelo Governo desconhecendo-se quando é que vai ser reaberto, pese embora o Grupo

Parlamentar do PCP ter já questionado o Governo por escrito (pergunta nº397/XII/4ª) e em sede de audição na

Comissão de Saúde da Assembleia da República.

Em face da não resolução dos problemas da carreira, da não contratação de profissionais em falta e da

contínua desvalorização social e profissional, os técnicos de diagnósticos e terapêutica encetaram várias

formas de luta, que culminou com o pré-aviso de greve por tempo indeterminado que se inicia no próximo dia

31 de março.

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